26 Abril 2024, Sexta-feira
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Procura de apoio alimentar aumenta entre quem vive nos bairros pobres de Setúbal

O BE afirma que a pobreza extrema e fome aumentaram em Setúbal, falou com instituições e reclama apoios musculados

 

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As pessoas que, no concelho de Setúbal, necessitam de apoio alimentar têm vindo a aumentar com a crise económica decorrente da pandemia covid-19; são casos de pobreza extrema que praticamente a única resposta social que encontram vem de organizações solidárias como a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, na freguesia de S. Sebastião, ou o CASA – Centro de Apoio ao Sem Abrigo.

As duas instituições, entre outras, foram contactadas pela Coordenadora Concelhia de Setúbal do Bloco de Esquerda, que já veio a terreno afirmar que “são cada vez mais os relatos e informações do aumento da pobreza em Setúbal”. Diz Vítor Rosa, membro desta estrutura partidária, que “há uma nova pobreza, em muito devido à perda de emprego, na sequência desta pandemia”.

É também o que diz o padre Constantino Alves, da Paróquia Nossa Senhora da Conceição que, há dez 10 anos, criou o Restaurante Social, aberto na Avenida Bento Jesus Caraça, na cidade, que está a apoiar cada vez mais famílias. “Têm aumentado as pessoas que procuram refeições no Restaurante Social, e também as famílias que vêm levantar cabazes alimentares”, diz o pároco.

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A perda do emprego derivado da crise pandémica, refere, “é uma das causas, mas existem outras”. Certo é, comenta o padre Constantino Alves, que há cerca de um ano procuravam o Restaurante Social “uma média de 55 pessoas”, actualmente, “são entre as 75 a 80 pessoas”; casos de “pobreza extrema”, indica.

E o mesmo está a acontecer com a procura de cabazes alimentares completos facultados pela paróquia. “Antes entregávamos cerca de 80, agora são quase 130. “E aumenta constantemente”.

Na passada sexta-feira, o padre Constantino Alves afirmava a O SETUBALENSE que “recentemente começaram a vir mais seis famílias, todas as semanas, levantar o seu cabaz alimentar”. Poucos minutos depois, cerca das 18h30, acrescentava: “acabou de vir mais uma família, também pela primeira vez, são quatro pessoas”.

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Para além das refeições e cabazes alimentares, a paróquia ajuda ainda, mensalmente, 40 famílias com cartões pré-carregados para comprarem bens alimentares, sendo o valor de cada cartão calculado segundo o agregado familiar.

Quem procura estes apoios solidários são “tanto casais jovens como pessoas com mais idade”, refere o padre Constantino, sendo que muitos dos novos casos “vêm dos bairros da Bela Vista e Quinta da Parvoíce”, ambos em Setúbal. “São pessoas que ficaram sem o emprego e não têm direito a subsídio de desemprego, outras têm um apoio da Segurança Social muitíssimo baixo e, as mais idosas, os filhos já não as conseguem ajudar financeiramente”.

Também o CASA viu chegarem mais pessoas para levantarem cabazes alimentares. “Em Março do ano passado, a instituição ajudava cerca de 25 pessoas, agora são 86”, diz o membro do Bloco Vítor Rosa que, por informação da associação, “boa parte dos pedidos de alimentação vêm de pessoas do Bairro da Quinta da Parvoíce, o que não acontecia antes”.

O aumento de casos apontados por estas duas instituições, “entre outras”, diz o membro da estrutura concelhia do BE, motivaram o partido a reclamar “apoios efectivos” para estas pessoas; apoios que “ajudem a combater as desigualdades que esta crise acentua nas suas mais diversas formas”.

Para o BE é necessário “reforçar de imediato os apoios sociais”, devendo estes ser “mais abrangentes e com limiares acima da pobreza”, uma obrigação que coloca sobre a alçada do “poder nacional ou local”. E acrescenta, em comunicado, que “na actual situação de emergência social como a que atravessamos, os apoios têm que ser para as pessoas e não para obras sem sentido. Têm de ser para as pessoas e não para despedimentos e trabalho precário, tem que ser para as pessoas e não para contenção orçamental”.

Nesta base o partido elenca um pacote de exigências como “apoios sociais efectivos junto da população mais vulnerável e fragilizada, não deixando ninguém para trás”, e “uma efectiva coordenação da rede de apoio domiciliário à pessoa em confinamento ou isolamento, em parceria com instituições locais, com particular destaque para as camadas mais carenciadas da população.

Exige ainda “medidas de apoio duradouras para os sectores económicos mais fustigados pela crise, micro, pequenas e médias empresas, enquanto durar esta emergência social”, assim como “apoio, sem excepção, a todo o movimento associativo e cultural, para além das iniciativas já lançadas”.

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