“Descolonização, Guerra e Paz” foi a centralidade de um debate que começou com exibição de um filme sobre o militar Varela Gomes
O Museu do Trabalho Michel Giacometti recebeu, na tarde deste sábado, mais uma iniciativa da Tarde Intercultural, desta vez centrada sobre as temáticas da “Descolonização, Guerra e Paz”. O filme “Varela Gomes – Um olhar próprio”, de Paulo Guerra e Edgar Feldman, foi o ponto de partida para uma tarde de reflexões.
O próprio co-autor da exibição, Paulo Guerra, esteve presente no encontro e explicou o importante papel de Varela Gomes na luta antifascista. Fernando Casaca, actor e director de teatro, também deixou algumas palavras sobre a importância desta personalidade nestes momentos históricos.
Também o Major-general Jorge Aires esteve entre a plateia e, ao falar para o universo de cerca de 20 pessoas, fez “uma reflexão e debate ancorados sobre o que foi a Revolução de Abril para a Paz e a urgência do tempo presente de lutar contra a guerra”, lê-se em relato enviado a O SETUBALENSE. “É preciso avisar toda a gente! Se as forças de Abril não o fizerem, não se faz! Paz sim, Guerra não!”, disse durante a sessão.
Entre os presentes estiveram também o médico António Trabulo, em exercício no Navio Hospital Gil Eanes, e, José André Canhoto Antunes, advogado em tempo de guerra Capitão Miliciano. Ambos têm “obra escrita sobre a Guerra Colonial na Guiné Bissau”, sendo que o primeiro assina o livro “A Guerra da Guiné”, que fala sobre Amílcar Cabral, e, o advogado conta com várias obras assinadas, entre as quais “Guiné, Os Oficiais Milicianos e o 25 de Abril”.
Num encontro em que se relacionou a Revolução dos Cravos, que este ano completou 50 anos, e a libertação dos povos de Angola, Guiné-Bissau e Cabo Verde, Moçambique e de Goa, Damão e Diu, Lucinda Fernandes, técnica na Câmara Municipal de Setúbal, lembrou que é “indissociável da convergência da resistência e luta antifascista do povo português e a luta pela independência, a soberania nacional e a Paz dos povos subjugados ao colonialismo”.
“No seio da luta contra a ditadura, pela Liberdade e a Democracia onde ao longo de 48 anos germinou e cresceu a consciência dos militares que vieram a ser os militares do Movimento das Forças Armadas, vingou uma só batalha, a batalha por um Mundo Melhor”, disse ainda.
O evento contou com organização da autarquia setubalense e da Associação Conquistas da Revolução (ACR).