Sines vai mostrar pela primeira vez “Tesouro do Africano” com 25 moedas de prata

Sines vai mostrar pela primeira vez “Tesouro do Africano” com 25 moedas de prata

Sines vai mostrar pela primeira vez “Tesouro do Africano” com 25 moedas de prata

Uma coleção de 25 moedas de prata, descoberta junto ao esqueleto d’O Africano, durante uma escavação arqueológica, em Sines (Setúbal), vai ser apresentada pela primeira vez ao público na Casa-forte do museu da cidade.

O conjunto de moedas, designado “Tesouro do Africano”, foi encontrado “às portas do castelo” de Sines, em 2013, no decorrer de uma escavação arqueológica, junto ao esqueleto de um homem africano “com dentes afiados”, que se julga remontar ao século XVI.

“Algumas destas moedas são cunhadas na América Espanhola, dando a entender que foi alguém que circulou no espaço atlântico, talvez um corsário, que tinha estas moedas num bolso secreto, terá morrido algures no mar e foi enterrado apressadamente aqui com este pequeno tesouro”, explicou hoje à agência Lusa Ricardo Pereira, arquiteto do Museu de Sines.

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No espólio, que vai ser apresentado em simultâneo com a abertura ao público da Casa-forte do museu, prevista para maio deste ano, estão moedas que datam desde o reinado de D. Sebastião ao reinado de D. Filipe I, conferindo “um valor artístico e histórico a esta coleção”.

O tesouro inclui “oito moedas de meio tostão e quatro moedas de tostão”, do reinado de D. Sebastião (1554–1578), uma moeda de meio tostão, três moedas de tostão e uma moeda de 80 reais, da época de D. João (1502-1557), e três moedas de quatro ou oito reais, do reinado de Filipe II de Espanha/Filipe I de Portugal (1527-1598).

Serão ainda expostas duas moedas de quatro ou oito reais, cunhadas no México, uma moeda de quatro ou oito reais, cunhada em Lima, e duas moedas espanholas de quatro reais, de Reis Católicos (reinado 1474 a 1516).

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A coleção de 25 moedas foi encontrada em 2013 durante a abertura de uma vala, no Largo Poeta Bocage, no centro histórico de Sines, que colocou a descoberto um cemitério medieval relacionado com a Igreja de São Salvador, tendo sido identificados, pela equipa de arqueólogos e antropólogos, 53 enterramentos e quatro ossários.

Segundo o município de Sines, no litoral alentejano, todos os enterramentos eram cristãos e entre eles “estava um africano muito especial”, com ligações ao mar, que “trazia consigo um saco com 25 moedas de prata” do “Velho e do Novo Mundo”.

O esqueleto d’O Africano está no departamento de antropologia da Universidade de Coimbra.

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Além do “Tesouro do Africano”, a exposição numismática, composta por vários painéis com moedas de prata e ouro, a maioria doadas pelo fundador do Museu de Sines, José Manuel da Costa, ao município e outros núcleos de proveniência arqueológica, ficará completa com uma “viagem cultural” desde o Oriente, passando pela Grécia e Roma, até à atualidade.

“Algumas das moedas têm mais de 25 séculos e são um grande tesouro da cidade, porque a moeda não é apenas um elemento fundamental do desenvolvimento do comércio, mas nestes pequenos fragmentos circula a arte, a cultura e a religião”, sublinhou o arquiteto do Museu de Sines.

Na Casa-forte do Museu de Sines, um investimento municipal de 35 mil euros, está igualmente o Tesouro do Gaio (fenício), encontrado em 1966 e composto por uma gargantilha e brincos e um conjunto raro de cantarias visigóticas.

O Museu de Sines, que alberga igualmente a Casa Museu Vasco da Gama, recebeu perto de seis mil visitantes no ano passado.

Lusa

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