Associação “A vida ama-me” prima pela intergeracionalidade e pela criatividade na sua intervenção

Associação “A vida ama-me” prima pela intergeracionalidade e pela criatividade na sua intervenção

Associação “A vida ama-me” prima pela intergeracionalidade e pela criatividade na sua intervenção

Criar centro de noite na freguesia da Quinta do Conde e chegar a outros concelhos entre os planos para o futuro

A associação “A vida ama-me” chegou à Quinta do Conde há cerca de sete anos. Desde então integra o Conselho Local de Acção Social de Sesimbra e no Verão de 2022 foi inaugurado o centro de reabilitação sénior “Arte de Sorrir”, parte integrante da associação, na Avenida Humberto Delgado na Urbanização Cova dos Vidros.

“Começámos este projecto num processo embrionário na clínica ‘A arte de sorrir’, que também pertence à associação. Não tínhamos os recursos que agora temos mas precisávamos de acolher de alguma forma as pessoas que estavam sozinhas em casa”, começa por contar Paula Queiroz, da associação “A vida ama-me”, a O SETUBALENSE. “O nosso foco é a comunidade, seja ela quem for, sempre nesta vertente social, cultural e desenvolvimento pessoal pela qual nos regemos”, adianta. 

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No centro, “o fundamento é a intergeracionalidade. Acompanhamos a população mais idosa, estamos a intervir precocemente na maior idade, e também a mais jovem e realizamos diversas actividades, abrangendo uma série de factores para integrar ao máximo a comunidade neste processo, de todas as faixas etárias”.

Este projecto conta com o apoio da Junta de Freguesia da Quinta do Conde, da Câmara Municipal de Sesimbra e de diversas entidades e parceiros locais, e com uma equipa constituída por técnicos de saúde e cuidados geriátricos, educadores de infância, educadores sociais, psicólogos e terapeutas, num total de 10 voluntários. “A nossa equipa permite ter esta que no fundo é uma resposta social inteira. Trabalhamos para a comunidade e nesse trabalho envolvemos a comunidade toda, não apenas o nosso centro”, diz.

Durante a semana, há estimulação neurossensorial às segundas-feiras, informática interactiva à terça-feira, com os alunos do Agrupamento de Escolas Michel Giacometti, meditação com taças tibetanas, com Adelaide Galhofa, às quartas-feiras, seguida da oficina de teatro com a companhia Sui Generis, às quintas-feiras, e de aulas de yoga sénior, com Filipa Pinéu. 

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“Não queremos ser centro de dia nem lar, pretendemos ver como o nosso programa de intervenção funciona na prática, para além do papel, e se não resultar reinventamo-nos”, partilha, para depois de contar que até agora o feedback tem sido “muito aconchegante. Somos voluntárias e enche-nos o coração, não só por ser o nosso projecto de vida como também ver os resultados”.

 

“Em 2025, metade da população portuguesa terá mais de 50 anos”

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A dimensão do espaço onde actualmente se encontram a trabalhar tem já em vista o futuro. “De um total de 30 vagas, temos no presente oito utentes e sabemos que não é com dez pessoas que vamos resolver a situação de uma comunidade. Em 2025, metade da população portuguesa terá mais de 50 anos e teremos um problema muito sério em relação à população idosa, que não vai para o lar porque pode estar nas suas casas mas tem de ter sustentabilidade e formas de se manter saudável, física e mentalmente. Pretendemos, por isso, habilitar os nossos séniores para que tenham sempre uma vida activa e saudável, sem estarem dependentes de ninguém enquanto tal seja possível”.

A associação estabelece neste sentido diversas parcerias, com o Centro de Saúde da Quinta do Conde, com associações quintacondenses como a Anime – Projecto de Animação e Formação, que esteve recentemente no espaço a construir caixas-ninho, e com escolas locais, como é o exemplo da Escola Natura, em Azeitão, junto das quais dinamiza acções de formação e actividades diversas. “Não estamos fechados no formato convencional, estamos abertos à inovação, à descoberta de em cada dia percebermos o que podemos fazer mais”.

Entre as ideias e planos para o futuro, Paula Queiroz diz estar “a resolução da situação da mobilidade dos utentes que pretendem ir para o espaço mas não têm transporte. Com uma carrinha nossa, que estamos a tentar que alguma empresa, pela lei do mecenato, nos conceda, podemos chegar a mais pessoas que precisam de, durante o dia, ter este acompanhamento, e esse é o nosso objectivo principal a curto prazo”. Até ao momento, “muitas questões relacionadas com transporte têm sido solucionadas com a ajuda da Junta de Freguesia, que têm sido incansáveis”.

Em meados deste ano, quando o espaço completa um ano de existência, “pensamos começar a levar este projecto a outros locais. Já temos convites para ir para o Barreiro fazer algo semelhante, onde acharam a ideia maravilhosa e estão a contar connosco para isso, têm muita vontade de trabalhar para a comunidade com qualidade”.

Presente está igualmente a ideia de criar um centro de noite na Quinta do Conde, com 20 a 30 camas, para o qual a associação “já tem um parceiro disponível para investir” e está neste momento à procura de uma moradia sem barreiras arquitectónicas. “Será um investimento privado e pensamos que poderá ser uma mais valia para integrar o nosso projecto. Vem fazer um complemento que consideramos necessário à nossa acção, destinado a quem, por exemplo, mora com os filhos que vão de férias e a pessoa não quer ir. Pode ficar no centro de noite durante a noite e ao fim de semana e de manhã vem para o nosso espaço”, remata.

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