25 Abril 2024, Quinta-feira
- PUB -
InícioLocalSetúbalProtestos da comunidade educativa encerram três escolas secundárias da cidade

Protestos da comunidade educativa encerram três escolas secundárias da cidade

Lima de Freitas, D. João II e Secundária du Bocage foram os estabelecimentos que estiverem de portas fechadas

 

- PUB -

A continuação da greve da comunidade educativa acompanhou o arranque desta semana, com algumas escolas da cidade de Setúbal a manterem as portas fechadas no dia de ontem, terça-feira.

Conforme apurou O SETUBALENSE, a Escola Secundária Lima de Freitas esteve encerrada devida à greve, com os funcionários a juntarem-se ao movimento nacional e a contribuírem para o encerramento do estabelecimento de ensino.

Os professores, à porta, confessaram a O SETUBALENSE que “hoje [ontem] está encerrada, sem certezas” do que acontecerá nos próximos dias. Também a Escola Secundária D. João II e a Escola Secundária du Bocage (conhecida como Liceu) estiveram de portas fechadas, com os professores a exigirem a alteração das carreiras e a reivindicarem direitos.

- PUB -

Os cartazes afixados com palavras de “luta”, “greve”, “manifestação”, “valorização” e “educação” sobressaíram, estando expostos para que, quem por ali passe, não duvide do motivo que leva ao encerramento destas escolas.

Na Secundária D. João II, apenas os professores fizeram greve, sendo que a cantina escolar se manteve em funcionamento, para que, quem quisesse e necessitasse, usufrui-se do espaço.

Escolas abriram mas “não se sabe o dia de amanhã”

- PUB -

Ainda que os dias sejam de incertezas, muitas escolas estiveram abertas, com alunos à vista de quem passou junto aos portões, no exterior, nos intervalos e em momentos de convívio dentro dos estabelecimentos.

Nestes espaços, além das portas estarem abertas, estiveram patentes as tarjas, cartazes e panfletos, que ilustram o descontentamento geral dos professores. A Escola Básica Barbosa du Bocage, descreveu uma assistente operacional a O SETUBALENSE, “tem estado sempre em funcionamento”, com mais uma ressalva de que “o futuro é incerto”.

Já na Escola Básica Luísa Todi, os alunos do 1.º ciclo tiveram a manhã de aulas interrompida, com a retoma do período lectivo a acontecer “à tarde”, revelou um funcionário. As turmas dos restantes ciclos, não sentiram, ao dia de ontem, o efeito das greves da comunidade educativa.

A Escola Secundária D. Manuel Martins e o Agrupamento de Escolas Ordem de Sant’Iago, por sua vez, também tiveram os professores a leccionar, com, mais uma vez, a ressalva de que a inconstância está presente, com o encerramento dos espaços a ser um cenário que pode voltar a repetir-se nos próximos dias.

A Escola Secundária Sebastião da Gama (conhecida como a Comercial) teve uma interrupção lectiva nas primeiras horas da manhã, confirmaram alunos e uma professora a O SETUBALENSE, com as aulas a decorrerem normalmente logo em seguida, enquanto, sublinhou-se, mais uma vez, pela professora, “não se sabe o dia de amanhã”.

Alunos permanecem “em turma” fora da escola

Os estudantes que ficam sem aulas, na sua maioria, “retornam para casa”, esclareceu uma professora. Contudo, O SETUBALENSE constatou junto de alunos que se encontravam nas imediações das escolas fechadas nesta terça-feira que, mesmo fora do estabelecimento de ensino, estes estão em “grupos de turma”, juntos, entre amigos e colegas.

Alguns vão “para cafés passar o tempo”, enquanto outros aproveitaram para passear pelo Parque do Bonfim, sempre de mochila às costas.

“A lutar também estamos a ensinar” é uma das frases proferidas e lidas comumente nos cartazes dos professores em protesto, com, face às manifestações e greves feitas diariamente por todo o país, milhares de alunos a ficarem sem aulas.

A esta luta juntam-se também os próprios estudantes, assim como vários encarregados de educação, que, disse uma assistente operacional a O SETUBALENSE, passam muito tempo na escola e vêem a insatisfação diária de quem trabalha no sector da educação.

Os professores, a quem se juntam os assistentes operacionais, psicólogos e técnicos especializados, pretendem uma “valorização justa da profissão”, sem “quotas e com aumentos salariais”, além da contagem do tempo de serviço.

“A insatisfação destes profissionais vem também ao encontro da proposta de um novo modelo de recrutamento e gestão de docentes”, alterado para, explicou uma professora a O SETUBALENSE, “mapas de docentes e a sua alocação em função dos perfis, definidos pelas escolas e seus projectos, geridos por um concelho de directores”, que acontece dada a transferência de competências do governo central para os municípios – a municipalização – no que respeita ao ensino.

Os protestos acontecem desde finais do ano transacto, com o cenário a repetir-se por várias escolas do Distrito de Setúbal, à semelhança do cenário nacional, com o Ministério da Educação e os sindicatos a negociarem a alteração de modelo de colocação e a contratação dos professores.

- PUB -

Mais populares

Cavalos soltam-se e provocam a morte de participante na Romaria entre Moita e Viana do Alentejo [corrigida]

Vítima ainda foi transportada no helicóptero do INEM, mas acabou por não resistir aos ferimentos sofridos na cabeça

Árvore da Liberdade nasce no Largo José Afonso para evocar 50 anos de Abril

Peça de Ricardo Crista tem tronco de aço corten, seis metros de altura e cerca de uma tonelada e meia de peso

Cravo humano ‘nasce’ no areal da Praia de Albarquel

Cerca de quatro centenas de trabalhadores da autarquia juntaram-se após uma caminhada de três quilómetros
- PUB -