24 Abril 2024, Quarta-feira
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Centro de vacinação contra a covid-19 ultrapassa barreira das cem mil inoculações em 11 meses

Miguel Lemos, director executivo do ACES Arco Ribeirinho, elogia trabalho dos profissionais de saúde e do município montijense. E realça exemplo de consciência social na comunidade

 

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Ao fim de apenas 11 meses o centro de vacinação em massa contra a covid-19, instalado no Pavilhão Municipal do Esteval, ultrapassou a barreira das cem mil inoculações. Entre 18 de Fevereiro do ano passado e 16 deste mês já tinha sido administrado um total de 112 mil doses da vacina.

O número foi revelado pela Câmara Municipal do Montijo e merece o aplauso de Miguel Lemos, director executivo do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Arco Ribeirinho.

“É exemplo de um esforço colectivo digno de ser realçado e louvado. Houve um movimento colectivo global, a nível nacional, que se conjugou e permitiu colocar no terreno todas as estruturas [centros de vacinação em massa] a funcionar. O mérito deste desempenho está todo nos profissionais de saúde e nos enfermeiros, que continuam a ser uma linha de frente activa e muito presente”, diz Miguel Lemos, sem deixar de destacar outros contributos.

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“Naturalmente, não seria possível sem o apoio do poder local, das câmaras municipais que, através dos serviços de protecção civil, nos deram um apoio excelente na montagem das estruturas em poucos dias”, sublinha, para reforçar de seguida a acção pronta dos municípios: “Uma grande parte dos centros de vacinação em massa foram criados e só depois vieram as orientações [das autoridades de saúde].”

Os créditos pela marca alcançada devem ainda ser repartidos “pelas forças de segurança e bombeiros”. Mas não só. “Deve ser enaltecida a adesão das pessoas à vacinação”, adianta o director executivo do ACES Arco Ribeirinho, ao mesmo tempo que classifica as mais de cem mil doses já administradas em Montijo como “um reflexo directo da tomada de consciência, de cidadania, que a população montijense teve”.

“Somos um dos poucos povos no mundo que demonstrou essa maturidade, essa consciência social, essa responsabilidade, aqui traduzida pela população do Montijo, do arco ribeirinho [sul]”, frisa. A vacinação em massa acabou por se revelar “um processo exemplar”, já que, além dos resultados obtidos, constituiu uma acção inédita. “Nunca tinha acontecido quer a nível local quer nacional quer até mesmo mundial”.

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A vacinação contra a covid-19 é, de resto, uma “senda que deve continuar”. “Ao que tudo indica, olhando para o que são os outros vírus respiratórios, como a gripe, e sem ter alguma segurança científica, estou convicto de que esta vacina deverá vir a integrar o menu da vacinação periódica. Há uma forte probabilidade de que se torne uma rotina”, acredita Miguel Lemos.

Enfermeiros estão cansados mas satisfeitos por ajudar

Um dos rostos do sucesso registado em Montijo é Rute Ribeiro. A enfermeira é responsável pelo centro de vacinação instalado no Pavilhão do Esteval e não esconde que os profissionais de saúde têm estado sujeitos a um esforço suplementar. “Cansados? Claro! Acusamos um grau muito satisfatório de cansaço”, confessa, com o sentido claro de quem está embrenhado numa missão, pelo bem comum.

Rute Neto fazia naquele momento mais uma triagem, num espaço que nos últimos tempos tem sido uma verdadeira segunda casa. A conversa é recuperada mais à frente, depois de cumprida a tarefa que desempenhava, e Rute concretiza sobre o estado de alma dos que têm trabalhado pela saúde de todos nós.

“As pessoas fazem um esforço enorme, fazem das tripas coração”, admite. Até porque, reconhece, existem dificuldades difíceis de ultrapassar. “Trabalhamos com enfermeiros das unidades de saúde – as quais ficam desfalcadas – e outros de empresas [de trabalho temporário] que prestam também serviço em hospitais. Nunca sabemos com que número de funcionários vamos contar, o que é um pouco constrangedor”, revela. “A capacidade máxima instalada está sempre a ser utilizada. Nunca paramos e vacinas não têm faltado”, junta.

O esforço, porém, teve de ser aumentado recentemente. “Até ao arranque do reforço com a terceira dose de vacinação, o centro funcionava de segunda a sexta-feira e, esporadicamente, aos fins-de-semana. Agora passou a funcionar de segunda-feira a domingo, mas mantendo o mesmo número de funcionários, o que causa dificuldade na gestão das folgas do pessoal”, justifica a enfermeira que, ainda assim, consegue empregar dose assinalável de simpatia no discurso.

E quando fala dos utentes, a empatia é contagiante. “Episódios caricatos? Não faltam. Desde aqueles que chegam à porta a tremer que nem varas verdes com receio até outros que se sentam e pedem tempo para respirar antes de serem inoculados”, lembra, por entre risos. “Já me perguntaram: ‘Não vou morrer, pois não?’ E respondi: ‘Vai, algum dia. Mas com a vacina não”, recorda a concluir, em tom afável, com a mesma dose de boa-disposição e tranquilidade e um apelo para que todos se vacinem.

Mais de duas mil crianças dos 5 aos 11 anos vacinadas desde Dezembro

Desde Outubro passado, com o início da administração da terceira dose, já “foram vacinados 32 mil adultos” no centro de vacinação do Montijo, avança a autarquia. Segundo os dados revelados pela edilidade, foram também inoculadas “2 350 crianças entre os 5 e os 11 anos desde Dezembro último”, altura em que arrancou o processo para estas faixas etárias.

Actualmente, o centro de vacinação no Pavilhão do Esteval “encontra-se em modalidade Casa Aberta para maiores de 30 anos vacinados com a Janssen, há pelo menos 90 dias, e para a administração da dose de reforço a utentes com idade igual ou superior a 55 anos”, faz notar o município.

Já o agendamento da vacina “está agora disponível para utentes com 60 ou mais anos para dose de reforço contra a covid-19 e/ou gripe, para utentes com 40 ou mais anos para dose de reforço contra a covid-19 e para utentes com 18 ou mais anos vacinados com Janssen há 90 ou mais dias”, indica a autarquia, a finalizar.

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