Quase metade dos contactos via SNS24 para Hospital de Almada encaminhados para centros de saúde

Quase metade dos contactos via SNS24 para Hospital de Almada encaminhados para centros de saúde

Quase metade dos contactos via SNS24 para Hospital de Almada encaminhados para centros de saúde

Utentes só devem dirigir-se aos Serviços de Urgência do HGO depois de entrarem em contacto com o SNS24, e obterem a adequada referenciação

Quase metade dos 26 mil contactos estabelecidos com o SNS24 desde o início do projecto “Ligue Antes, Salve Vidas” na ULS Almada-Seixal foram encaminhados para os cuidados de saúde primários, para consulta em menos de 24 horas.

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A Unidade Local de Saúde Almada-Seixal (ULSAS) aderiu em 17 de Outubro a este projecto da Direcção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS), regulamentado em Janeiro com portaria própria.

O projecto já existe noutras zonas do país e visa reduzir a pressão das urgências dos hospitais devido ao excesso de procura.

Ao abrigo do projecto, a primeira triagem das urgências do Hospital Garcia de Orta (HGO), da ULS Almada-Seixal, é feita pelo SNS24 (808 24 24 24) e os utentes só devem dirigir-se aos Serviços de Urgência do HGO depois de entrarem em contacto com o SNS24, e obterem a adequada referenciação.

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Quem se deslocar à urgência pelo próprio pé, e se recusar a ligar SNS24, explica a ULSAS, perde prioridade no atendimento face a utentes com pulseira da mesma cor, que se estejam referenciados.

Segundo a ULS Almada-Seixal, dos mais de 26.000 contactos estabelecidos com o SNS24, desde o início do projecto “Ligue Antes, Salve Vidas”, cerca de 12.000 (46%) foram encaminhados para os cuidados de saúde primários, para consulta em menos de 24 horas, e mais de 2.500 (9,6%) foram encaminhados para agendamento de consulta superior a 24 horas.

Para os serviços de urgência da ULSAS foram enviados cerca de 9.600 utentes (37%).

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A Unidade Local de Saúde de Almada-Seixal (ULSAS) integra o Hospital Garcia de Orta e o Agrupamento de Centros de Saúde de Almada-Seixal, no distrito de Setúbal.

No sábado, o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) alertou que, em várias Unidades de Saúde Familiar, estão a ser agendadas consultas para utentes não inscritos através da linha SNS24, alegando que este procedimento desrespeita o funcionamento dessas unidades.

Em causa está a marcação de consultas pela linha SNS24 directamente para os cuidados de saúde primários, no âmbito do projecto “Ligue Antes, Salve Vidas”.

Em comunicado, o SIM adiantou ter conhecimento de que, em diversas Unidades de Saúde Familiar (USF) do país, estão a ser agendadas consultas telefónicas para utentes que não estão inscritos nas respectivas unidades.

O SIM salientou que compreende a necessidade de reorganizar a resposta à doença aguda e reconhece as dificuldades das urgências em Portugal, mas manifestou o “seu repúdio pelo facto de este projecto não respeitar e estar a pôr em causa o modelo das USF e as equipas” que nelas trabalham.

Segundo o sindicato, este procedimento colide com a legislação sobre funcionamento das USF, que prevê que estas unidades prestam cuidados de saúde à população que está inscrita e que podem, mas apenas de forma contratualizada e adicional, assumir outras responsabilidades assistenciais.

Perante isso, o SIM enviou ao Ministério da Saúde, assim como a outras entidades do Serviço Nacional de Saúde, uma carta a solicitar a suspensão imediata do procedimento e a contratualização de carteiras adicionais, sempre que se verifique a necessidade de as USF prestarem cuidados a utentes não inscritos.

Na segunda-feira, a associação das Unidades de Saúde Familiar (USF-AN) alertou que tem recebido “numerosas queixas” devido ao agendamento de consultas para utentes não inscritos e que são encaminhados através da linha SNS24, sustentando que “não têm obrigação” de os atender.

“A USF-AN tem recebido numerosas queixas relacionadas com pressões exercidas sobre as USF, exigindo o atendimento de utentes sem médico de família e de utentes esporádicos em situações não emergentes. Em alguns casos, foram reportadas ameaças de processos disciplinares contra coordenadores que recusaram tais atendimentos”, lamentou a USF-AN em comunicado.

A USF-AN esclareceu que, “sem carteira adicional, as USF não têm obrigação de atender os utentes sem médico de família nem os utentes esporádicos, salvaguardando sempre que esteja em risco a vida do utente ou de saúde pública”

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