António Victorino d’Almeida afirma que estrutura cultural do País não reconhece os artistas

António Victorino d’Almeida afirma que estrutura cultural do País não reconhece os artistas

António Victorino d’Almeida afirma que estrutura cultural do País não reconhece os artistas

O Festival de Piano de Alcochete reconhece os 70 anos de carreira do maestro que fala em bom público e na possibilidade de dar a conhecer mais de si  

Critico da estrutura cultural do País que, na sua opinião, “não podia ser pior”, o Maestro António Victorino d’Almeida reconhece, no entanto, que o público “é bom”, assim como a qualidade dos artistas: “Tocam bem”, afirma. Ao mesmo tempo que elogia concelhos como Alcochete pela espaço que dedica à música erudita e clássica, também afirma que em  Portugal, defende, “não há reconhecimento”, isso apenas acontece no País das pessoas, e não daqueles que decidem. “Passa-se comigo e com todos os artistas”.

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Para o maestro não é aceitável, por exemplo, um País que não tem ópera; “acabou-se”, e isso “não posso aceitar”, afirma. O também compositor, pianista, escritor, realizador de programas de televisão e excelente comunicador, diz que isto só pode acontecer num “País atrasado”, e expressa que em Lisboa “nem há dois espectáculos de ópera em dois fins-de-semana seguidos”. E isto acontece em Portugal, onde “o público é maravilhoso”, afirma.

Do outro lado da moeda “estão outras capitais europeias onde há cerca de dez a quinze concertos deste género musical aos fins-de-semana”.

António Victorino d’Almeida falava ontem a O SETUBALENSE, a quase uma semana antes de dar um recital de piano no Festival de Piano em Alcochete. É a 2 de Junho, numa iniciativa da Câmara de Alcochete, onde o maestro vai ser homenageado pelos seus 70 anos de carreira.

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“O destino é assim”, comenta António Victorino d’Almeida. “Quis que chegasse aos 70 anos de carreira, o que encaro com um sentimento de empatia e uma oportunidade para talvez ainda demonstrar alguma coisa de mim que ainda não seja conhecido”.

Apesar de critico da estrutura criada no País para a divulgação cultural, nomeadamente na área da música erudita ou clássica, considera que as coisas vão menos mal no meio da programação municipal, e fala sobre o que existe em festivais, nomeadamente em territórios como o de Alcochete. “Concelhos como Alcochete estão muito próximo do que acontece em outras cidades na Europa. A diferença está em Lisboa comparativamente com qualquer outra capital”.

E reforça: “Lisboa está muitíssimo atrasada” quanto a espectáculos de música erudita e clássica e isso, afirma: “Não posso desculpar. Não posso desculpar uma Lisboa que ignora o que se passa à sua volta”.

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O Festival de Piano vai decorrer no Fórum Cultural de Alcochete, entre 2 e 5 de Junho, numa 5.ª edição onde vão estar pianistas de renome que, pela primeira vez, pisam este palco em concertos.  Organizado pela Câmara de Alcochete, Conservatório Regional de Artes do Montijo (CRAM) e Escola Superior de Artes Aplicadas. Além de música clássica, o programa engloba dança, masterclasses e palestras.

Para o presidente da Câmara de Alcochete, Fernando Pinto, esta edição “é mais uma oportunidade para o município continuar a marcar a agenda cultural da região, promovendo e apoiando eventos de elevada qualidade e de referência a nível nacional e internacional”.

 

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