Autocarros que não passam e rotas desconhecidas deixam clientes enganados. Os próprios motoristas apelam a que se peça o livro de reclamações
Ao contrário do que a Alsa Todi afirmou em exclusivo a O SETUBALENSE, um mês e vinte dias depois, o novo serviço da Carris Metropolitana continua a apresentar falhas. Quem o afirma são os próprios utilizadores da transportadora, que se mostram “enganados” e “revoltados” com vários falhas e avarias que parecem acontecer de forma constante, levando a que os próprios motoristas peçam para os clientes “fazerem reclamação”. A 12 de Julho a direcção da operadora falou pela primeira vez, onde garantiu que os constrangimentos iniciais estariam ultrapassados, através do “diálogo e formação”. Certo é que passado tanto tempo de funcionamento as queixas permanecem bastante activas, sendo os maiores prejudicados os seus utilizadores.
O SETUBALENSE falou com alguns utilizadores desta operadora, que se mostraram muito insatisfeitos, principalmente com a carreira que liga Alcochete a Setúbal (1512), cujo funcionamento tem acontecido com vários problemas ao longo dos últimos dias. Entre “vergonhoso” e “revoltante” foram várias as formas de descrever a actuação da operadora, sendo que nenhum lhes teceu elogios. “É vergonhoso que isto aconteça, fico à espera durante horas e não vejo um único autocarro para Setúbal. Uns dias são avarias, outros são problemas técnicos, mas certo é que eu tenho que ir trabalhar e o autocarro nunca passa de acordo com o que está no horário”, referiu José Batista, enquanto esperava pelo autocarro com direcção a Setúbal.
Para além desse aspecto, um dos problemas apontados são os horários que estão em vigor, deixando os utilizadores bastante confusos. “Alguns motoristas dizem-me que andam de acordo com o antigo, outros dizem que é o novo horário, uma pessoa não consegue perceber, parece a confusão do acordo ortográfico a acontecer outra vez”, desabafou um estudante do Instituto Politécnico de Setúbal, que preferiu manter-se anónimo. Uma das críticas também apontadas são os percursos a fazer, com os utilizadores a afirmarem que por vezes nem os motoristas sabem qual o caminho. “No outro dia tive que estar a indicar ao motorista qual o caminho quando chegámos a Setúbal. Ele não entrou directamente para o Interface e andámos a passear pela cidade, tive que estar a dizer-lhe qual o caminho por onde ir”, afirmou a utilizadora Sandra Gomes.
Motoristas pedem que os utilizadores se queixem
Para além dos passageiros, os próprios motoristas agradecem que as pessoas se queixem, para que o serviço possa ser melhorado. “Eu agradeço que as pessoas peçam o Livro de Reclamações, é a única forma de alguma coisa ser alterada. Se os utilizadores não se queixarem dificilmente alguma coisa mudará”, confessou um dos funcionários da Alsa Todi, que prefere manter-se no anonimato. Contrariamente ao que acontece na ligação entre Alcochete e Setúbal, as carreiras para Lisboa parecem funcionar quase na perfeição. Várias pessoas que utilizam esta carreira foram questionadas por O SETUBALENSE, sendo que ninguém teve queixas a apresentar, confessando que tudo parece estar “às mil maravilhas”. O SETUBALENSE enviou algumas questões à Alsa Todi relativamente a estas queixas, que se mostrou disponível para responder, mas que até ao fecho desta edição não enviou as respostas.