Emissão está marcada para todas as terças-feiras, às 18h00, na rádio Popular FM 90.9
Um grupo de amigos e colegas do doutoramento em Sustentabilidade da Universidade de Lisboa juntou-se para, num programa de rádio, abordar diversos temas relacionados com o desenvolvimento sustentável, nas suas várias dimensões: social, económica e ambiental.
A estreia é já amanhã, 21 de Março, e os próximos programas serão às terças-feiras, a partir das 18 horas, com duração de vinte minutos. No primeiro programa será feita a apresentação de todos os elementos e a partir do segundo a emissão focar-se-á em temas como alimentação, energia e alterações climáticas, gestão da água, biodiversidade, agricultura sustentável, gestão dos resíduos e economia circular, saúde, consumo sustentável e justiça ambiental e equidade.
“Queremos transmitir às pessoas uma visão holística sobre sustentabilidade. Vamos falar de vários aspectos que precisam de se interligar para de facto o desenvolvimento sustentável acontecer e queremos mostrar que é possível fazer algo e por muito pequeno que seja terá impacto”, começa por dizer Carla Marinheiro Branco, uma das participantes no programa radiofónico, com percurso académico na área da engenharia alimentar e percurso profissional na área do regadio e fundos comunitários.
“A sustentabilidade abarca tantas matérias, tanto conhecimento, que quando se trabalha este tema tem que haver intervenção de várias disciplinas e profissões, tal como acontece no nosso grupo”, adianta.
A Carla juntam-se Ana Oliveira, Georgete Félix, Madalena Conceição, Manuela Carvalho, Juliana Ardenghi, Mariana Reis, Ricardo Coelho, Meng- -Yang Zhao, Ana Luís, Rita Castelo Branco e Susana Viseu.
Temáticas estabelecem ligação ao território e aos ouvintes locais
Com trabalho desenvolvido há mais de 25 anos na área da sustentabilidade, ambiente e nas várias temáticas relacionadas com as questões do ambiente, Susana Viseu, fundadora da organização não-governamental “Business as nature”, juntou-se ao grupo e desempenha actualmente funções de consultora do Presidente da República para estas mesmas áreas, do ambiente, transição climática e energia, recursos hídricos e oceano.
“Com o objectivo de informar todos de forma rigorosa, mas acessível sobre estas temáticas da sustentabilidade, muito transversais, pretendemos trazer algumas questões de actualidade e ligadas ao território, preocupações, mas também exemplos de boas práticas”, diz.
Os temas serão abordados “com especialistas através de entrevistas e de debates, sempre preparados pela equipa, com várias personalidades” que vão trazer e “os ouvintes e as pessoas que vivem no território podem também participar com as questões ou até com pequenas entrevistas que se possam vir a fazer no terreno”.
Neste momento o grupo está a trabalhar na primeira temporada do programa, que será, de acordo com o grupo, “evolutivo”. “Conforme a reacção dos ouvintes, de forma a chegarmos a cada vez mais pessoas e também de maneira a que estas revejam neste programa as suas preocupações e a sua vontade de saber mais sobre estes temas”.
Tal como explica Ana Oliveira, com um percurso académico e profissional na área alimentar: “no primeiro episódio apresentamos aquilo que pretendemos para o programa e todos os envolvidos”. Enquanto “os episódios seguintes serão sobre os desafios da sustentabilidade, com uma abordagem geral sobre este conceito e também sobre o desenvolvimento sustentável”.
Equipa multidisciplinar é “mais-valia” para abordar o tema
Para Georgete Félix, gestora, “desenvolvimento sustentável significa bem-estar, no presente e no futuro, e a perspectiva deste programa será muito vocacionada para o cidadão compreender os desafios em matéria de sustentabilidade existentes na actualidade”.
Os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável realçaram, a partir de 2015, o papel “da sociedade em geral e também das empresas”.
No seu entender, “todos podem contribuir para o desenvolvimento sustentável numa perspectiva de parceria global entre cidadãos, academia, empresas e estados”. Este é “um problema de todos e há um sentido de urgência”. “É essa mensagem que queremos passar, todos podemos dar um contributo e melhorar”.
Manuela Carvalho, com formação na área de economia, por sua vez, diz que o grupo pretende “transmitir conhecimento da ciência de forma muito simples, para que todos possam compreender e ao mesmo tempo que seja útil e interessante para o público em geral”. “Temos que ter consciência que individualmente temos muito poder com as nossas decisões em massa”.
Juliana Ardenghi é nutricionista e integra igualmente o grupo que dinamizará o programa de rádio “Amanhã é perto demais” já a partir de amanhã. “As pessoas hoje falam sobre sustentabilidade, mas é tanta informação que acabam por estar um pouco perdidas. Geralmente só ligam este conceito a questões climáticas ou de ambiente e esquecem-se ou nem sabem que sustentabilidade é um conjunto de acções sociais, económicas e ambientais. Vamos, neste sentido, falar de sustentabilidade dando exemplos práticos do dia-a-dia”, refere.
Por seu turno, Mariana Reis é médica veterinária e considera que a participação neste grupo multidisciplinar na rádio permite abordar temas actuais e complexos como a “one health, um termo que integra a saúde humana, animal e ambiental”.
Simultaneamente, Rita Castelo Branco, agrónoma, encontra neste programa de rádio uma “oportunidade, pois nenhum dos elementos do grupo tem experiência em rádio”. “Vamos usar este meio para passar uma ‘mensagem’ de que estes temas atingem todos de igual para igual e todos podem fazer diferença”.
Esta foi, assim, a forma que o grupo encontrou para “justamente tentar amplificar a diferença que cada um escolhe ter ou fazer”. “Por isso queremos falar de igual para igual com quem nos ouve”.
O programa estará presente nas redes sociais, geridas com “a preocupação de sensibilizar as gerações mais novas”. Tal como diz Madalena Conceição, recém-licenciada em economia, “a sustentabilidade é um assunto de ‘miúdos e graúdos'”. “Gostaríamos de receber o feedback dos nossos ouvintes através destes meios à medida que os programas forem para o ar”.
O nome do programa foi inspirado no tema dos Radio Macau “Amanhã é sempre longe demais” e pretende, segundo o grupo, “transmitir a urgência destas temáticas”. “Também como nos diz a canção de António Variações, que escolhemos para ‘spot musical’, a mensagem é a de fazer hoje e não entrar numa espiral de ‘É p’ra amanhã, deixa lá não faças hoje, porque amanhã tudo se há-de arranjar…”.