26 Abril 2024, Sexta-feira
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“Ver a Área Metropolitana de Lisboa como uma cidade a duas margens é o caminho certo”

Os desafios da construção do novo terminal de contentores no Barreiro são apresentados este Sábado pelo executivo da Câmara Municipal. Entre crescimento económico e riscos ambientais a população tem a oportunidade de esclarecer dúvidas, num contexto de potencial desenvolvimento para o Barreiro

 

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No dia 24 de Novembro, pelas 16h00,o presidente da Câmara Municipal do Barreiro, Frederico Rosa, marca presença numa Sessão Pública de Esclarecimento sobre o Terminal de Contentores do Barreiro. Uma sessão a realizar na Casa da Cultura da Baía do Tejo, planeada no âmbito da consulta pública sobre o Estudo de Impacte Ambiental (EIA), a decorrer até 7 de Dezembro, referente à construção deste terminal portuário.

Um momento em que Rui Braga, vereador responsável pelo Departamento de Planeamento, Gestão Territorial e Equipamentos, na Câmara Municipal do Barreiro, em declarações recentes a O SETUBALENSE – DIÁRIO DA REGIÃO afirma que o novo terminal de contentores, assim como o novo aeroporto, se for alocado no Montijo, representam um grande desenvolvimento para o Arco Ribeirinho Sul, no espaço de uma década.

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Este é o contexto que pode permitir criar a cidade a duas margens, apontada em 2017 pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT) em reuniões conjuntas com os municípios a norte e sul do Tejo. Neste ponto, Rui Braga considera “de facto, no plano teórico, ver a Área Metropolitana de Lisboa como um todo, como se fosse uma cidade só, uma Lisboa a duas margens, é o caminho certo”.

 

Eterno problema dos dragados

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Apesar da ideia sedutora de uma “Lisboa a duas margens”, Rui Braga afirma que não é possível deixar de considerar “factores menos positivos que possam envolver um projecto desta dimensão, contudo estamos certos de que todas as entidades envolvidas no projecto saberão mitigar as questões ambientais menos favoráveis”.

Questões que levam o concelho do Barreiro a flutuar entre os riscos e potencialidades do projecto, com o aproximar do término do processo de consulta pública ao (EIA).

O estudo indica como principais factores negativos, a “acção de construção” do terminal e as alterações na “estrutura funcional da paisagem”. Alterações cujas mitigações são difíceis de concretizar, de acordo com o EIA. Motivo pelo qual fica proposta “a selecção de estruturas o menos robustas possível” e “implementação de um projecto de integração costa”.

Quanto à construção o factor mais preocupante abordado no EIA é o volume de dragagens a serem efectuadas, assim como a respectiva gestão dos materiais. O volume dos materiais dragados, um processo que deve realizado em duas fases, pode atingir os 26 milhões de metros cúbicos de areia.

O volume de materiais a ser dragados encabeça precisamente o conjunto de “impactes negativos mais significativos”, como é referido no EIA.

Viriato Soromenho Marques, fundador da QUERCUS, em declarações O SETUBALENSE-DIÁRIO DA REGIÃO já havia inclusive referido que, “fazendo a conversão de 26 milhões de metros de areia, para metros, estaremos a falar de uma imagem correspondente a uma montanha com cerca de 2 250 metros de altura”. Como comparação, “um volume de materiais que, sim, pode ser mais alto do que uma Serra da Estrela, por exemplo”.

Devido à profundidade e largura da bacia do Tejo, “neste caso no local conhecido com o Mar da Palha”, Viriato Soromenho Marques considera que o volume “embora pareça algo astronómico, não é despropositado ”. Para o ambientalista, mais preocupante “é o facto de se tratar de uma zona de maternidade de espécies marinhas que podem ser afectadas, tal como no caso das dragagens no Sado”. Por isso “os processos de dragagem devem ser feitos com peso e medida, de forma consciente e agilizada gradualmente, de modo a mitigar o máximo possível os impactos menos positivos”.

Do total do volume de areia que se prevê ser dragado, entre 14 a 16 milhões de metros cúbicos serão eliminados por imersão, nas zonas de Alcântara, Algés e ao largo da barra do Tejo. Locais onde habitualmente são colocados materiais provenientes de outras acções de dragagem. A restante areia dragada será utilizada no enchimento do cais portuário do novo terminal de contentores do Barreiro.

 

“A solução do desemprego no Barreiro é um caminho longo a percorrer”

 

Não obstante os factores negativos que uma obra deste porte acarreta. O vereador Rui Braga expõe que, “o Barreiro está com uma taxa de desemprego acima daquilo que é a média nacional”. Para além deste factor, “existe uma grande percentagem da população de trabalha na margem norte do Tejo”. Motivo pelo qual considera essencial “potenciar a fixação de empresas aqui, na margem sul”. Não só no Barreiro, “mas todo o Arco Ribeirinho Sul, que tem condições de criar mais emprego e valor”.

Sendo este, considerado pelo vereador, “o grande desafio da próxima década”. Uma preparação por parte de municípios como o Barreiro “para retirar o máximo possível deste desenvolvimento a sul do Tejo, não só do ponto de vista industrial, mas por uma melhor qualidade de vida e para sermos o que sempre ambicionamos ser: uma terra para viver e para trabalhar, com maior capacidade de emprego”.

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