19 Abril 2024, Sexta-feira
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Bacalhôa Adega Museu dedica exposição de telas à “geração esquecida” e sobrevivente do Holocausto

Mostra incide na obra de três artistas judeus, Erich Kahn, Eugen Hersch e Fritz Lowen

 

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A sede da Bacalhôa Vinhos de Portugal, em Vila Nogueira de Azeitão, tem patente, desde quinta-feira, a exposição “Geração esquecida”, dedicada a três artistas marcados pelo período do Holocausto, sentido na pele e vincado na tela pelo facto de serem judeus: Erich Kahn (1904- 1980), Eugen Hersch (1887-1967) e Fritz Lowen (1893-1970).

O Bacalhôa Adega Museu (BAM) recebe, assim, a obra destes artistas sobreviventes, cujo percurso foi interrompido pelo despoletar da II Guerra Mundial e se viram obrigados a exilar-se em Inglaterra, deixando para trás as suas famílias, os seus amigos e as suas carreiras profissionais, dando a conhecer não só o seu trabalho mas também a forma como encararam o exílio forçado e a vida recomeçada.

O trajecto expositivo começa com uma referência ao contexto dos “tempos sombrios da Alemanha Nazi, que marcaram o século XX para todo o sempre”.

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A O SETUBALENSE, Álvaro Silva, o curador da exposição, começa por dizer que a mesma “tem um carácter temporário, mas é um temporário prolongado no tempo, dado também o investimento que se fez em colocar a galeria muito mais moderna e actualizada para colocar o BAM e Museu do Palácio da Bacalhôa como espaços de descentralização da cultura”.

“Geração esquecida” surge da análise das colecções internas da Bacalhôa mas também, nas palavras do seu curador, “de uma análise ao que se está neste momento a passar, o século XXI parece que não aprendeu com os erros do século XX”.

“As imagens que vemos hoje nos media destes celeumas que estão a acontecer pelo mundo fora nos vários quadrantes foram pintadas há 70 anos, fruto de um Holocausto e de uma II Guerra Mundial e por isso esta exposição, com três visões sobre a forma de encarar uma mesma realidade, acaba por surgir como alerta para os tempos que vivemos hoje”.

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Um dos objectivos é, assim, que “não se cometam no século XXI os erros do século XX”. “Estamos a assistir cada vez mais a extremismos, a um galopar de direitas ao nível dos partidos pela Europa fora, no nosso próprio país, pelo que o tema é mais pertinente do que nunca”.

O espaço encontra-se aberto todos os dias e todas as visitas, marcadas para as 10h30, 11h30, 14h30, 15h30 e 16h30, são guiadas. É recomendado o agendamento prévio, visitas sem marcação ficam sujeitas à disponibilidade de guia.

Momento marca arranque das comemorações do centenário

A apresentação da nova mostra marcou também o início das comemorações dos 100 anos de Bacalhôa. Ao longo do ano terão lugar um conjunto de iniciativas para assinalar o aniversário da empresa, que de acordo com a sua equipa “iniciou actividade em 1922, chegando ao seu centenário jovial, empreendedora e irreverente como sempre”.

Com esta inauguração, a Bacalhôa Vinhos de Portugal vem reforçar uma das suas missões, a promoção da cultura e o lema “arte, vinho e paixão” da Bacalhôa, criado e desenvolvido pelo comendador Joe Berardo.

O filho, Renato Berardo, presidente do conselho de administração, frisou que o objectivo da mais recente exposição passa por “não esquecer o passado” pois “é importante não esquecermos a história” e parabenizou a equipa e o trabalho desenvolvido e apresentado na tarde de quinta-feira.

O BAM, que vê assim aumentado o seu percurso expositivo, contempla igualmente uma galeria dedicada à arte africana, com a exposição Out of Africa | Ginga, Rainha de Angola, e outra dedicada à azulejaria, O Azulejo Português do Século XVI ao XX.

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