Sessão comemorativa do 97.º aniversário da Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto decorreu no Seixal e elogiou o trabalho de homens e mulheres de “aço de boa têmpera”, que foi imprescindível nestes tempos de crise social e económica
Cerca de 3 milhões de praticantes associativistas cumpriram o confinamento. Outros dados da Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto (CPCCRD), indicam que com a pandemia fecharam 33 mil colectividades, associações e clubes, tendo sido ainda suspensas 120 mil actividades.
“Tratou-se apenas de um período de incubação. Nessa paragem, observaram-se coisas belíssimas no campo da cidadania, da aprendizagem e literacia. Nunca se viu tanta gente a olhar para, e pelos outros”, afirma Francisco Barbosa, presidente da Mesa da Assembleia Geral da CPCCRD, para quem o Movimento Associativo está “cada vez mais forte”.
Foi neste contexto que a CPCCRD realizou, no Auditório da Câmara do Seixal, na tarde de sábado, a sessão comemorativa do seu 97.º aniversário e assinalou o Dia das Colectividades.
Para o vereador da Câmara do Seixal, José Carlos Gomes, responsável pelo pelouro do Desporto, “as colectividades estão assentes no empenho de homens e mulheres de aço de boa têmpera”, e lembrou que o concelho da baía “nunca vira as costas ao Movimento Associativo, seja a nível local, regional ou nacional”.
É vendo “esse trabalho benévolo de homens e mulheres a bem da comunidade e das populações que nos faz estar próximos do Movimento Associativo”, sublinhou.
Referiu ainda o autarca que durante a pandemia a Câmara do Seixal “não deixou de satisfazer os seus compromissos com o Movimento Associativo, apesar de a actividade deste estar praticamente suspensa”. E assegurou que a autarquia vai “insistir com o Governo para que liberte os apoios que são devidos a este movimento”. E rematou, dirigindo-se aos dirigentes associativos: “O vosso exemplo é muito importante para o nosso trabalho de autarcas”.
Na sessão comemorativa, onde estiveram ainda presentes o presidente da Mesa da Assembleia Geral da CPCCRD, Francisco Barbosa Costa, o presidente da Confederação, Augusto Flor, e os presidentes das associações do Seixal e Almada, Hélder Rosa e Paulo Santos, respectivamente, além de muitos dirigentes e activistas de norte a sul do País, Francisco Barbosa, criticou as “aves agoirentes que diziam que ia acabar tudo”.
“Pois enganaram-se: tratou-se apenas de um período de incubação. Nessa paragem, observaram-se coisas belíssimas no campo da cidadania, da aprendizagem e literacia. Nunca se viu tanta gente a olhar para e pelos outros”. Por conseguinte, confia “num Movimento Associativo cada vez mais forte”.
Os três pilares
Por sua vez o presidente da Confederação, Augusto Flor, falou dos três pilares que sustentaram a instituição durante a actual crise pandémica. São eles: segurança, “quando recomendámos o acatamento das normas da Direcção-Geral da Saúde e do Governo”; responsabilidade: “quando realizámos um diagnóstico rigoroso da situação e o fizemos chegar às autoridades competentes”; e confiança, pois o “futuro não é mais do que aquilo que vem ao nosso encontro todos os dias”. E conseguiu-se sair por cima de um “desafio que muitos julgaram não poder ser vencido”.
Ainda segundo Augusto Flor, os últimos tempos puseram a descoberto uma “ética humanitária, o respeito pelos outros com base na cultura e o desporto”. A isto acrescentou que a CPCCRD, que representa o Movimento Associativo no Conselho Económico e Social, no Conselho Nacional do Desporto e no Conselho de Economia, está a preparar o seu Congresso, marcado para Março de 2022, a partir de uma ampla auscultação das colectividades, e que será feita uma distribuição maciça do “Manual de Retoma Associativa Pós-Covid-19”, já impresso.
A sessão foi sendo entremeada com momentos musicais interpretados por jovens músicos saídos das escolas das colectividades do concelho do Seixal, que ofereceram virtuosismo e criatividade. Foram sempre muito aplaudidos.