23 Abril 2024, Terça-feira
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Munícipes lançam duas petições públicas para travar edificação de estrutura na Praça de Bocage

Para 599 pessoas, “Praça Rio” representa um atentado patrimonial e urbanístico e as suas verbas deveriam ir para a pandemia

 

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São já 599 os munícipes que assinam duas petições públicas que têm como objectivo travar a edificação da nova estrutura multifuncional na Praça de Bocage, intitulada “Praça Rio”, projecto da Câmara Municipal de Setúbal. Justificam a decisão afirmando que a mesma “constitui um grave atentado patrimonial e urbanístico em virtude da sua inadequação contextual, técnica e legal” e que a verba investida na sua construção deveria ser direccionada “para ajudas de emergência à economia e à cultura setubalenses, no âmbito do combate à covid-19”.

Para o arquitecto Henrique Pintão, que lançou a petição “Travar atentado patrimonial e urbanístico na Praça de Bocage”, “a estrutura não faz sentido e afecta o património local”, explicou a O SETUBALENSE. O mais grave, considera, é “não ter sido pedido um parecer técnico legalmente elegível à Direcção-Geral do Património Cultural”, informação que recolheu através de e-mail junto da DGPC.

Em resposta enviada ao arquitecto no passado dia 8, a direcção-geral informou não ter conhecimento “sobre qualquer projecto para o local” e que iria “solicitar junto da C.M. de Setúbal os devidos esclarecimentos”.

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“Seria expectável que uma câmara pedisse os pareceres a todas as entidades que têm jurisdição ou que têm alguma atitude vinculativa para com aquele tipo de empreitada”, acrescentou Henrique Pintão.

Apesar de actualmente contar já com 251 assinaturas, as suficientes para o documento ser remetido a Assembleia Municipal, o arquitecto não pretende que não se construa nada numa “das principais praças da cidade”, mas sim que seja edificada uma estrutura que se enquadre no espaço.

“Deve-se intervir no espaço público, criando condições para que as pessoas possam usufruir e onde se possam reunir, como condições de sombra e um pequeno espaço verde. A questão é mesmo a configuração formal. Um pequeno jardim ou infra-estruturas para pequenas bancas ou para o comércio local é o que faria sentido”, revelou.

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Já na petição pública “Travar o projecto da Praça Rio na sua localização prevista”, que conta actualmente com 348 apoiantes, é sugerido, ainda, que o projecto seja repensado e que seja estudada “a sua deslocação para um local onde haja uma maior ligação entre o seu nome e a sua localização e onde a arquitectura do equipamento não choque com a zona envolvente”.

O SETUBALENSE tentou obter esclarecimentos junto da Câmara Municipal de Setúbal, mas até ao fecho desta edição não obteve respostas.

Equipamento instalado para actividades culturais

Inspirada na ondulação do Rio Sado, a nova estrutura multifuncional, designada “Praça Rio”, encontra-se a ser instalada na Praça de Bocage pelas mãos da Câmara Municipal de Setúbal, com o objectivo de serem promovidos no espaço diversas actividades culturais.

Contrariamente ao apontado em ambas as petições públicas, a autarquia sadina garantiu, em comunicado de 12 de Janeiro, que o equipamento não interfere com a vertente estética e patrimonial da emblemática praça, representando um investimento superior a 250 mil euros.

A estrutura, “com coberturas em madeira, dispostas em alturas que variam entre os 4,5 e os 9 metros de altura, ocupa uma área com cerca de 400 metros quadrados”. Com “iluminação cénica e um edifício de apoio, criado na zona central”, o novo espaço terá igualmente “a função de ensombramento e protecção durante todo o ano”.

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