27 Abril 2024, Sábado
- PUB -
InícioLocalSeixalSérgio Gomes acredita no humor como instrumento relativizador

Sérgio Gomes acredita no humor como instrumento relativizador

O quotidiano alimenta as cumplicidades avalia este homem do palco que considera a vida como uma carga pesada para todos

 

- PUB -

O Sérgio Gomes é o que se chama um artista de artes cénicas de muitas cambiantes. Um dia destes, fundeámos numa mesa de um modesto restaurante para trocarmos ideais sobre a sua vida e profissão deste homem dos palcos que actualmente estão no Teatro da Terra, uma companhia que, desde há meses, é residente do Fórum Cultural do Seixal.
“Nestes 28 anos de actor e performer, passei por muitas ‘pandemias’, eu que, antes de mais prezo as relações humanas”, sublinha Sérgio Gomes.

Por outro lado, prossegue, “é no quotidiano que encontro a minha linguagem e sentido de humor, que pode ser um instrumento para relativizar certas situações. É que a vida é uma carga pesada para todos nós”.

Nasceu há pouco mais de 50 anos em Lisboa, mas, passado pouco tempo, a família mudou-se para Paio Pires, na altura um forte centro operário que tocava os corações e as almas dos que o serviam. Sérgio, integrado socialmente desde muito novo, não foi estranho a essa influência, que lhe viria a ser útil para a vida e para o exercício da arte que abraçou. Por isso diz que nunca se esquece de que da “amizade nascem cumplicidades várias, mas é o quotidiano que as alimenta”.

- PUB -

Frequentou a Escola Secundária José Afonso e foi aí que contactou com a literatura, que lhe “abriu as portas para o mundo” e sente o valor da experiência. Depois, o serviço militar obrigatório: 14 meses em Vendas Novas, cumprindo funções de escriturário.
Na escola tinha jornalismo, “foi o que mais me encantou”, revela. Entretanto, “soube que em Almada havia uma escola que formava actores, o ‘Marionetista’, e durante seis meses contactei com grandes professores como o João Mota”. Entrou, então, para esse mundo da arte que ainda hoje o “deslumbra e apaixona”. Participou no Festival Mariol (Évora) e FM Porto e, nesse entrementes, descobre a Escola de Artes e Ofícios do Espectáculo, onde cursa artes, durante três anos. “Contacto com muita gente ligada ao teatro”, salienta, “vou à L’ École Superieur de l’ Arte de Marionette, em Charleville-Mézières, nas Ardenas, onde estagiei”.

A vida de Sérgio Gomes não pára, neste momento finaliza a Escola de Artes e Ofícios com “Sonho de uma Noite de Verão”, de William Shakespeare, com encenação de João Perry.

Um pouco de história de vida

- PUB -

Sérgio não é um actor qualquer e a sua experiência é atestada pelas inúmeras representações em que participou com nomes conhecidos do mundo do espectáculo. “Como actor e performer trabalhei com o Colectivo Sopa Produções, participei em espectáculos com encenação de João Perry (Teatro Naciona), Nuno Carinhas (Chapitô), Jorge Silva Melo (Artistas Unidos), António Simão e Joana Barcia (idem), Natália Luiza e Miguel Seabra (Teatro Meredional), Philippe Genty (Expo 98), José Ramalho e Cristina Pereira (Marionetas de Lisboa), João Garcia Miguel (Olho), Gisela Cañamero (Arte Pública), Sandra Faleiro (espect Disney Killer), Miguel Moreira e Francisco Campos (Projecto Ruinas), Claude Krespin (Dir. Art. Cirque du Solei), Marcelli Antunez (La Fura del Baus e Los Rinos), Manuel Guerra (Teatrão), Filipe Duarte (Teatro Villaret) e Maria João Luiz (Teatro da Terra).

No cinema e televisão trabalhou com João Cavate e Francisco Moita Flores, João Botelho, Joaquim Leitão, Raquel Jacinto, Tiago Sousa, Alberto Seixas, Jorge Paixão e Fiodor Lázlo.

O actor confessa que tem muita vontade de voltar ao “universo artístico das marionetas, que oferece viabilidades de representação como nenhuma outra arte”. É que, enquanto actor, “sinto certos limites, enquanto as marionetas oferecem possibilidades de manipulação que permitem criar universos artísticos extremamente interessantes”.

Teatro da Terra: Vários espectáculos em agenda

A classe dos artistas é das que mais sofreu e está a sofrer com a situação pandémica em que o País, e o mundo, está mergulhado. Todavia, Sérgio Gomes está trabalhar numa peça do Teatro da Terra, “Abetarda”, com base num texto de João Monge e encenação de Maria João Luís. Estreou no Avanteatro, da Festa do Avante, e tem vários espectáculos agendados no concelho do Seixal.

Por José Augusto

- PUB -

Mais populares

Cavalos soltam-se e provocam a morte de participante na Romaria entre Moita e Viana do Alentejo [corrigida]

Vítima ainda foi transportada no helicóptero do INEM, mas acabou por não resistir aos ferimentos sofridos na cabeça

Árvore da Liberdade nasce no Largo José Afonso para evocar 50 anos de Abril

Peça de Ricardo Crista tem tronco de aço corten, seis metros de altura e cerca de uma tonelada e meia de peso

Homem de 48 anos morre enquanto trabalhava em Praias do Sado

Trabalhador da Transgrua estava a reparar um telhado na empresa Ascenzo Agro quando caiu de uma altura de 12 metros
- PUB -