Menores foram retirados pela PSP e pelo INEM. Casa, sem higiene, não tinha porta nem janelas
Três crianças, com idades entre os 2 e os 6 anos, foram retirados aos pais, na semana passada, em Setúbal, pela falta de condições em que viviam numa pequena casa, revelou a Polícia de Segurança Pública (PSP) esta segunda-feira.
De acordo com o Comando Distrital de Setúbal da PSP, as três crianças, quando os agentes da Esquadra de Investigação Criminal da Divisão Policial de Setúbal entraram na casa, no Bairro da Conceição, estavam num “extremo estado de insalubridade, denotando grave falta de higiene, hematomas na cara, estando uma delas num avançado estado febril”.
Perante a “gravidade da situação” e o “perigo a que as crianças estavam expostas”, a polícia chamou o INEM e os menores foram transportados para as Urgências Pediátricas do Hospital de São Bernardo, em Setúbal, e acabaram por ficar internadas dois dias.
O estado de saúde não impedia de terem alta clínica no mesmo dia, mas, ainda segundo a PSP, “por indicação médica”, as três crianças ficaram internadas até ao dia 17 de Março.
Os dois adultos com que as crianças viviam, um homem de 23 anos e uma mulher de 25, foram identificados por indícios de crime de exposição ou abandono dos três menores. O caso foi reportado à Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Setúbal, que retirou a guarda das crianças aos progenitores e as encaminhou para uma instituição de acolhimento.
A PSP informa que “o local onde os menores viviam, além de não possuir quaisquer condições de higiene, apresentava-se ainda sem porta de entrada e sem janelas que impedissem a entrada do frio, existindo apenas um colchão colocado no chão onde dormiam cinco pessoas”.
O SETUBALENSE confirmou, no local, que a pequena casa não tem as condições mínimas de higiene e salubridade. Com as paredes e o chão a desfazerem-se, sem portas e janelas, a habitação está cheia de lixo e móveis velhos.
Os vizinhos contam que o casal, que vivia naquele espaço há cerca de um ano, não tinha ocupação fixa conhecida. O homem e a mulher viviam de recolha de sucata e outros biscates.
Os moradores do Bairro da Conceição, que viam a família por ali e com quem O SETUBALENSE falou, dizem que mesmo a criança mais velha, já com seis anos, não deveria andar na escola.
“O menino estava sempre por aqui, nunca o vi de mala nem o ouvi falar em escola”, conta um dos vizinhos, num grupo instalado no café mais próximo, na mesma rua. As crianças são uma menina, de dois anos, e dois rapazes mais velhos, o maior dos quais com seis anos de idade.
A casa está agora devoluta, uma vez que os dois adultos terão partido após a retirada das crianças.
