Presidente da Socorros Mútuos afirma que “ajuda social enfrenta graves problemas financeiros”

Presidente da Socorros Mútuos afirma que “ajuda social enfrenta graves problemas financeiros”

Presidente da Socorros Mútuos afirma que “ajuda social enfrenta graves problemas financeiros”

Fernando Paulino

Associação celebra 132 anos hoje e mantém-se firme na sua missão de levar cuidados de saúde a todos

 

Nascida a partir da união de pedreiros, carpinteiros, pintores e até pescadores na luta por mais saúde, a celebrar 132 anos a Associação de Socorros Mútuos Setubalense (ASMS) continua a defender a missão da entreajuda. Mas, em tempo de pandemia, com “o dobro da despesa e os mesmos recursos”, Fernando Paulino, presidente da direcção da ASMS, reflecte sobre “um futuro preocupante”. O próximo semestre será mesmo “um grande desafio de sobrevivência financeira”. Não só para a Socorros Mútuos, como para outras instituições do concelho e do distrito.

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Hoje, a ASMS continua a apostar no acesso a cuidados de saúde para todos, mas adicionou à sua missão o apoio à terceira idade em centro de dia e, agora devido à Covid-19, um grande reforço no apoio domiciliário, “para que os utentes em isolamento não fiquem sem acompanhamento”.

Papel que, tanto a Socorros Mútuos Setubalense, como as outras associações mutualistas do país assumem “desde o tempo em que não existia Estado de Providência Social para dar respostas de saúde e acompanhamento social às populações”, explica Fernando Paulino.

Um papel percursor face ao que hoje é o Serviço Nacional de Saúde e a Segurança Social e que poderá estar em risco “se os apoios financeiros não forem requalificados”.
A Covid-19 trouxe um esforço redobrado de equipas e necessidade de mais equipamentos.

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Máscaras, batas, luvas, medicamentos, alimentos, roupa e equipamentos domésticos “vão ser necessários em maior quantidade, para responder a todos os desafios que a Covid-19 trará”.

Aliás, desde que a Covid-19 chegou ao concelho a ASMS já gastou “muitos milhares de euros só em Equipamentos de Protecção Individual, num mercado que pratica preços livres e no qual as instituições estão a comprar sem regulamentação que impeça a prática destes preços”. Situação sobre a qual Fernando Paulino reafirma: “é preciso rever isso com urgência”.

Apesar dos desafios, o dirigente garante que a ASMS é uma “instituição aberta, inserida na zona histórica da cidade e não volta costas a ninguém”. Com os seus 40 funcionários e uma bolsa de voluntários dedicados a levar ajuda aos mais 3 500 associados, assim como “a todas as pessoas que procurem a ASMS em um momento difícil das suas vidas”.

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Distinção nos cuidados de saúde

A par do apoio social e centro de dia a clínica da ASMS tem alguns dos serviços mais procurados pela comunidade setubalense, que devido a baixos rendimentos e às listas de espera do Serviço Nacional de Saúde, encontra naquele espaço a resposta necessária.
Actualmente, a clínica conta com 17 especialidades médicas, que prestam cuidados de saúde nas áreas de cirurgia geral, obstetrícia, medicina dentária e próteses dentárias, ortopedia, neuropsicologia, psiquiatria, otorrinolaringologia, oftalmologia, cardiologia, reumatologia, ginecologia, urologia, gastroenterologia, alergologia, fisiatria, neurologia e planeamento familiar.

Desde o desconfinamento quase todos já retomaram consultas, “à excepção das consultas de dentista”.

A casa de todos onde acaba a solidão

Na Associação de Socorros Mútuos Setubalense comunidade “encontra a sua casa”, lugar onde “acaba a solidão”, afirma Fernando Paulino, que leva mais de 25 anos de trabalho na associação.

Mas, as últimas décadas, foram o tempo das grandes mudanças, que permitiram manter este apoio constante até hoje.

A Associação de Socorros Mútuos Setubalense passou por grande mudança em Julho de 1996, quando inaugurou o Centro de Dia. Ao qual se seguiu, em 1997, o início do Serviço de Apoio Domiciliário. “Apoio através do qual a população com carências económicas encontra o apoio necessário para aceder ao Rendimento Social de Inserção e cuidados continuados, através de equipas interinstitucionais.

Um trabalho de rede social que se consolidou em 2010 com a criação da Loja Amiga, para recolha e distribuição de bens usados. E, em 2011, na sequência do Programa de Emergência Alimentar foi criada a Cantina Social, para distribuição diária de refeições.

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