Câmara Municipal não garante financiamento total mas diz que “tem feito tudo o que está ao seu alcance para manter a Casa do Povo” aberta
A Casa do Povo de Sesimbra foi encerrada ontem devido a dívidas acumuladas de 500 mil euros, deixando centena e meia de utentes, idosos e crianças sem respostas e dezenas de trabalhadores no desemprego, revelou a Câmara Municipal de Sesimbra (CDU).
Segundo um comunicado do município, em que é anunciado o encerramento, a câmara está a trabalhar para encontrar alternativas para os utentes, em conjunto com outras IPSS (Instituição Particular de Solidariedade Social) do concelho.
A Câmara de Sesimbra reconhece, no entanto, que “no caso do pré-escolar, sem vagas na rede pública, restam apenas opções de Centro de Actividades de Tempos Livres” e que, “por parte da Segurança Social, não foi avançada qualquer solução até ao momento, remetendo-se a responsabilidade de resolução para a própria instituição”.
“A Casa do Povo de Sesimbra tem dívidas superiores a meio milhão de euros, acumuladas desde 2015, ano em que deixou de apresentar contas, as instalações estão a precisar de obras urgentes e é necessário contratar mais pessoal para garantir as respostas sociais a que se propõe”, lê-se na nota.
No comunicado, a Câmara Municipal de Sesimbra salienta que não pode financiar uma instituição particular de forma a garantir o seu funcionamento integral, nem assumir “estas dívidas”, mas garante que “tem feito tudo o que está ao seu alcance para manter a Casa do Povo” aberta.
“A disponibilização de refeições e alimentos desde Fevereiro de 2023, é o exemplo de uma medida de apoio tomada pela autarquia”, indica o município.
Lamentando a ausência de um interlocutor local válido com quem procurar uma solução, a Câmara Municipal de Sesimbra acrescenta que “a actual direcção [da Casa do Povo] já não se encontra em funções e a nova direcção eleita não toma posse para não se associar às dívidas avultadas, que crescem há mais de oito anos”.