24 Julho 2024, Quarta-feira

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Antigo radialista condenado a 22 anos de prisão por deixar mãe morrer à fome em Grândola

Antigo radialista condenado a 22 anos de prisão por deixar mãe morrer à fome em Grândola

Antigo radialista condenado a 22 anos de prisão por deixar mãe morrer à fome em Grândola

Carlos Rosa, de 55 anos, não mostrou qualquer sinal de arrependimento por não alimentar Isabel Velez, de 82 anos

 

O Tribunal de Setúbal condenou o antigo radialista Carlos Rosa a 22 anos de prisão por deixar a mãe de 82 anos morrer à fome em Grândola. O homem, de 55 anos, foi condenado por homicídio qualificado.

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O tribunal teve em conta que Carlos Rosa não mostrou qualquer sinal de arrependimento ou autocrítica. Quando confrontado na sala de audiências com as fotografias do cadáver de Isabel Velez, prostrada na cama da própria casa, com escaras pelo corpo e fezes secas na metade inferior, o arguido não esboçou qualquer remorso.

O antigo radialista negou tudo e jurou até pela sua saúde que tomava conta da mãe. Tentou, inclusive, convencer os juízes de que o estado cadavérico em que a sua progenitora se encontrava fosse devido a uma qualquer falha de diagnóstico no hospital, mas estes não acreditaram.

“A minha mãe comia torradas e cerelac era o seu preferido. Não sei como é que pode ter chegado a este estado. Talvez algo que não lhe tivesse sido diagnosticado”, justificou Carlos Rosa. “Não me venha com coisas”, disse a juíza presidente, para em seguinte acrescentar: “O que está documentado não acontece em dois dias. Pode dizer o que quiser, acredita quem quer”.

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O colectivo de juízes comprovou o crime mais grave imputado pelo Ministério Público, homicídio qualificado, e declarou a indignidade sucessória, ou seja, o arguido não tem direito a receber a herança da vítima.

Carlos Rosa deixou propositadamente a mãe morrer à fome no quarto desta, enquanto passava os dias a ver televisão no quarto ao lado, com ambientadores para disfarçar o cheiro nauseabundo que provinha da divisão.

Isabel Velez faleceu no dia 1 de Agosto de 2020, no número 10 da Rua 25 de Abril. Foi o filho que alertou as autoridades.

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A idosa já não saía da cama há, pelo menos, quatro meses e era lá que fazia as suas necessidades fisiológicas. O filho, alcoólico e desempregado, apenas a alimentava a leite e água, ficando com a reforma de dois mil euros mensais da idosa para gastar consigo.

Não cozinhava. Pedia ao merceeiro para lhe entregar em casa água, chá, sopas Knorr, Tabasco, carne do lombo, leite, mel e marisco congelado, mas a última vez que comprou comida para a sua mãe foi em Janeiro deste ano: uma sopa.

O homem de 55 anos negou o valor da reforma apurado pela investigação, afirmando que este era de 950 euros e que tinha de gerir de forma poupada, como a mãe lhe pedia para fazer.

A última vez que a idosa se deslocou ao hospital foi há dois anos, onde ficou internada durante dois dias. Foi-lhe diagnosticado, no Hospital do Litoral Alentejano, desidratação, sendo que a mesma se encontrava em péssimo estado geral.

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