20 Abril 2024, Sábado
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PJ traça última semana de vida de menina que morreu com sinais de maus-tratos

Investigação vai determinar se a morte da criança de 3 anos resultou de ofensas à integridade física ou se se tratou de um homicídio deliberado

 

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A Polícia Judiciária (PJ) de Setúbal está a delinear os detalhes dos últimos dias de vida de Jéssica Biscaia, a menina de três anos que morreu em casa, em Setúbal, com sinais de maus-tratos.

O corpo permanece no Instituto de Medicina Legal de Setúbal e deverá ser sujeito a autópsia durante esta quarta-feira (ver caixa). A autópsia é determinante para a investigação avançar, ou não, para detenções.

A PJ confirmou ontem à agência Lusa que está a investigar a morte da menor, que terá ocorrido num “quadro evidente de maus-tratos”.

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A investigação, de acordo com a PJ, deverá permitir esclarecer se a morte da menina de três anos resultou de um eventual quadro de ofensas à integridade física, agravadas pelo resultado morte, ou se se tratou de um homicídio deliberado.

Os inspectores da PJ de Setúbal revistaram ontem a casa onde a menina vivia, na Rua Estêvão Liz Velho, no Bairro Santos Nicolau, bem como a casa onde esta passou a semana, até esta segunda-feira, no Beco da Penhana, na Baixa de Setúbal.

A pequena Jéssica esteve ao cuidado de uma conhecida da mãe, numa casa sem condições para serviço de ama. Os contornos dos últimos dias de vida da menina estão sob escrutínio dos inspectores, que se depararam com versões distintas sobre o sucedido.

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Inês, mãe da criança, desempregada, que se dedica à actividade de fadista ao fim-de-semana, disse que deixou a filha aos cuidados de uma ama desde terça-feira, dia 14. Foi buscá-la na segunda-feira e encontrou-a com sinais de maus-tratos, hematomas na face. De acordo com a própria, a ama terá dado Atarax à menina, o que causou sonolência.

Em casa, deitou a criança e durante a tarde apercebeu-se de que não tinha sinais vitais, tendo chamado o 112. Os socorristas do INEM e os bombeiros de Águas de Moura chegaram ao local, entubaram a criança, transportaram-na para o Hospital de São Bernardo, mas esta viria a falecer durante a tarde.

O Centro Hospitalar de Setúbal (CHS) disse à agência Lusa que a menina deu entrada na unidade de saúde “entubada e ventilada”, tendo sido sujeita a manobras de reanimação, mas “não foi possível reverter a situação”.

A PJ de Setúbal esteve durante toda a noite na casa onde Inês mora desde há seis meses com o actual companheiro, que não é pai da criança. Os inspectores procuraram provas que evidenciassem a prática de crime e dirigiram-se depois à casa da suposta ama.

Tita, como é conhecida, terá afirmado que cuidou da menina durante uma semana, mas negou ter dado qualquer medicação. Afirmou que a criança caiu de uma cadeira no domingo, razão pela qual apresentava hematomas. A PJ também realizou buscas na casa residência, localizada no Beco da Penhana.

Até ao final do dia de ontem, a PJ ainda não tinha anunciado nenhuma detenção relacionada com o caso. O resultado da autópsia deverá ser conhecido esta quarta-feira.

O SETUBALENSE entrou em contacto com a mãe de Jéssica, mas esta recusou-se a falar sobre o que aconteceu. Na casa da cuidadora, não se encontrava ninguém que pudesse falar sobre o caso.

Vizinhos, nas duas moradas, mostraram constrangimento sobre o sucedido. Lamentam a morte de uma menina “cheia de vida, alegre e sorridente”. Jéssica tinha outros cinco irmãos, que não residem com a mãe, mas estão com os respectivos pais.

Covid-19 Autópsia depende de teste negativo

A autópsia ao cadáver da menina só deverá realizar-se esta quarta-feira, revelou ontem o coordenador do Gabinete Médico-Legal e Forense da Península de Setúbal, Ferreira Santos.

“A autópsia, com grande probabilidade deverá acontecer amanhã [quarta-feira]. Hoje [terça-feira], à partida, já não deverá ser, dado que ainda nem sequer tenho ordem para realizar autópsia”, disse à agência Lusa Ferreira Santos.

Ainda segundo o coordenador do Gabinete Médico-Legal e Forense da Península de Setúbal, “se o teste à covid-19 der negativo, a autópsia deverá, com grande probabilidade, ter lugar amanhã, quarta-feira”. Se o resultado for positivo, terá que existir uma reavaliação, pois terão de ser tomadas “outras precauções”, acrescentou.

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