29 Março 2024, Sexta-feira
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Mercearias a granel regressam do passado para tornar vida da população mais sustentável

Espaços comerciais Castiça, Granelândia e Gasshô unidos pela preocupação com a saúde e com o ambiente

 

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A preocupação com a saúde e com o ambiente são dois dos factores que unem as mercearias a granel que vão surgindo no distrito de Setúbal, como que vindas do passado onde, sem se saber, já se contribuía para o que hoje é intitulado de estilo de vida mais sustentável. Abastecidos de sacos de papel ou pano e frascos de vidro, os espaços dedicam-se à comercialização de produtos avulso que são, maioritariamente, biológicos. No fundo, o objectivo é ensinar aos clientes como devem viver sem gerar desperdício.

No caso de Tiago Santos, proprietário da mercearia biológica Castiça, a vontade de ser mais sustentável cresceu consigo, dado que os seus pais lhe incutiram esta preocupação. Localizada na Torre da Marinha, no Seixal, o espaço é o reflexo da sua vontade de contribuir para o bem-estar do ambiente, onde são vendidos produtos frescos, secos, de higiene e até cosméticos.

“Antes de abrir a Castiça, em 2017, já frequentava lojas semelhantes em Lisboa, onde trabalhava. No entanto, começou-me a despertar o interesse em abrir um espaço meu”, revela. Volvidos três anos, explica que “foram tempos de muita aprendizagem, com um percurso positivo”. “Orgulhoso” com o negócio que construiu, admite que não pretende “voltar à Engenharia Informática”. “Foram as pessoas que puxaram pela Castiça. No início era um espaço centrado em mercearia seca, mas começámos a entrar numa rede de produtores locais, que nos permitiu hoje ter tudo isto”, conta.

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Em termos de adesão, diz que “há pessoas que desconfiam, mas no geral há muita”. “A população está cada vez mais desperta para estas questões. Foi também neste sentido que demos workshops, dados por pessoas ligadas à saúde. Basta vermos quais os hábitos que antes tínhamos para percebermos que alguns eram mais correctos”, acrescenta.

Granelândia nasce de sonho de criança

Em Fernão Ferro, no mesmo concelho, as cores das especiarias e os cheiros dos chás tomam conta do espaço de Carlos Abrantes, dono da loja Granelândia. Aberto há três anos, o espaço dedicado à venda exclusiva de produtos a peso nasceu “de um sonho de criança”. “Ter um estabelecimento a granel sempre fez parte do meu imaginário porque havia uma loja semelhante no sítio onde eu morava”, refere.

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A oportunidade surgiu há cinco anos, quando ficou desempregado, momento que considerou como “perfeito” para avançar. “Apostei as minhas economias e projectei a loja, voltada para o desperdício alimentar, uma vez que a pessoa leva somente a quantidade que pretende”, afirma.

Desde aperitivos, frutos cristalizados, sementes e leguminosas, todos os produtos que comercializa são por si testados. O fruto seco, em particular o caju, demonstra ser o artigo preferido da população, que tem “aderido bem ao conceito”. Para o futuro, há a intenção de “criar uma loja online”.

Da arquitectura ao supermercado biológico Gasshô

Chegado o ano de 2014, Paula e Emanuel Romão ‘arregaçaram as mangas’ e abriram a sua própria mercearia biológica em Setúbal, a Gasshô, depois de se terem mudado de Lisboa para a cidade sadina. Arquitectos de profissão, o casal “sempre investiu em produtos biológicos”, mas começou a sentir que “a sua oferta era muito limitada”. “Não haviam muitos espaços do género, pelo que o meu marido [Emanuel Romão] fez o projecto e abrimos a nossa primeira mercearia perto do Jardim do Bonfim”, informa Paula Romão.

À medida que o negócio foi crescendo, os proprietários começaram a “sentir a necessidade de ampliar o espaço”, motivo que os levou a instalarem-se na Rua Mariano Coelho, passando a ser um supermercado. Além de produtos alimentares a granel, disponibilizam detergentes ecológicos, artigos de saúde e para animais de estimação e outros itens amigos do ambiente.

Para a arquitecta, “o biológico hoje é uma forma de estar na vida, em que a população prefere substituir as embalagens por melhores alternativas”. “A Gasshô é um espaço que me dá imensa vida graças ao contacto directo com as pessoas, pois também elas nos ensinam diariamente”, comenta. O próximo passo passa por criar uma sala de refeições, seguindo uma “alimentação macrobiótica e natural”.

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