Bloco rochoso está instável e apresenta “uma extensa fissura de afastamento”, o que obrigou autarquia a encerrar estrada
A circulação na Serra da Arrábida vai permanecer interdita durante o mês de Fevereiro devido ao risco de queda de uma rocha de grandes dimensões. Com o bloco rochoso a apresentar “indícios de instabilidade”, a Câmara de Setúbal tomou a decisão de encerrar até ao dia 28 o troço que garante a ligação entre as praias da Figueirinha e de Galapos.
Em comunicado, a autarquia explica que a situação foi detectada pelo Serviço Municipal de Protecção Civil e Bombeiros de Setúbal, que encontrou “um bloco de volume e peso significativo sobre a estrada de acesso às praias”, com a rocha a apresentar ainda “uma extensa fissura de afastamento”.
O problema levou o município a encerrar ontem, com efeitos imediatos, o “troço da Rua Círio da Arrábida, a partir do túnel da Praia da Figueirinha, sentido nascente/ponte, e a partir da Praia de Galapos, sentido poente/nascente”.
Isto tendo em conta que o bloco rochoso foi detectado “sobre a Rua Círio da Arrábida, logo após o terceiro túnel, a seguir à Praia da Figueirinha, sentido Creiro”.
“A situação configura risco potencial elevado para pessoas, bens e infra-estrutura rodoviária, devido a apresentar uma fenda de tracção no topo do bloco de rocha com uma abertura significativa, que se propaga ao longo de vários metros, e um conjunto de fracturas que circundam esse mesmo bloco”, sublinha a edilidade.
O encerramento do referido troço, e “face ao risco decorrente da circulação de viaturas e pessoas”, decorre no âmbito da “activação do Plano de Emergência de Protecção Civil, em situação de alerta”.
Presidente da Câmara reúne-se com APA, ICNF e Secil
Após tomar conhecimento do problema, detectado durante “a acção de vigilância” levada a cabo pelo Serviço de Protecção Civil e Bombeiros, o presidente da Câmara de Setúbal promoveu esta terça-feira uma reunião que “envolveu todas as entidades que têm responsabilidade neste território”.
Foi no encontro, no qual estiveram responsáveis da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e da empresa Secil, que “foi tirada a conclusão da existência de um risco elevado”, tendo em conta a avaliação “dos primeiros dados disponíveis”.
A reunião teve como objectivo “preparar um plano de prevenção e a actuação urgente, de modo a ser desenvolvida uma solução para contenção e eliminação do risco”. Tendo em conta a urgência da situação, “encontra-se a ser desenvolvido um Estudo Geológico e Geotécnico, que servirá de suporte ao Projecto de Execução para a obra e que permitirá minimizar significativamente o risco associado àquela arriba”.
Ficou então decidido que o troço vai estar encerrado entre os dias 8 e 28 de Fevereiro, “período considerado suficiente para concluir os estudos [necessários] e tomar medidas de contenção e eliminação do risco, que consistirá no desmonte da rocha e recuperação da arriba, com posterior reposição dos sistemas de protecção e contenção”.
Desta forma, é proibida toda a circulação rodoviária neste troço de ligação entre as praias da Figueirinha e de Galapos, “sejam veículos motorizados ou velocípedes, bem como pedonal, não sendo, assim, possível qualquer presença humana na área para qualquer fim, incluindo actividades como a pesca, o turismo, de lazer e desportivas”.
Devido ao fecho deste troço, “o acesso do lado de Setúbal só será possível até à Praia da Figueirinha, devendo, em caso de necessidade de prosseguir, efectuar-se o restante percurso pela estrada superior da Serra da Arrábida, reentrando depois via Portinho da Arrábida, Praia do Creiro ou Praia de Galapos”.
Perigo Presidente da Câmara diz que corte de trânsito deve ser respeitado
O presidente da Câmara de Setúbal explicou que o risco de queda da rocha de grandes dimensões representa “um risco muito elevado”, pelo que pediu a todos que respeitem “o corte de trânsito a viaturas e peões entre as praias da Figueirinha e de Galapos”.
Em visita ao local durante a tarde de ontem, André Martins fez questão de “apelar a toda a população no sentido de não frequentar toda a zona que está delimitada pelos sinais de perigo na Serra da Arrábida”, explica a autarquia em comunicado.
Além disso, o autarca agradeceu “a compreensão de todos” os que frequentam a zona com regularidade. “Esperamos que o mais breve possível possamos resolver esta situação”, disse, depois de agradecer “às várias entidades envolvidas pela rapidez com que deram resposta a esta situação para tomar medidas de emergência”.
