União dos Sindicatos de Setúbal acusa Transtejo de “experimentalismos” com operação de barcos eléctricos

União dos Sindicatos de Setúbal acusa Transtejo de “experimentalismos” com operação de barcos eléctricos

União dos Sindicatos de Setúbal acusa Transtejo de “experimentalismos” com operação de barcos eléctricos

Sindicato indica ainda que, por não terem força para tal, os barcos eléctricos não conseguem transpor ventos superiores a 22 nós

A União dos Sindicatos de Setúbal/CGTP-IN criticou esta terça-feira a opção pelos barcos eléctricos na travessia do Tejo, acusando a Transtejo Soflusa de estar a fazer experimentalismos que “podem pôr em causa as carreiras do Seixal e Cacilhas” para Lisboa.

- PUB -

Numa nota de imprensa, a estrutura sindical refere que existem vários problemas com a operacionalidade dos barcos eléctricos, nomeadamente a questão do carregamento que “muitas vezes não funciona”.

Em declarações à Lusa, Luís Leitão, dirigente da União dos Sindicatos de Setúbal explicou que quando o carregamento não funciona “tem de ser efectuado um contacto com empresa estrangeira para que, de modo remoto, o carregamento possa ser efectuado”.

Por outro lado, adiantou, algumas ordens no barco, nomeadamente paragem e acostagem da embarcação, são também feitas de forma remota.

- PUB -

“Quer o carregamento da bateria, quer operações com o barco não dependem de comunicação nacional”, frisou.

O sindicato indica ainda que, por não terem força para tal, os barcos eléctricos não conseguem transpor ventos superiores a 22 nós, situação que ocorre em muitos dias no Inverno.

A União dos Sindicatos de Setúbal contesta também a venda da embarcação antiga “Aroeira”, quando “os barcos eléctricos ainda estão em teste”, considerando que a não renovação do certificado de navegabilidade de embarcações como o Aroeira (catamarans) é deixar a operação “em risco de não ser realizada”.

- PUB -

“De momento só existem três embarcações quando são necessárias seis, estão encostadas embarcações a necessitar de manutenção, isto para além de algumas embarcações eléctricas que chegam já danificadas”, lamenta o sindicato na nota.

Segundo a estrutura sindical, o dinheiro já despendido para os navios eléctricos há muito que ultrapassou os 57 milhões de euros de contrato, atingindo neste momento 117 milhões de euros.

“O que se exige é que a gestão da Transtejo se deixe de experimentalismos, que se instale os barcos eléctricos, mas que exista um plano B de modo a dar resposta aos utentes e ao ganho que as populações tiveram com o passe social Navegante”, acrescenta a União dos Sindicatos de Setúbal.

No início de Novembro, o presidente da Câmara Municipal do Seixal, reuniu-se com a administração da Transtejo Soflusa devido às sucessivas supressões de carreiras na ligação entre o Seixal, no distrito de Setúbal, e o Cais do Sodré, em Lisboa.

Em declarações à agência Lusa na altura, Paulo Silva disse que no encontro os responsáveis da empresa referiram que durante o mês de Outubro houve a supressão de 89 carreiras, sendo que a maioria se deveu a problemas com o carregamento das baterias dos navios eléctricos.

Ainda de acordo com Paulo Silva, até agora foram entregues cinco navios eléctricos “e todos eles têm apresentado problemas com o sistema de carregamento sendo estes a causa das constantes supressões de carreiras”.

O autarca adiantou também que a presidente do conselho de administração da Transtejo Soflusa assegurou que até ao final do ano o problema ficaria resolvido com a reparação nos sistemas de carregamento e com a estação de carregamento do Cais de Sodré a funcionar.

Na altura a Lusa questionou a empresa, que referiu que a fase experimental da operação regular dos novos navios 100% eléctricos começou em 16 de Setembro, com a realização de algumas carreiras de acordo com o horário comercial em vigor.

Contudo, dadas as especificidades técnicas da operação eléctrica – designadamente, navegação e carregamento dos navios – têm-se registado atrasos em algumas carreiras dos períodos de ponta de alguns dias úteis.

A Transtejo Soflusa é responsável pela ligação fluvial entre o Seixal, Montijo, Cacilhas, Barreiro e Trafaria/Porto Brandão, no distrito de Setúbal, e Lisboa.

Partilhe esta notícia
- PUB -

Notícias Relacionadas

- PUB -
- PUB -