Providência cautelar tenta ‘travar’ Linha de Muito Alta Tensão no Alentejo

Providência cautelar tenta ‘travar’ Linha de Muito Alta Tensão no Alentejo

Providência cautelar tenta ‘travar’ Linha de Muito Alta Tensão no Alentejo

Acção tem como tem como objectivo “suspender de imediato as obras de construção” da LMAT no eixo Ferreira do Alentejo – Vale Pereiro – Sines

A Associação ProtegeAlentejo avançou com uma providência cautelar no Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) de Beja para suspender a instalação de uma Linha de Muito Alta Tensão (LMAT) entre os municípios de Ferreira do Alentejo e Sines.

- PUB -

Em comunicado enviado à agência Lusa, a associação revelou que a providência cautelar, interposta na passada quarta-feira no TAF de Beja, tem como objectivo “suspender de imediato as obras de construção” da LMAT no eixo Ferreira do Alentejo – Vale Pereiro – Sines, com uma capacidade de 400 Kv (quilovolt).

A implementação da linha neste território, em municípios dos distritos de Beja e de Setúbal, “visa escoar a energia produzida pela central fotovoltaica Fernando Pessoa (anteriormente designada de THSiS), promovida pela empresa Sunshining, S.A, no concelho de Santiago do Cacém”, argumentou.

De acordo com a associação, “esta central [fotovoltaica] foi objecto de dois processos judiciais, ainda sem decisão final”, assim como a LMAT foi alvo, em 23 de Junho de 2024, “de uma acção de impugnação da Declaração de Impacte Ambiental, igualmente sem decisão definitiva”.

- PUB -

Por isso, no entender da ProtegeAlentejo, a inexistência de decisão em relação à acção de impugnação “torna a tentativa de avanço da LMAT inaceitável e precipitada”.

Para a associação, “a construção desta LMAT configura ainda múltiplas infracções aos Instrumentos de Gestão Territorial, incluindo a Reserva Ecológica Nacional, a Reserva Agrícola Nacional, o Ordenamento Florestal e a Estrutura Regional de Protecção e Valorização Ambiental do Alentejo, violando a lei e compromissos ambientais de ordenamento do território”.

“É um projecto que afecta habitats protegidos e que no PDIRT [Plano de Desenvolvimento e Investimento da Rede de Distribuição de Eletricidade] 2025-2034 foi considerado “susceptível de gerar significativas externalidades locais negativas”, alertou.

- PUB -

Ainda segundo a associação, o Estudo de Impacte Ambiental (EIA) do projecto “reconhece que a LMAT existe exclusivamente para servir os interesses da central fotovoltaica Fernando Pessoa (THSiS), revelando tratar-se de um projecto associado, apresentado separadamente apenas para facilitar pareceres favoráveis”.

“Na prática, assiste-se a um acordo entre duas entidades privadas – a Sunshining, S.A. e a REN, S.A. – que se escudam no discurso da transição energética para promover um projecto com fins meramente privados e lucrativos, desprovido de quaisquer benefícios concretos para os cidadãos”, criticou.

Ao repudiar “a constante desvalorização dos direitos das comunidades locais” no que respeita ao “direito à participação informada e activa” nestes processos, a ProtegeAlentejo considerou, no comunicado, que o “reiterado atropelo ao princípio da precaução e à equidade no planeamento destes megaprojectos é inadmissível e lesivo para o território, populações, biodiversidade e futuro do Alentejo”.

A ProtegeAlentejo “não aceita que os interesses de grupos económicos privados sejam disfarçados de ‘progresso verde’, quando na realidade se sacrificam territórios, comunidades e se perpetuam injustiças sociais e ambientais”, pode ler-se.

A denominada transição energética, argumentou a associação, “só será justa se for realmente pensada com e para as pessoas, e não contra elas”.

A Associação ProtegeAlentejo é constituída por residentes das freguesias de São Domingos e Vale de Água, entre outros, que se opõem à construção da central fotovoltaica.

Partilhe esta notícia
- PUB -

Notícias Relacionadas

- PUB -
- PUB -

Apoie O SETUBALENSE e o Jornalismo rumo a um futuro mais sustentado

Assine o jornal ou compre conteúdos avulsos. Oferecemos os seus primeiros 3 euros para gastar!

Quer receber aviso de novas notícias? Sim Não