Candidato defende que políticas devem seguir um rumo diferente a nível local
A última semana ficou marcada pela apresentação da candidatura do barreirense Daniel Bernardino, pelo Bloco de Esquerda, à presidência da Câmara do Barreiro nas próximas autárquicas, agendadas para 26 de Setembro.
O encontro decorreu junto à zona ribeirinha, na Avenida Bento Gonçalves, e contou as presenças do também candidato àquela Assembleia Municipal, Francisco Alves, além da deputada eleita pelo distrito de Setúbal, Joana Mortágua e da coordenadora nacional do partido, Catarina Martins.
A abrir a sessão ao ar livre, esteve a mandatária da lista, Jorgete Teixeira, defendendo que só “uma presença mais forte do Bloco poderá fazer a diferença na transformação do Barreiro, numa cidade onde se viva com dignidade e onde a saúde” inclua todos os barreirenses, naquilo que considera ser uma cidadania “viva, activa e consciente”, contra “discriminações e preconceitos” e onde seja preservada a “memória”, quer do passado ferroviário e industrial, como do passado marítimo, com a natural “recuperação do património histórico”.
Já o candidato a presidente de Câmara, Daniel Bernardino, destacou a necessidade que sentiu em “trabalhar pela gente da […] terra”, onde reside actualmente, na freguesia do Lavradio.
Na altura, afirmou ser “pelo progresso do Barreiro e para isso as políticas têm de seguir um rumo diferente”, apontou, criticando o actual executivo, liderado pelo socialista Frederico Rosa, por não ter desenvolvido “uma política de habitação” durante o presente mandato.
Por este motivo, insistiu na criação de uma Estratégia Local de Habitação, com a reabilitação e construção de parques habitacionais – referindo como exemplo o Bairro Alves Redol –, e a diminuição do Imposto Municipal sobre os Imóveis (IMI), de modo a incentivar os proprietários a recuperarem “habitações e edifícios degradados ou devolutos”.
Outras das prioridades do candidato passam ainda pela conclusão da revisão do actual Plano Director Municipal – em vigor desde 1994 –, na recuperação de todas as zonas ribeirinhas e na criação de “mais espaços verdes e de lazer”.
Mais apoios às áreas da Cultura e Desporto
O programa apresentado por Daniel Bernardino incluiu também as apostas pela “defesa intransigente dos direitos sociais e humanos”, com a criação de gabinetes municipais que promovam a “igualdade de género” e o “combate às discriminações”, entre as quais, o racismo, a LGTBIfobia e a xenofobia.
Das suas bandeiras fazem ainda parte a necessidade de mais apoio às áreas da Cultura e Desporto.
Por seu turno, o candidato à Assembleia Municipal, Francisco Alves, recordou que o território foi uma “terra plena de resistência e luta contra a exploração e a opressão durante os 48 anos de fascismo”, e lembrou os 50 documentos apresentados nas sessões dos últimos quatro anos, desde moções, votos de pesar, recomendações e votos de pro–testo.
Finalmente, acusou ainda o PS de ter estado “quatro anos […] ausente” da política social de habitação, à qual considera não ter dado resposta.
A deputada do Bloco eleita pelo distrito de Setúbal, Joana Mortágua, por sua vez, apelidou ambos os candidatos de “dois homens de trabalho”, referindo-se também à questão sobre a Quinta do Braamcamp, realçando que há quem confunda “especulação com desenvolvimento”.
Já a coordenadora nacional do Bloco, Catarina Martins, referiu que a candidatura de Daniel Bernardino reúne “gente de várias gerações”.