19 Março 2024, Terça-feira
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PS Setúbal e PSD Montijo querem responsável da AML em assembleias municipais a explicar Carris Metropolitana

Proposta socialista e moção social-democrata são hoje submetidas a votação nos respectivos órgãos. Utentes manifestam-se este fim-de-semana

 

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As bancadas do PS, em Setúbal, e do PSD, em Montijo, vão propor nas reuniões desta sexta-feira das respectivas assembleias municipais que estes órgãos deliberativos convoquem uma audiência do primeiro-secretário metropolitano, Carlos Humberto de Carvalho, para prestação de esclarecimentos sobre os problemas registados com a nova rede de transportes públicos rodoviários.

Em Setúbal, a sessão tem início às 19 horas e a proposta dos socialistas, a requerer que a assembleia municipal convoque uma audiência do responsável da Área Metropolitana de Lisboa (AML) a realizar em sessão a agendar para o efeito, será o segundo dos nove pontos que integram a ordem de trabalhos a ser submetidos a votação.

Em Montijo, a assembleia municipal reúne-se esta noite, a partir das 21 horas, e a bancada social-democrata vai apresentar uma moção com objectivo idêntico. No documento, a que O SETUBALENSE teve acesso, os eleitos do PSD requerem também uma audiência àquele responsável da Área Metropolitana de Lisboa (AML) – entidade a quem foi delegada a competência dos transportes rodoviários pelos municípios. Os social-democratas pretendem que a audiência a Carlos Humberto seja realizada numa reunião extraordinária do órgão deliberativo, a convocar já para o próximo mês de Outubro, com um único ponto na ordem de trabalhos: “Prestação do serviço público de transportes de passageiros no concelho do Montijo – audição aos representantes da AML”.

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A iniciativa de social-democratas do Montijo e socialistas de Setúbal acontece na véspera de se completarem quatro meses desde a entrada em funcionamento da Carris Metropolitana em Montijo, Alcochete, Setúbal, Palmela e Moita. Quatro meses de calvário para muitos dos utilizadores da nova rede de transportes públicos rodoviários operada, nestes concelhos, pela empresa Alsa Todi.

A insuficiência de carreiras, sobretudo nas ligações a Lisboa, e o incumprimento de horários são apenas dois dos vários problemas que têm criado, desde o dia 1 do novo serviço, constrangimentos a muitas centenas de utilizadores nos concelhos da Península de Setúbal (Almada, Seixal e Sesimbra, servidos por outra operadora, a TST, também se debatem com o mesmo tipo de dificuldades).

Em Montijo, cerca de meia centena de munícipes apresentaram-se na última reunião pública da Câmara Municipal e relataram o impacto provocado pela incapacidade de resposta da operadora Alsa Todi. Ficam sistematicamente apeados, por os autocarros já chegarem lotados ao concelho, alguns sentem o emprego em risco e têm sido descontados no vencimento por entrarem ao serviço sucessivamente com atraso. E há jovens a percorrerem quilómetros a pé para chegarem à escola.

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O mais recente problema apontado como justificação para a insuficiência do serviço foi a falta de motoristas e a incapacidade de os recrutar no plano doméstico. Ao ponto de a Alsa Todi ter anunciado, de resto, que foi contratar mais de seis dúzias a… Cabo Verde.

Autarcas pedem penalidades

Numa nota de esclarecimento, o Gabinete da Presidência da Câmara Municipal do Montijo informou que Nuno Canta, presidente da autarquia, exigiu na reunião do Conselho Metropolitano de Lisboa, realizada no passado dia 22, “a resolução imediata” dos problemas que têm afectado os utentes do concelho montijense e “a aplicação das penalidades previstas” em contrato à operadora Alsa Todi.

“O presidente da Câmara sublinhou junto das entidades responsáveis pela Carris Metropolitana ser inadmissível que, após vários meses de funcionamento da empresa de transportes públicos, esta continue a evidenciar falhas incompreensíveis que afectam a vida das pessoas. Falhas no cumprimento dos horários, falhas na tipologia dos autocarros, falhas de motoristas, falhas na frequência das carreiras para Lisboa, falhas nos transportes escolares. Considerou ainda inconcebível que os argumentos justificativos das falhas se resumam à falta de motoristas”, lê-se no comunicado divulgado pelo gabinete do autarca montijense.

Em Palmela, no passado dia 21, o executivo municipal, presidido por Álvaro Amaro, assumiu em moção aprovada por unanimidade que “não está disponível para continuar a financiar o sistema” e defendeu também a aplicação das penalidades, tal como o município de Alcochete. Álvaro Amaro, nas redes sociais, foi ainda mais claro: “Não pagaremos nem mais um cêntimo a quem não cumpre o contrato”.

É perante este cenário que hoje, nas assembleias municipais de Setúbal e Montijo, vão estar a votação os pedidos de audiência ao primeiro-secretário da AML.

A Assembleia Municipal de Setúbal apresenta 12 membros da CDU, sete do PS, seis do PSD, dois do Chega, um do Bloco de Esquerda (BE), um do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), e um da Iniciativa Liberal (IL). Integram ainda o órgão os cinco presidentes de junta da CDU por inerência.

Já a Assembleia Municipal do Montijo é composta por sete membros do PS, sete eleitos por PSD/CDS/Aliança, quatro da CDU, um do Chega, um do BE e um da IL, aos quais se juntam cinco presidentes de junta por inerência (quatro do PS e um da CDU).

*Este fim-de-semana Manifestações em Montijo, Setúbal e Almada

O caos nos transportes públicos rodoviários leva à rua, durante este fim-de-semana, manifestações de protesto nos concelhos de Montijo, Setúbal e Almada. Este sábado, a comissão de utentes do Montijo tem agendada para as 10 horas uma concentração/desfile junto ao terminal rodoviário, no centro da cidade montijense. No protesto, os utentes vão exigir mais carreiras, mais horários (compatíveis com o trabalho e a escola), a ligação à estação ferroviária de Pinhal Novo e que nem mais um utente fique apeado sem serviço. Em Setúbal, as autarquias convocaram uma acção para as 10h30, também deste sábado, junto à Praça do Vitória Futebol Clube. E em Almada haverá duas manifestações: uma, no sábado, pelas 10 horas, na Costa de Caparica; e outra, no domingo, pelas 16h30 em Cacilhas.

*  Correcção feita ao dia da manifestação em Cacilhas

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