Socialistas apertam Governo para actuar no Perímetro de Rega do Mira

Socialistas apertam Governo para actuar no Perímetro de Rega do Mira

Socialistas apertam Governo para actuar no Perímetro de Rega do Mira

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A Assembleia Municipal de Odemira aprovou uma moção, apresentada pelos eleitos socialistas no passado dia 30, a propor que o Governo tome medidas preventivas imediatas quanto a novos investimentos em instalações agrícolas no território e que seja tomada uma decisão sobre as acções a desencadear num prazo não superior a 30 dias. A posição do órgão surge depois de o primeiro-ministro não ter cumprido com a promessa de que as decisões estariam tomadas até final de Março passado.

No documento, os deputados municipais do PS lembram “a ausência de quaisquer decisões por parte do Governo”, aludindo à “necessidade imediata de acção por parte das autoridades competentes no que diz respeito aos actuais constrangimentos gerados pelos investimentos agrícolas dentro do Perímetro de Rega do Mira (PRM)”, bem como à “necessidade de compatibilização com o plano de Ordenamento do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina (PNASACV)” e ao “forte impacto do fenómeno migratório nos aglomerados urbanos do litoral do concelho e consequente perturbação causada nos serviços públicos” de sectores como os de saúde, finanças, tribunal, segurança social e forças de segurança.

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Além de uma exaustiva cronologia sobre todo o processo, os autarcas salientam a criação, em 10/08/2018, por despacho governamental, do Grupo de Trabalho do Mira, sob coordenação da CCDR Alentejo, que durante três meses reuniu com as várias entidades competentes – CCDR Alentejo, CCDR Algarve, ICNF, ABMira, APA, Câmara Municipal de Aljezur, Câmara Municipal de Odemira, DGAADR, DRAOT-Alentejo, DRAOT-Algarve, Direcção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, representante da Comunidade Científica designado pela Secretaria de Estado do Ordenamento do Território, bem como representantes dos empresários agrícolas – com objectivos bem definidos.

A saber: dar resposta às questões de “alojamentos para trabalhadores agrícolas (permanentes e temporários) no contexto do território dos municípios de Aljezur e de Odemira, incluindo os territórios do PNSACV”, “compatibilização dos valores naturais constantes do PNSACV e da Rede Natura 2000 com a actividade agrícola de regadio, desenvolvida e a desenvolver no PRM, ponderando uma eventual revisão da delimitação do PRM e ou da área abrangida pelo PNSACV” e “clarificação de definições, regras e conceitos, consubstanciados em proposta de regulamento que terá de conter a sistematização da totalidade da informação necessária para apoio à decisão, nomeadamente das câmaras municipais” e demais entidades competentes.

Posteriormente, em 13/12/2018, a Assembleia Municipal de Odemira, em sessão extraordinária “convidou várias entidades para discutir a temática da agricultura intensiva no território, nomeadamente a CCDR Alentejo, o ICNF, a AHSA (Associação de Hortofloricultores, Fruticultores e Floricultores do Sudoeste Alentejano), numa reunião aberta à população”, a qual contou “com inúmeros contributos de particulares, associações e empresários do sector agrícola e do turismo”.

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Da reunião dos vários partidos políticos (PS, CDU, PSD e BE) com assento na Assembleia Municipal, pode ainda ler-se no documento, “resultou uma tomada de posição conjunta a 29/01/2019, remetida a diversas entidades competentes”.

Em 19/03/2019, António Costa, “afirmou em debate quinzenal na Assembleia da Republica que até final de Março seriam tomadas decisões quanto às acções a desencadear no seio do que foi proposto no Grupo de Trabalho do Mira”, acrescenta ainda a moção, que foi agora enviada ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e ao primeiro-ministro, António Costa. O documento foi ainda remetido à ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, Mariana Vieira da Silva, ao ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, ao ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, ao ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, aos grupos parlamentares, e aos presidentes das Câmara de Odemira e Aljezur, os socialistas José Alberto Guerreiro e José Gonçalves, respectivamente, bem como ao presidente da Assembleia Municipal de Aljezur, o também socialista Manuel Santinhos Cristo.

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