23 Julho 2024, Terça-feira

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Unidade de conversão de lítio vai nascer na Mitrena por 700 M€ [actualizada]

Unidade de conversão de lítio vai nascer na Mitrena por 700 M€ [actualizada]

Unidade de conversão de lítio vai nascer na Mitrena por 700 M€ [actualizada]

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Galp e Northvolt aguardam para saber se terão acesso a fundos do PRR. Prevista com nova fábrica criação de cerca de 3 200 postos de trabalho

 

A cidade de Setúbal ‘destronou’ as perto de três dezenas de localizações possíveis e foi a escolhida pelas parceiras Galp e Northvolt para a instalação da nova unidade avançada de conversão de lítio.

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A futura fábrica, a nascer no Parque Industrial Sapec Bay, na Mitrena, representa um mega-investimento de 700 milhões de euros, mas sublinham as empresas que a “decisão final de investimento” deverá apenas ser conhecida no final de 2023.

Em comunicado, explica o consórcio que a cidade portuária “preenche todos os requisitos estabelecidos”, sendo que optaram por Setúbal pelo “acesso a infra-estruturas, caminhos-de-ferro e instalações portuárias, pela localização ideal para obter reagentes” e por estar próxima “de utilizadores de subprodutos, nomeadamente as indústrias do cimento e do papel e pasta de papel”.

Garantem ainda que a unidade em território sadino, que permitirá a criação de aproximadamente 200 postos de trabalho directos e 3 mil indirectos e cujo arranque das operações deverá ocorrer até ao final de 2025, “pretende ser a rampa de lançamento para o desenvolvimento de uma cadeia de valor integrada de baterias de lítio na Europa”.

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“Será uma das maiores e mais sustentáveis da Europa, com capacidade de produção anual inicial entre 28 mil e 35 mil toneladas de hidróxido de lítio – material essencial para a indústria de fabrico de baterias ião-lítio que deverá crescer até 2030”.

Esta quantidade será “suficiente para uma produção anual de baterias equivalente a 50 GWh (Giga Watt hora)”, ou seja, o necessário para alimentar 700 mil veículos eléctricos.

Até ao final do próximo ano, o consórcio aguarda para saber se terá acesso a fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), através de uma candidatura às Agendas Mobilizadoras, cujos resultados só deverão ser revelados no início do Verão.

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Galp e Northvolt dizem que unidade é importante para a Europa

Para o presidente executivo (CEO) da Galp, Andy Brown, citado no comunicado, o investimento previsto para a cidade de Setúbal “é o tipo de projecto que Portugal e a Europa devem desenvolver para o crescimento económico e para a construção de um futuro energético sustentável”.

“Garantir materiais produzidos de forma sustentável para uma indústria de baterias em crescimento exponencial é uma prioridade estratégica para a Europa. Agradecemos ao município de Setúbal por nos acolher e esperamos que a nossa parceria seja geradora de emprego e de valor económico”, sublinhou.

Já Paolo Cerruti, co-fundador e responsável de operações (COO) da Northvolt, garantiu que “esta unidade em Setúbal representa um marco para a Europa, no caminho para a construção de um ecossistema completo de baterias no continente, ao mesmo tempo que demonstra uma abordagem sustentável ao processo de conversão do lítio”.

Com recurso a “um processo de conversão comprovado”, na fábrica vão ser aproveitados “os recentes avanços e tecnologias de processamento para aumentar a sustentabilidade e eficiência da operação”.

A ‘joint venture’ (parceria), denominada Aurora, com uma participação de 50/50 da empresa de energia Galp e do fornecedor sueco de células e sistemas de baterias Northvolt, assegura que vai fazer em Setúbal “uso de energia verde para alimentar o processo de conversão, minimizando assim a dependência do gás natural como acontece na abordagem convencional”.

“Ao abrigo do acordo, a Northvolt garantirá um consumo de até 50% da capacidade da unidade, para utilização no seu próprio fabrico de baterias”. Associação da Indústria da Península aplaude decisão Foi com “grande satisfação” que Nuno Maia, director-geral da Associação da Indústria da Península de Setúbal (AISET), diz ter recebido a notícia da escolha de Setúbal para a instalação da nova unidade avançada de conversão de lítio.

“A AISET vê este investimento como muito positivo. É um investimento que ultrapassa a dimensão local, até porque vem contribuir para a balança das transacções correntes e para as exportações. Como são produtos de valor acrescentado de base industrial, é bastante positivo não só para a região como para o País”, descreveu a O SETUBALENSE.

Além disso, afirma Nuno Maia que “vem confirmar o enorme potencial que Setúbal tem para acolher investimentos industriais relevantes”.

“Temos excelentes infra-estruturas, capital humano em quantidade suficiente e empresas que podem fornecer boas soluções para acolher as novas empresas que se vêm instalando. Tudo isso pode reforçar o ecossistema industrial de excelência que nós queremos construir na Península”, revelou.

Sobre a localização escolhida, disse “concordar” com a mesma por se tratar de “um parque industrial de grande qualidade e com grande tradição, de décadas, em acolher investimentos industriais, além de que tem uma excelente localização, boas-infra-estruturas e boa acessibilidade portuária”.

No que diz respeito a eventuais riscos ambientais que possam surgir durante o processo de conversão do lítio, garantiu o director-geral da AISET que “o processo industrial é feito de uma forma profissional”. “Acho que as vantagens são óbvias. Não consigo identificar nenhum risco particular num processo industrial desta natureza”, disse, a concluir.

André Martins Presidente da Câmara diz-se orgulhoso e que concelho merece

O presidente da Câmara de Setúbal, André Martins, assegura que a autarquia sadina está orgulhosa “por este ter sido o município escolhido” pelas parceiras Galp e Northvolt para a instalação da nova unidade de conversão de lítio, revela a edilidade em comunicado.

Além disso, sublinha o autarca que o concelho, com “áreas industriais qualificadas, boas acessibilidades rodoviárias, ferroviárias e portuárias e uma cidade e um meio social e cultural igualmente atractivos, merece este investimento”.

Já a Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS) revela que a “localização seleccionada beneficia da integração com o Porto de Setúbal, que dispõe de todas as condições para a movimentação de cargas associadas a esta unidade produtiva, nomeadamente com a utilização dos terminais de serviço público existentes no porto”.

Isto tendo em conta que a “unidade receberá cerca de 200 mil toneladas por ano de concentrado de espodumena por via marítima, a que acrescem mais de 110 mil toneladas de outros componentes, estimando exportar 25 mil toneladas de lítio processado para os fabricantes internacionais de cátodos de baterias e mais 260 mil toneladas de subprodutos”.

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