Plano Comunidade em Acção está estruturado para dar respostas em sete eixos de intervenção, onde se concentram diversas vulnerabilidades sociais e económica
O presidente da Câmara Municipal de Alcochete, alertou esta quarta-feira que as autarquias estão com dificuldades em cumprir prazos nos projectos financiados, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência, revelando que alguns concursos ficam desertos.
Fernando Pinto falava durante o encontro “Comunidades em acção – operações integradas metropolitanas”, que decorreu hoje em Alcochete, um programa que é considerado com um dos maiores investimentos realizados na Área Metropolitana de Lisboa, ao nível das comunidades desfavorecidas.
O encontro de hoje, de um total de seis encontros bianuais (o primeiro realizou-se em Lisboa, em Setembro de 2023), que decorrerão até ao último trimestre de 2025, incidiu no trabalho dos três municípios do Arco Ribeirinho Sul-Nascente: Alcochete, Montijo e Moita.
O Plano Metropolitano de Apoio às Comunidades Desfavorecidas da Área Metropolitana de Lisboa, que conta com um financiamento de 121,5 milhões de euros por parte do PRR – Plano de Recuperação e Resiliência, será materializado em 31 operações locais, em todos os municípios da área metropolitana de Lisboa, até Dezembro de 2025.
Fernando Pinto destacou a importância desta ajuda financeira, mas manifestou-se preocupado com os ‘timings’ para o seu desenvolvimento, indicando que os concursos de empreitadas começaram a ficar desertos pairando no ar “uma expectativa de que as coisas poderão não correr tão bem quanto o desejado”.
“Vivemos numa região com muitas assimetrias e dificuldades. Esperemos que estes três concelhos possam ser um exemplo no que respeita ao aproveitamento deste PRR no âmbito das operações integradas nas comunidades desfavorecidas. Faço votos para que termine a tempo e horas, mas deixo no ar esta dificuldade”, disse, adiantando que um dos caminhos possíveis poderá ser o incremento do valor das empreitadas.
A mesma preocupação foi manifestada pelo presidente da autarquia da Moita, Carlos Albino.
“Partilho das preocupações que elencou. Não sei se a estratégia de vir a aumentar o preço dos concursos será a melhor estratégia porque vamos todos juntos contribuir para inflacionar os preços”, disse.
Carlos Albino defende que seria mais interessante dilatar os prazos de execução.
O plano Comunidade em Acção está estruturado para dar respostas em sete eixos de intervenção, onde se concentram diversas vulnerabilidades sociais e económicas: ambiente e valorização do espaço público, cultura e criatividade, educação, cidadania e empoderamento das comunidades, emprego e economia local, saúde e dinamização social.
As verbas estão a ser aplicadas em intervenções físicas e em acções imateriais, de acordo com as características, problemas e oportunidades de cada comunidade.