23 Abril 2024, Terça-feira
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Inspectora da PJ diz que acusado de homicídio de Lucas Miranda cooperou desde o início

Ex-namorada e psicóloga do jovem asfixiado até à morte junto ao Centro Jovem Tabor também foram ouvidas no Tribunal de Setúbal

 

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A segunda sessão do julgamento do homicídio de Lucas Miranda, asfixiado até à morte junto ao Centro Jovem Tabor, decorreu esta quarta-feira no Tribunal de Setúbal, com a inspectora da Polícia Judiciária (PJ) responsável pela investigação a esclarecer que Ricardo Cochicho, um dos acusados da morte do jovem de 15 anos, foi cooperante desde o início.

Isto apesar de ter sido alertado para o facto de que podia falar apenas na presença de um advogado. Ricardo Cochicho, um dos jovens acusados do homicídio de Lucas Miranda em Outubro de 2020, contou tudo o que fez à PJ no primeiro dia em que os inspectores se deslocaram ao Centro Tabor à procura de provas do crime.

Tal ocorreu em Março de 2021, um mês depois do corpo ter sido encontrado dentro de um poço. Já Leandro Vultos, o segundo arguido, nunca falou à investigação, excepto em tribunal, onde disse ter asfixiado Lucas até à morte por compaixão e a pedido deste.

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“O corpo foi encontrado no dia 17 de Fevereiro de 2021 e em Março realizámos diligências no Centro Tabor, onde Lucas Miranda esteve institucionalizado. Foi quando Ricardo Cochicho se dirigiu a nós e disse, de forma espontânea, o que aconteceu e levou-nos ao sítio que julgava ter enterrado parte da corda que esta foi encontrada no pescoço da vítima”, disse a inspectora da PJ em tribunal.

Na segunda sessão do julgamento também depôs a ex-namorada de Lucas Miranda, assim como a psicóloga que o acompanhou no mês em que esteve institucionalizado. Ambas negaram que Lucas Miranda tivesse qualquer tendência suicida.

Sónia Banza, psicóloga do Centro Jovem Tabor, desmentiu os arguidos quando estes disseram ter denunciado o pedido de Lucas Miranda para que o matassem dentro da instituição.

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“Apenas em Fevereiro, meses depois de Lucas Miranda estar desaparecido, é que um dos jovens utentes me disse saber que Lucas tinha pedido a Leandro e Ricardo para o matarem. Em mais momento algum soube de nada”, referiu.

A psicóloga explicou ainda que Lucas Miranda era um jovem problemático, perdido no projecto de vida e instável emocionalmente. Questionada sobre se este sofria de depressão, Sónia Banza negou.

Além disso, contou ter sido vítima de ameaça por Leandro Vultos em Fevereiro de 2021. “Ele estava a rasgar uma bíblia na camarata e ordenei que parasse. Ele negou e ameaçou que me atirava de uma janela e dizia que tinha sido eu a pedir para que o fizesse”.

No Tribunal de Setúbal, Ricardo Cochicho admitiu ter ajudado a enforcar a vítima já sem vida e depois a colocar o corpo num poço. Ricardo Cochicho e Leandro Vultos, hoje com 18 anos, estão acusados do homicídio qualificado de Lucas Miranda, com quem estavam institucionalizados.

Leandro Vultos está acusado de asfixiar a vítima, então com 15 anos, e Ricardo Cochicho de ajudar a enforcar o corpo já sem vida numa árvore perto do Centro Jovem Tabor, num plano que o Ministério Público acredita ter sido gizado entre os três, em que terá sido Lucas Miranda a pedir para o matarem.

Contudo, a família de Lucas Miranda nega que o jovem tenha feito tal pedido e aponta como a causa da morte uma forte pancada na cabeça, ao invés da asfixia. Em tribunal, o perito de medicina legal que realizou autópsia ao corpo afirmou que a vítima sofreu uma forte pancada na cabeça que o fez perder a consciência e que só depois foi asfixiado.

“A pancada foi dada com muita violência, antes da morte e não coincide com a queda no poço depois da morte”, explicou. O perito não soube especificar quanto tempo antes da morte foi dada a pancada com um objecto contundente, “uma tábua ou um ferro”. Os dois arguidos, Leandro Vultos e Ricardo Cochicho, negaram ter desferido qualquer pancada em Lucas Miranda, sendo que apenas assumiram a asfixia.

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