26 Junho 2024, Quarta-feira

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Balanço do Ano: Factos e figuras do Distrito de Setúbal em 2021

Balanço do Ano: Factos e figuras do Distrito de Setúbal em 2021

Balanço do Ano: Factos e figuras do Distrito de Setúbal em 2021

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O SETUBALENSE apresenta hoje uma edição especial, em que dá a conhecer os factos e as figuras do Distrito de Setúbal, divididos por áreas

 

Figura do ano: Pedro Pichardo

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O triplista que de Setúbal saltou para o Ouro Olímpico e tem na mira o recorde do mundo

No Japão, Pedro Pichardo ‘voou’ 17,98 metros no triplo salto e chegou a casa, em Pinhal Novo, Palmela, com a Medalha de Ouro ganha a 5 de Agosto nos Jogos Olímpicos. Dias depois, foi homenageado com a Medalha de Honra pela Câmara Municipal de Setúbal, concelho onde o triplista do Benfica treina.

“Quando vinha a chegar a Setúbal, vi um ecrã com a minha foto e fiquei surpreendido. Estou muito feliz e muito grato por ser acolhido desta maneira pelas pessoas. Não tenho palavras para agradecer”, expressou então Pedro Pichardo.

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Em Março, o município sadino já tinha congratulado Pichardo com a Medalha de Honra da Cidade, na Classe de Desporto, pelo desempenho desportivo e divulgação da cidade.

Também a Câmara de Palmela homenageou o atleta, naturalizado português em 2017. Ainda antes de ser Ouro Olímpico, em Junho no Dia do Concelho, distinguindo-o com a Medalha Municipal de Mérito, Grau Ouro, na área do Desporto, por entrega desportiva e resultados conquistados. A 25 de Agosto, em reunião pública, aprovou por unanimidade um voto de saudação pela marca que alcançou no Japão.

Ouro Olímpico e detentor do recorde nacional, o atleta luso-cubano tem também ao peito a medalha de Campeão Europeu, e foi em Setúbal, nas Conferências do Forte, em Janeiro deste ano, que revelou que quer saltar mais longe. Na sua mira, está agora a marca mundial de 18,29 metros alcançados por Jonathan Edwards em 1995.

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Pela frente, Pichardo tem este ano o Campeonato Mundial em Pista Coberta, em Belgrado (Sérvia), o Campeonato Mundial de Atletismo ao ar livre, nos Estados Unidos e os Campeonatos da Europa de Atletismo, em Berlim. “A única coisa que me pode impedir de ganhar essas competições é estar magoado”, disse.

Mas conta estar na máxima forma na Liga Diamante, bater o salto de Jonathan Edwards, e trazer a ‘grande’ Medalha de Ouro para Portugal e para região. Com o seu pai como treinador, o atleta de 28 anos, tem feito toda a preparação no Complexo Municipal de Atletismo de Setúbal – o qual se fala que pode vir a receber o seu nome -, onde tem treinado desde que está em Portugal: “Tem todas as condições”, já comentou.

Quando aterrou no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, vindo do Japão, disse: “Em Setúbal sinto-me em casa”. E já expressou o seu desejo de ver construído um Centro de Alto Rendimento de Atletismo no concelho de Setúbal, um projecto que estará já nos planos da autarquia sadina.

Agora, o seu sonho é ser o atleta português mais medalhado de sempre. “Vou fazer o meu melhor. Quando vou à pista treinar penso que tenho de treinar bem, cumprir com o que o treinador me diz: ganhar”.

Facto do ano: Construção do novo aeroporto no Montijo chumbada por Moita e Seixal

A Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) chumbou, no dia 2 de Março, a construção do novo aeroporto para a região da Grande Lisboa projectado para a Base Aérea n.º 6, no Montijo. O indeferimento liminar da ANAC surgiu depois das autarquias da Moita e do Seixal terem dado parecer negativo ao projecto, que já tinha luz verde da Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

“A ANAC indefere o pedido de apreciação prévia de viabilidade da construção do Aeroporto Complementar no Montijo”, anunciou a autoridade, nessa terça-feira, 2 de Março. A decisão assentou nos pareceres dos municípios que, de acordo com a lei, eram – e continuam a ser – vinculativos.

Dois dos municípios abrangidos pela área de implantação do novo aeroporto (Seixal e Moita) manifestaram-se contra o projecto, dois manifestaram-se a favor (Barreiro e Montijo), e Alcochete optou por não apresentar parecer.

“Em face do exposto, a ANAC, em cumprimento das disposições legais aplicáveis, deliberou indeferir liminarmente o pedido de apreciação prévia de viabilidade de construção do Aeroporto Complementar no Montijo apresentado pela ANA”, explicava a Autoridade Nacional da Aviação Civil.

O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, defendeu que o único caminho a seguir seria a alteração da lei, porque “nenhuma infra-estrutura de importância nacional pode ficar dependente de um município”, mas a legislação manteve-se inalterada até à data.

O que mudou foi o processo de pré-decisão, com o Governo a aprovar a realização de uma Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) que contempla, também, a possibilidade de localização do aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete. Esse estudo ainda não começou a ser feito.

 

Categoria Sociedade

Figura do ano: Nuno Fachada

O director clínico do Centro Hospitalar de Setúbal (CHS), Nuno Fachada, em Setembro, teve a coragem de se demitir e afirmou existir uma situação de “rotura” em vários serviços e escalas do (CHS), nomeadamente nas urgências.

O médico deu conhecimento aos colegas sobre as razões da sua demissão, onde referiu ainda a falta de resposta do Governo na “admissão de mais profissionais de saúde (…) falta de financiamento para o CHS e a não requalificação como grupo D”.

Em Outubro, o secretário de Estado da Saúde anunciou o recrutamento de dez médicos para o CHS, mas não evitou que, no mesmo mês, 87 médicos com cargos de direcção do CHS apresentassem também a demissão.

Um “grito de revolta”, que chegou a Lisboa e Porto com a demissão de alguns directores clínicos, que alegaram falta de condições nas unidades públicas de saúde. Em Novembro, Nuno Fachada retirou o pedido de demissão, mas garantiu que as reivindicações que levaram às demissões, mantinham-se.

Facto do ano: Sociedade civil coloca NUTS na agenda política e governativa

Há poucos casos em que o exemplo da força da opinião pública é tão evidente como neste da necessidade de criação de NUTS (Nomenclatura de Unidade Territorial para fins Estatísticos) específicas para a Península de Setúbal.

Após anos de inércia política, em 2021 as organizações da sociedade civil, com destaque para a Associação Industrial da Península de Setúbal, engrossaram a corrente de protesto contra a injustiça a que a região tem sido votada e o tema entrou definitivamente na agenda política.

Os partidos envolveram-se todos nesta questão, com a resolução proposta pela CDU a ser aprovada por unanimidade na Assembleia da República, e o governo de António Costa, após silêncios e hesitações, comprometeu-se, finalmente, com a necessária alteração do mapa das NUTS.

Ainda antes da campanha, na qualidade de primeiro-ministro, António Costa anunciou que Portugal iria fazer o pedido a Bruxelas até dia 1 de Fevereiro, data em que termina o prazo para essa formalidade.

 

Categoria Política

Figura do ano: Eurídice Pereira

A deputada do PS eleita por Setúbal e líder já histórica da concelhia do partido na Moita cimentou decisivamente a sua posição nos aparelhos partidário e parlamentar. Na política local, foi a mulher por trás da conquista do município da Moita à CDU.

A surpresa da noite eleitoral autárquica acaba por não ser propriamente uma surpresa para quem conhece o trabalho de formiguinha que Eurídice Pereira desenvolveu no concelho da Moita durante cerca de duas décadas.

A frustração de quando encabeçou a lista e perdeu, o trabalho de sapa no terreno, sem desânimo e a aposta contínua, mesmo quando ainda ninguém acreditava, são “medalhas” de Eurídice Pereira no triunfo final.

Nos planos regional e nacional, foi a deputada que “puxou” o grupo parlamentar socialista para o terreno e as causas do distrito. Licenciada em Sociologia, aos 59 anos, foi Governadora Civil de setúbal, é deputada há 12 anos e também presidente do Conselho de Administração da Assembleia da República.

Facto do ano: Mapa autárquico repartido entre CDU e PS

Com as eleições autárquicas de 26 de Setembro, o mapa autárquico na região de Setúbal passou a estar dividido entre a CDU e o PS. A mudança de “mãos” da Câmara Municipais da Moita, que passou dos comunistas para os socialistas, ditou um quase equilíbrio no total de municípios no distrito.

Dos 13 municípios, a CDU detém sete (Setúbal, Seixal, Sesimbra, Palmela, Alcácer do Sal, Grândola e Santiago do Cacém) e o PS seis (Almada, Barreiro, Moita, Montijo, Alcochete e Sines).

Já na Península de Setúbal, os socialistas passaram a ter a maioria, com cinco municípios contra quatro da CDU. O “distrito vermelho” tem agora uma tonalidade mais rosa e esta divisão está já a ter efeitos práticos, na eleição dos órgãos para a Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS).

O processo de instalação, que em mandatos anteriores ficou concluído mais cedo, atrasou-se, apesar de a CDU ter mais um município eleitor.

 

Categoria Economia

Figura do ano: Hugo Pinto

“O Vitória é um dos maiores clubes em Portugal”, assim o disse, em Julho, o empresário Hugo Pinto, de 34 anos, que mostrou acreditar num clube em condições financeiras difíceis, e também desportivas.

Avançou com um montante na ordem dos dois milhões de euros, permitindo ao emblema obter as declarações das Finanças e Segurança Social e inscrever a equipa principal de futebol na Liga 3 na temporada 2021/22.

Sócio do Vitória, o investidor na SAD do Vitória Futebol Clube está ligado ao ramo imobiliário, na área de compra e venda, e tem investimentos no sector hoteleiro, a maioria na região de Setúbal.

Hugo André Paixão Pinto, na Assembleia Geral, em Outubro, recebeu a confiança de 95% dos associados vitorianos, que alienaram 89% da participação do clube e da VITORIAPART SGPS, SA no capital social da Vitória FC SAD, que deram confiança ao projecto que lidera.

“Queremos pôr o Vitória na I Liga em três anos”, disse na altura, além de prometer outros investimentos para ‘muscular’ o clube.

Facto do ano: Volkswagen anunciou 500 milhões de euros para a Autoeuropa

Apesar da sua produção ter sido afectada por falta de componentes vindos de fornecedores asiáticos, devido à pandemia covid-19, e ter passado por greves de trabalhadores, a Autoeuropa continuou a merecer a confiança, e mesmo reforço, da Volkswagen.

Em Novembro, a fábrica de Palmela ficou a saber, na cerimónia dos seus 30 anos, que a marca alemã vai investir na unidade mais de 500 milhões de euros nos próximos cinco anos, em “produto, equipamento e infra-estruturas”, disse Alexander Seitz, um dos administradores da Autoeuropa.

“Esta fábrica e a sua equipa estão preparadas para acompanhar a transformação da indústria automóvel com sucesso”, acrescentou, assegurando que a Volkswagen vai reorientar a sua produção com o objectivo de liderar a mobilidade sustentável a nível mundial – Volkswagen Accelerate.

Também em 2021, o Porto de Setúbal viu reforçado o transporte de viaturas da Autoeuropa para o Terminal Ro-Ro, “por ferrovia”.

 

Categoria Desporto

Figura do ano: Neemias Queta

O jovem prodígio do basquetebol barreirense alcançou o feito, e o sonho, de ser o primeiro atleta a estrear-se na norte-americana NBA. Neemias Queta ultrapassou a última barreira na madrugada de 30 de Julho, ao conseguir ser um dos 60 eleitos na 75.ª edição da draft, que se realizou em Nova Iorque.

E isso deu-lhe entrada na melhor liga de basquetebol do mundo. Esta prova preliminar tinha tido já a participação de outro internacional português, 14 anos antes, mas João “Betinho” Gomes não conseguiu passar desse draft de 2007.

Neemias Queta foi diferente e já inscreveu o seu nome na NBA. O menino que tinha chegado ao Barreirense aos 10 anos, aos 22 anos, representa a equipa Sacramento Kings, onde joga na posição de poste e já marcou vários pontos.

Com 2,15 metros de altura e 112 quilos, Queeta é agora um símbolo para milhares de jovens atletas portugueses e em especial para os da Margem Sul.

Facto do ano: Vitória sobrevive e volta a acreditar no futuro

Depois da hecatombe da despromoção, que fez o clube e a SAD baterem no fundo, o ano passado foi de recuperação da esperança para o emblema histórico do futebol português.

Em Março, a direcção, presidida por Carlos Silva, avisava que as receitas correntes – praticamente apenas o valor das quotas pagas pelo sócios – apenas cobriam 11% das despesas, e, em meados de Maio, a inscrição da equipa na liga 3 ainda estava em risco.

No final do mês, a derrota com o Torrense e o triunfo do Estrela da Amadora em Leiria, deitou por terra o sonho da subida à II Liga. O apoio do investidor Hugo Pinto começa a inverter a situação.

Em Junho, a administração da SAD é alterada, com a entrada de Francis Obikwelu, e, em Outubro, os sócios aprovam, em Assembleia Geral, a alienação de 89% da participação do clube na sociedade desportiva. A aprovação dos sócios, formaliza a contrapartida a Hugo Pinto pelos cerca de 5 milhões que o investidor já injectou no Vitória.

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