Abastecimento público no Alentejo poderá escapar à falta de água

Abastecimento público no Alentejo poderá escapar à falta de água

Abastecimento público no Alentejo poderá escapar à falta de água

A Barragem do Monte da Rocha poderá não ter carga suficiente para o regadio

O diretor da Administração da Região Hidrográfica do Alentejo reconhece que poderá haver problemas para os agricultores da zona de Campilhas e Alto Sado, mas também confia que o abastecimento público de água não será afectado

 

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A falta de água para os agricultores servidos pela barragem do Monte da Rocha, Ourique, está entre as preocupações que o diretor da Administração da Região Hidrográfica do Alentejo quer ver resolvidas, mas ao mesmo tempo acredita que não haverá problemas no abastecimento público.

“A grande preocupação neste momento é a barragem do Monte da Rocha, que serve os concelhos de Ourique, Castro Verde, Almodôvar e parte dos concelhos de Odemira e de Mértola”, disse o diretor da ARH Alentejo, André Matoso, que falava à agência Lusa depois de participar na “1ª Meia Jornada Agenda Arrábida Sado”, em Setúbal.

“Nos últimos quatro anos, não houve falta de água para abastecimento público em grandes aglomerados, graças à barragem do Alqueva. Em Mértola ainda há pequenas povoações onde tem havido falta de água, mas esse problema tem sido ultrapassado com a distribuição de água por camiões cisterna”, acrescentou André Matoso, admitindo que a situação se poderá repetir este ano.

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No que respeita ao abastecimento de água para a agricultura, André Matoso reconhece que poderá haver problemas para os agricultores da zona de Campilhas e Alto Sado, corroborando as declarações proferidas na quarta-feira pelo ministro da Agricultura, Capoulas Santos, que admitiu “limitações no uso de água para regadio” naquela região alentejana.

“Os agricultores que estão no perímetro de rega de Campilhas e do Alto Sado vão ter um problema, porque vivem da agricultura, da pecuária e não vão ter água que chegue. E as pastagens estão a começar a entrar em declínio”, disse, salientando que este problema poderá ser resolvido dentro de dois anos, porque “já está a ser projetada a ligação da barragem do Monte da Rocha ao Alqueva”.

Segundo André Matoso, por resolver continua ainda a situação da barragem do Pego do Altar, no concelho de Alcácer do Sal, que ainda não está ligada ao Alqueva e que, neste momento, está a cerca de 50% da capacidade de armazenamento de água.

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“A Agência Portuguesa do Ambiente, os agricultores, Câmara de Alcácer do Sal e a EDIA – Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva, estão a estudar a possibilidade de uma ligação à barragem do Alqueva. Neste momento já existe uma ligação à barragem de Vale de Gaio. Vamos tentar também uma ligação ao Pego do Altar”, disse André Matoso, ressalvando que se trata de um processo que está apenas a ser equacionado e que ainda não há uma decisão definitiva sobre a referida ligação do Pego do Altar ao Alqueva.

O diretor da ARH do Alentejo referiu ainda que, depois de concretizadas as ligações do Alqueva à barragem do Monte da Rocha e, eventualmente, à barragem do Pego do Altar, ainda há o problema do preço da água, que alguns agricultores consideram demasiado cara.

“Depois entramos noutra questão: os agricultores dizem-nos que a água chega, mas é muito cara. Mas essa já é uma questão que eu não posso discutir”, disse André Matoso, acrescentando que continua a ser necessária uma sensibilização dos agricultores e da população para a poupança de água.

“O Alqueva foi projetado para rega de milho e algodão, nos anos 80, em que a tecnologia de rega era pouco eficiente – era rega por pivôs e canhões de água. Hoje em dia a rega é feita por sistema gota a gota, ou seja, é possível regar mais área, desde que haja inteligência. Se for a esbanjar não chega nem para metade”, concluiu André Matoso.

 Lusa

 

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