7 Junho 2023, Quarta-feira
- PUB -
InícioLocalMontijoCasamento perfeito termina em divórcio de pesadelo

Casamento perfeito termina em divórcio de pesadelo

PSD ‘implode’ em plena reunião de câmara. João Afonso acusou Ilídio Massacote e retirou-lhe a confiança política. Mas recebeu troco: “É uma contrafacção barata de André Ventura”

- PUB -

A fractura não vinha de agora. A “paz podre” estava há muito instalada no número 23 da Praça da República, onde mora a Comissão Política da Secção do Montijo do PSD. E o 23 como que ficou feito num “oito”, nesta quarta-feira, em plena reunião pública da Câmara Municipal, quando o vereador João Afonso – que preside à estrutura local social-democrata e que está já aprovado pela distrital e pela nacional do partido como (re)candidato à presidência da autarquia – retirou a confiança política ao companheiro de bancada, Ilídio Massacote.

O líder “laranja” apresentou uma declaração política que começou com um ataque cerrado ao PS e que terminou com acusações cáusticas àquele que o secundou nas últimas autárquicas. E o “casamento perfeito” de 2021 deu lugar a um “divórcio de pesadelo”.

“Se o PSD do Montijo quer merecer a confiança dos eleitores, não pode permitir que autarcas ou dirigentes seus mercantilizem os cargos, que actuem em claro conflito de interesses, que desrespeitem o mandato conferido pelos eleitores e que sejam cúmplices do socialismo clientelar. O vereador Ilídio Massacote com o seu lamentável comportamento, reiterado, bem patente nas sessões de câmara, violou todos os princípios e valores do PSD”, disparou João Afonso, antes de anunciar que a partir daquela data Ilídio Massacote “deixaria de contar com a confiança política” do PSD. “Pelo que todos os seus actos e posições futuras apenas vincularão o próprio, e não o nosso partido”, vincou, para de seguida deixar um recado: “O PSD do Montijo não pode prometer que no seu interior todos cumpram com o respeito devido aos nossos eleitores e montijenses. Mas pode prometer que, sempre que tal aconteça, agirá sem hesitações ou tibiezas.”

- PUB -

Cópia de André Ventura e ‘deus Sol’

A reacção de Ilídio Massacote não se fez esperar. O vereador pediu a defesa da honra e atirou: “Desde já peço desculpa pela triste figura que o vereador do Chega fez aqui” – mais à frente Ilídio Massacote viria mesmo a classificar João Afonso como “uma contrafacção barata de André Ventura”.

“Fui eleito pelos montijenses, não fui eleito pela Comissão Política do PSD e não estou obrigado a nenhuma disciplina de voto da Comissão Política do PSD, porque é completamente inconstitucional. O vereador Ilídio não abdica de pensar pela sua cabeça, de ter pensamento próprio. E recusa-se a ser mais um do rebanho do ‘deus Sol’”, disse, de permeio, na direcção do líder local do seu partido.

- PUB -

“A minha vida profissional fala por ela, faço este ano 40 anos de carreira, está aí à vista de toda a gente. Nunca tive nenhum cargo público indicado pelo PSD para uma comissão liquidatária. Nunca fui beneficiado pelo PSD, para nada”, prosseguiu, numa crítica implícita a João Afonso. E juntou: “Não sou eu, enquanto vereador, que ataco o PSD nacional. Há entrevistas do senhor vereador [João Afonso] que me envergonham, tenho vergonha alheia. A atacar o PSD nacional, inclusivamente o actual Presidente da República [PR], quando diz que votaria mais rapidamente na senhora apresentadora Cristina Ferreira do que no PR, a dizer que os deputados do PSD nacional [eleitos pelo círculo de Setúbal] são deputados Frankenstein, corta-relvas e que não eram eleitos na rua deles.”

Ilídio Massacote foi mais longe e acusou João Afonso de, em reuniões de câmara, “mentir, adulterar números, na cultura ou associativismo, para ter ‘soundbites’ e aparecer no jornal com parangonas a dizer que está a favor da transparência”. “Como é que alguém pode estar a favor da transparência, quando diz que uma associação recebeu 500 mil euros de apoios públicos quando só recebeu 93 mil?”, questionou.

“A minha primeira condição é estar ao serviço do Montijo e dos montijenses, custe o que custar. O melhor serviço que presto ao meu partido é estar ao serviço dos montijenses e do Montijo. Eu só era bom quando fui a eleições. Isto é próprio de ditadores, de ‘deus Sol’, de gente que acha que é uma marca no Montijo e que ganha sozinho umas eleições. Tenho vergonha alheia desta política do ódio, da maledicência, do bota-abaixo. A política que quero é [a de] construir algo melhor para o Montijo”, concluiu.

Comentários

- PUB -

Mais populares

Festas de Corroios imparáveis de 18 a 27 de Agosto em três palcos

Do rock ao pop, passando pela canção de Coimbra e música africana, as festas esperam por mais de 1 milhão de visitantes

Novo 10 reabre portas apesar de polémica que envolve dívida de 700 mil euros

Caso conhece novos avanços a 2 de Junho, data em que arranca o julgamento

Mulher de 29 anos morre em despiste de motociclo em Palmela

Vítima foi transportada para o Centro Hospitalar Barreiro Montijo onde o óbito foi declarado
- PUB -