Autarca lembrou recentemente que o município paga anualmente um valor muito elevado, com retorno reduzido para a autarquia
Carlos Albino, presidente da Câmara da Moita, reafirmou esta quarta-feira, em declarações a O SETUBALENSE, a intenção da autarquia em abandonar a Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS), assegurando que no decorrer da reunião da edilidade do próximo dia 31 será apresentada “uma proposta neste âmbito e que, no caso de ser avaliada e aprovada, terá ainda que ir a Assembleia Municipal cumprindo o que está previsto nos estatutos”.
O autarca lembrou recentemente que o município paga anualmente um valor muito elevado, com retorno reduzido para a autarquia, facto que considera ser importante para o facto desta edilidade “em se desvincular” da organização. “Os pressupostos que haviam sido previamente acordados, no início deste novo mandato da AMRS, não foram cumpridos”, recorda.
No imediato, a continuação da Câmara como associada “passava por uma redução no presente ano de 25% das transferências de quotização dos municípios” para a entidade e, no ano que se segue, por uma redução de 50%. “Não sendo cumprido o que estava acordado e que essa redução também iria carecer de uma reavaliação do papel da AMRS no quadro do distrito de Setúbal”, o edil garante “que não nos resta outra opção do que levar esta proposta a reunião” do executivo.
Quando confrontado com a situação num encontro camarário, em sua defesa, o presente executivo lembrou que já haviam sido acordados os pressupostos em causa, que “não se verificaram”. Por esse motivo, Carlos Albino defende que “não estamos em condições de continuar a defender a permanência” da Câmara na associação.
“Se todos os actores mantiverem a sua palavra, onde o tema foi abordado em reunião do executivo, teremos todas as condições para o município da Moita abandonar a organização”. Recentemente, o vereador independente Ivo Pedaço, eleito nas últimas Autárquicas pelo Chega, lembrou que não se deixará cair “em guerras partidárias entre o PS e a CDU e na sua luta de poder e controlo das instituições locais”, informou, citado pela agência Lusa.
Os municípios da Moita, Almada, Barreiro, Alcochete e Montijo, recorde-se, apresentaram uma proposta para redução da verba de cada autarquia, embora o orçamento da AMRS para 2023, aprovado no final da última semana, não tenha incluído o que havia sido proposto.