Presidente da Transtejo admite que empresa tem falhado com os utentes

Presidente da Transtejo admite que empresa tem falhado com os utentes

Presidente da Transtejo admite que empresa tem falhado com os utentes

||Bruno Vitorino

Administradora disse ainda que a empresa está a trabalhar para em outubro repor o ajuste da oferta para a ligação entre Cacilhas e Cais do Sodré

A presidente do Conselho de Administração da Transtejo/Soflusa admitiu esta terça-feira que a empresa tem falhado para com os utentes, mas considerou que o projeto da frota elétrica de navios está a funcionar e que o serviço tem melhorado.

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“Temos de reconhecer que temos falhado e reiteramos o nosso compromisso para melhorar o serviço que prestamos”, disse Alexandra Ferreira de Carvalho numa audição na Comissão Parlamentar de Infraestruturas, Mobilidade e Habitação, em Lisboa, sobre a situação da Transtejo e o serviço público fluvial no eixo Seixal–Cais do Sodré.

Alexandra Ferreira de Carvalho explicou que a operação elétrica começou no Seixal em maio, tendo o número de supressões diminuído em junho, julho e setembro, assim como a necessidade de recorrer a navios a diesel.

“No mês de julho a única ligação que não teve qualquer supressão por avaria foi exatamente a ligação do Seixal”, disse.

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A análise da responsável da Transtejo/Soflusa sobre o funcionamento do serviço no Seixal, onde a ligação é completamente elétrica, com três navios adstritos, contrasta com a posição da Comissão de Utentes dos Transportes Públicos do Seixal, que também hoje foi ouvida em sede de comissão parlamentar.

Cristina Pereira, da comissão de utentes, disse aos deputados que a ligação fluvial entre o Seixal e o Cais do Sodré (Lisboa) tem sucessivas supressões “sem motivo e sem justificação” e que os passageiros do Seixal têm a noção de que o início da operação elétrica naquela estação “é um presente envenenado”.

Hernâni Magalhães, também do grupo de cidadãos, criticou o facto de terem sido criados novos horários que não beneficiaram os utentes.

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“O que queremos é que haja horários que sejam discutidos com os utentes. Somos contribuintes como todos os outros e temos direito a transportes públicos de qualidade. Como? Com mais barcos a funcionar, admitindo mais pessoal se for necessário. O caminho é esse, não pode ser restringir e dificultar”, disse.

Já a presidente do Conselho de Administração da Transtejo Soflusa disse aos deputados que a empresa está a fazer um esforço para que a operação corra bem, classificando o projeto como inovador e ambicioso.

Segundo Alexandra Ferreira de Carvalho, a ligação do Seixal e do Barreiro tem verificado um aumento percentual no número de passageiros.

O serviço de ligação fluvial entre as duas margens assegurado por seis navios elétricos e 12 navios convencionais registou 920 supressões no primeiro semestre deste ano, indicou, referindo diversos motivos, entre os quais indisponibilidade da frota por avarias, assistência a passageiros, plenários, acidentes ou distúrbios causados por passageiros.

A Transtejo, adiantou, tem atualmente nove navios elétricos, três dos quais não estão a navegar (o Cegonha Branca devido a um acidente e os outros dois porque não têm ainda o certificado de navegabilidade), estando prevista a chegada em outubro do décimo e último navio da frota.

A administradora disse ainda que a empresa está a trabalhar para em outubro repor o ajuste da oferta para a ligação entre Cacilhas e Cais do Sodré, que passa a ter três navios.

Também no próximo mês, explicou, vão ser iniciados os testes para a carreira do Montijo para apurar também os tempos de viagem.

Admitindo que mesmo com a entrada em funcionamento dos 10 navios elétricos a empresa continua a ter um problema de falta de fiabilidade, a responsável disse ter sido mandatada pela tutela para fazer um levantamento das necessidades de frota para os próximos 10 anos, de forma a assegurar a redundância de navios.

A Transtejo/Soflusa (TTSL) é responsável pelas ligações fluviais entre o Seixal, Montijo, Cacilhas (Almada), Barreiro e Trafaria/Porto Brandão (Almada) e Lisboa.

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