O autarca alerta a Saúde sobre aqueles que “têm menos condições de autoprotecção”. Vacinação nos lares longe de estar concluída
Depois de ter chamado a atenção para a conveniência de vacinar contra a covid-19 os profissionais do apoio domiciliário, Álvaro Balseiro Amaro, presidente da Câmara Municipal de Palmela, alerta agora as autoridades de saúde para a necessidade de se priorizar as estruturas residenciais para pessoas com deficiência. E lembra, ao mesmo tempo, que a vacinação nos lares do concelho ainda vai a menos de meio.
“As pessoas com deficiência têm menos condições para as medidas de autoprotecção e são um grupo que deve ser priorizado”, afirma o autarca. “Mandei fazer um levantamento [das pessoas] e fiz chegar a informação ao Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Arrábida para que se lembrem destas pessoas”, revela. E sublinha que, nesse âmbito, no concelho de Palmela, existe uma estrutura residencial que deve ser tida em conta: “A Fundação COI, que tem muita gente, muitos utentes e profissionais.”
Isto depois de, na sexta-feira passada e no sábado, ter sido retomado o processo de vacinação nos lares, com a administração da segunda dose a utentes e profissionais. Mas falta passar por muitas estruturas residenciais para idosos, que nem sequer foram ainda abrangidas com a primeira toma da vacina.
“Dada a quantidade de lares, particulares e em processo de legalização, diria que ainda falta realizar a vacinação em 50 por cento ou mais destas estruturas. Temos mais de 80 lares no concelho”, resume o presidente da Câmara. “Falta a primeira dose a muita gente”, reitera, para lembrar de seguida que o surgimento de casos positivos em algumas das estruturas que até estavam inscritas em lista também contribuiu para isso. E dá dois exemplos: “O lar Algeruz Villas. E o da própria Misericórdia de Palmela, que era o primeiro da lista e que, depois de meses sem casos, registou uma ou duas pessoas positivas, o que impediu o processo.”
Idosos e doentes ainda sem data
Sem data à vista até ontem, estava também a vacinação para pessoas do concelho com 80 ou mais anos e também para aqueles que apresentam patologias de risco com idade igual ou superior a 50 anos.
A falta de vacinas explica a situação, já que das 1 500 vacinas que a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo recebeu na semana passada para o efeito coube cem a cada um dos seus 15 ACES, onde se inclui o da Arrábida.
“Temos dado todo o apoio logístico, investido na criação de todas as condições e na facilitação do processo para que a vacinação chegue à nossa população o mais rápido possível. Mas com as vacinas a virem a conta-gotas aumenta mais a ansiedade já existente”, comenta Álvaro Amaro.
O processo para estes grupos de pessoas, em relação ao ACES Arrábida, arrancou na sexta-feira em Setúbal e no Barreiro. E o município de Palmela, tal como outros na Península de Setúbal, já têm todas as condições logísticas preparadas para vacinar.
Desde o passado dia 8, que o centro de vacinação instalado no Pavilhão Desportivo Municipal, em Pinhal Novo, “está pronto” para que seja iniciado o processo, lembra o autarca, a concluir.
Vacinação a bombeiros está mais adiantada
Mais adiantada, no concelho, encontra-se a vacinação de elementos das três corporações de bombeiros. Mais de 50 operacionais das unidades de Águas de Moura, Palmela e Pinhal Novo foram inoculados nos últimos dias na Unidade de Saúde Familiar Pinhal Saúde.
“Na sexta-feira e no sábado, metade dos nomes indicados nas listagens apresentadas pelas corporações de bombeiros recebeu a primeira dose. Os restantes 50 por cento dessas listas serão vacinados ainda esta semana. Até final da próxima sexta-feira, se tudo correr bem, os bombeiros indicados em lista pelas corporações já terão concluída a primeira toma”, avançou Álvaro Amaro.
E para amanhã, 17, está agendada a administração da segunda dose ao conjunto de 45 bombeiros do concelho que receberam a primeira toma nos dias 23 e 24 de Janeiro.