Utentes de Transporte da Margem Sul querem reunião com Governo para resolver problemas

Utentes de Transporte da Margem Sul querem reunião com Governo para resolver problemas

Utentes de Transporte da Margem Sul querem reunião com Governo para resolver problemas

Documento coloca a necessidade de o Governo tomar medidas urgentes para a resolução dos problemas com que o serviço da Fertagus se confronta

A Comissão de Utentes de Transportes da Margem Sul (CUTMS) solicitou este sábado uma reunião ao Governo para exigir a resolução dos problemas que os afectam diariamente, relacionados com os serviços da Transtejo, Fertagus e Metro Sul do Tejo.

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Numa nota divulgada este sábado, a CUTMS explica que decidiu pedir uma reunião ao Primeiro-Ministro para explicar os problemas e apresentar uma Carta Reivindicativa que elenca as várias questões e que resulta de várias reuniões e iniciativas públicas “amplamente participadas” realizadas durante este mês nas estações de Corroios e do Pragal.

Segundo a comissão, este documento coloca a necessidade de o Governo tomar medidas urgentes para a resolução dos problemas com que o serviço da Fertagus se confronta e medidas estruturais para melhorar o serviço público de transportes entre as duas margens do Tejo, também desenvolvido por outros operadores.

No que se refere à Fertagus, expõem que o serviço prestado “não sofre alterações praticamente desde a sua inauguração, em 1999”, tem as mesmas estações e as mesmas composições, mas a Península de Setúbal e a Área Metropolitana de Lisboa cresceram bastante nestes 25 anos, enquanto a prestação daquela empresa se manteve estagnada.

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Afirmam ainda que a partir de 2019, com a introdução do passe intermodal, “conquista dos utentes” reivindicada durante décadas, “levou a que a procura por o serviço da Fertagus tenha aumentado exponencialmente”, sem que a empresa tenha correspondido a esse volume.

“Quando existe o compromisso governamental com metas e a adopção de medidas que promovam a descarbonização da sociedade, assiste-se ao contrário, pela falta de investimento público e vontade política, temos cada vez mais o recurso ao transporte individual, patente no caos diário na ponte 25 de Abril, não havendo já a chamada ‘hora de ponta’”, afirmam.

A Comissão de Utentes aponta o crescimento demográfico dos últimos anos na Península de Setúbal, a crise estrutural da habitação provocada pela especulação imobiliária que levaram a que cada vez mais pessoas se fixem na margem Sul, com uma maior pressão sobre a rede de transportes públicos e viária, sem que estes fenómenos tenham sido “sinónimo de desenvolvimento de um Serviço Público de Transportes de qualidade, fiável, que respondesse às necessidades dos utentes”.

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Na carta queixa-se de carruagens sobrelotadas, atrasos constantes, dificuldade em sair e entrar nas carruagens, situações de insegurança e pânico, idas regulares do INEM às estações para recolher pessoas que se sentem mal devido ao excesso de passageiros e ameaças, insultos e agressões entre utentes desesperados para entrar ou sair dos comboios e mobilização de polícia e de seguranças para garantir a entrada das pessoas nas composições, entre outros problemas.

No que se refere à Transtejo, queixam-se da reduzida frequência em hora de ponta e do suprimento de barcos diariamente por falta de meios técnicos e humanos, enquanto os autocarros também padecem do mal da falta de adequação de horários e de percurso.

“A faixa BUS entre o Centro Sul, em Almada, e as portagens da Ponte 25 de Abril foi suprimida em benefício de uma obra que só potenciará o uso do veículo automóvel”, afirmam, acrescentando que “todas estas debilidades são sobejamente conhecidas do Governo, porém, nada tem feito para resolver de raiz estes problemas”.

Face a estes problemas, a Comissão de Utentes exige que o executivo tome “medidas urgentes” para resolver o litígio que bloqueia o concurso de aquisição de novas composições, promova activamente a articulação entre todos os operadores do serviço público de transportes e as Infraestruturas de Portugal, com o intento de adequar a sua resposta às necessidades das pessoas coloque a CP a operar no troço da Linha Setúbal – Roma/Areeiro, ficando a Fertagus a operar, por exemplo, o troço Pinhal Novo – Roma/Areeiro e que reabra a faixa BUS do Centro Sul e a estenda até ao tabuleiro da Ponte 25 de Abril.

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