23 Abril 2024, Terça-feira
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Educação e aeroporto no Campo de Tiro marcam debate entre cabeças-de-lista à Câmara de Alcochete

‘Choques’ entre o comunista Luís Franco e o socialista Fernando Pinto eram esperados. Um quer ser reeleito, o outro voltar ao poder

 

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O sector da educação e a possível construção do novo aeroporto de Lisboa no Campo de Tiro de Alcochete estiveram no centro do debate entre os cinco candidatos à presidência da Câmara Municipal, que decorreu ontem no Fórum Cultural de Alcochete, as propostas raramente apontaram no mesmo sentido.

Promovido pelo jornal O SETUBALENSE em parceria com a Rádio Sines, Popular FM, M24, ‘O Leme’ e a empresa Morning Panorama – responsável pela cobertura em vídeo e transmissão em directo – o encontro contou com a presença do actual presidente da Câmara de Alcochete, Fernando Pinto que se recandidata pelo PS, a CDU com Luís Franco que volta a tentar a presidência que ocupou durante três mandatos (2005 -2017), Pedro Louro, actual vereador sem pelouro que se candidata pelo PSD, Vasco Pinto, do CDS-PP, que no actual mandato ‘governa’ a pasta do Turismo e Cultura, e Gabriel Mithá Ribeiro que estreia o Chega no combate autárquico.

Os temas passaram ainda pela habitação pública no concelho, mobilidade/ambiente e alterações climáticas, desenvolvimento económico, muito do ponto da alavanca novo aeroporto, e não esqueceu um problema cada vez mais emergente: a apanha de bivalves no Estuário do Tejo, actividade com forte expressão na frente de Alcochete, ‘contaminada’ por muitos mariscadores ilegais em concorrência com os locais que dela sobrevivem.

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Aqui, todos os candidatos recomendam mais regulamentação e acção musculada das autoridades, mas defendem que os mariscadores legais sejam protegidos.

Logo à primeira intervenção, em resposta a questão introduzida pelo jornalista de O SETUBALENSE Mário Rui Sobral, se adivinhou que os candidatos da CDU e PS não iam perder oportunidade para se ‘beliscarem’.

Luís Franco começou por acusar a governação do socialista Fernando Pinto: “Neste mandato não houve desenvolvimento económico”, e “a pandemia não é justificação para essa estagnação”. E lembrou que a crise económica de 2008, essa sim, levou ao “colapso financeiro do Estado”.

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Luís Franco afirma que CDU trouxe pensamento estratégico Não perdeu ainda ocasião para lembrar que, em 12 anos de gestão da CDU, o concelho ganhou em “planeamento, pensamento estratégico, visão política e obras municipais”.

Um sentido que afirma ser retomado caso vença as eleições a 26 de Setembro, não esquecendo o reforço à implementação empresarial, e Alcochete como destino turístico.

Por sorteio, Fernando Pinto foi o segundo na ordem de intervenções, e mostrou estranheza por o candidato da CDU desclassificar o embate financeiro na sequência da pandemia. Mesmo assim, em oposição aos “12 anos de inoperância da CDU” à frente dos destinos do município, o “trabalho feito” pelo PS nestes quatro anos de mandato pode ser “verificado”.

E neste trabalho apontou o que foi feito ao nível da educação: “a menina dos nossos olhos”, como lhe chamou. Estava colocado em cima da mesa um dos principais temas do debate, com o actual presidente a vincar o que foi feito na “requalificação e ampliação de escolas” e a afirmar a necessidade de se construir um novo centro escolar integrado até ao 9.º ano de escolaridade.

Como de grande importância focou a necessária reabilitação e ampliação da Escola Básica 2,3 El-Rei D. Manuel I, em Alcochete.

Esta uma obra unanime para todos os candidatos, mas praticamente não referida pelo candidato do Chega. Gabriel Mithá Ribeiro, que prefere focar-se no sector Ensino, defendeu que o modelo de escola / ensino de qualidade não tem de ser imposto pelo Estado, mas sim resultar de um “debate” com a população.

“A comunidade tem de ter uma palavra sobre isto”. Aliás, o candidato do Chega vincou que o seu partido “assume-se” pela “defesa da família”, e pela “Moral Social”. “Temos de saber quem somos para depois sabermos o que fazer”.

A educação é também um sector chave para o candidato do PSD. Pedro Louro insistiu também na requalificação da Escola Básica El-Rei D. Manuel I que, embora não seja da responsabilidade da autarquia, obriga a Câmara a ser “mais exigente junto do Ministério da Educação”.

Nas linhas que destaca no programa eleitoral social-democrata aponta ainda a necessidade de se investir em creches e haver um programa municipal de apoio às famílias para esta resposta.

A necessidade de obras na mesma básica foi também apontada pelo candidato do CDS-PP, em que o município “tem de intervir independentemente do processo de descentralização de competências”.

Já quanto à requalificação de escolas na alçada do município, Vasco Pinto considera que “foi feito um trabalho irrepreensível”. A construção do nove centro escolar integrado é outra das suas prioridades, devendo este ser alargado ao ensino técnico-profissional.

Fernando Pinto fala em cidade aeroportuária No quadro de outras propostas para o município, aponta que têm de ser cumpridos três objectivos: “Coesão social, crescimento económico e qualidade de vida”.

‘Chamado’ a falar sobre a área da educação no concelho, o candidato comunista atacou de imediato a presidência socialista ao afirmar que “a Câmara de Alcochete não conhece as necessidades do concelho ao nível da educação”, e acrescentou que a Carta Educativa está “desactualizadíssima”.

De acordo está com a construção do novo centro escolar em Alcochete, e também exigiu a requalificação e ampliação da Escola Básica El-Rei D, Manuel I. Sobre a Carta Educativa Fernando Pinto garantiu que esta “entra em vigor no início de 2022″.

Depois de passarem pelo tema da habitação, com os candidatos a focarem medidas para fixar a população jovem, e a mobilidade com medidas em prol do ambiente e alterações climáticas, nomeadamente através do reforço do transporte público, o debate incidiu na possível localização do aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete.

Para o comunista Luís Franco a localização em Alcochete não só é “possível como necessária para servir e dinamizar a economia local, regional e nacional”. Por isso coloca de parte a hipótese da solução Portela +1 que considera o aeroporto na Base Aérea -6 no Montijo.

“É uma zona ambientalmente privilegiada, um santuário estuarino de dimensão europeia”. Além disso, acrescenta, que a localização da infra-estrutura aeroportuária no concelho vizinho é “nefasta para a qualidade de vida da população e sua saúde”; resumindo, disse: “não tem razão de existir”.

Confia que as avaliações ambientais vão demonstrar que “a opção mais privilegiada é o Campo de Tiro de Alcochete”. Já o centrista Vasco Pinto oscila entre certezas.

Lembrou que em 2013 afirmou ser contra a localização do novo aeroporto no Montijo, e agora coloca reticências que o mesmo fique em Alcochete, uma vez que “não será compatível com o desenvolvimento turístico de natureza no concelho”.

Mas, ao mesmo tempo, afirma que também defende o “desenvolvimento económico” que este equipamento pode trazer, contudo: “que não seja à custa do nosso território ou próximo da bacia estuarina do Tejo”.

Portanto, a solução que aponta é: “se for eleito presidente da Câmara de Alcochete vou fazer uma consulta à população para se pronunciar”.

Sobre esta matéria o Chega ainda não tem posição, e aguarda que a direcção nacional do partido se pronuncie. “Queremos que os nossos autarcas tenham uma posição comum”, disse Gabriel Mithá Ribeiro.

Já o cabeça-de-lista do PSD está firme na sua convicção. Para Pedro Louro, se a decisão do Governo for fechar, a curto médio prazo, a Portela, “vamos pensar no Campo de Tiro de Alcochete”, caso contrário é de “equacionar a solução BA-6, no Montijo”.

Por seu lado o recandidato Fernando Pinto avançou com a ideia da “cidade aeroportuária”, em que esta é “importantíssima para o desenvolvimento económico de qualquer município”, uma vez que “traz emprego de qualidade e novas oportunidades de vivência”, portanto o novo aeroporto “não pode ser protelado por mais 50 anos”.

Ao mesmo tempo garantiu: “Não sou subserviente do Governo socialista apesar de sermos da mesma linha política. A minha posição é em prol da população”, isto seja o aeroporto “onde for”, porque a decisão compete ao Governo”.

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