Porto de Sines ambiciona “crescimento de dois dígitos” nos contentores este ano

Porto de Sines ambiciona “crescimento de dois dígitos” nos contentores este ano

Porto de Sines ambiciona “crescimento de dois dígitos” nos contentores este ano

Fernanda da Luz Albino (vogal executiva)

Movimentação de carga em 2019 decresceu 12% sobretudo pelos efeitos da descarbonização. Redução nas centrais termoeléctricas do Pego e de Sines retirou dois milhões de toneladas de carvão ao movimento portuário. Sustentabilidade do porto passa pelo alargamento do terminal da PSA e pela construção do novo Terminal Vasco da Gama

 

 

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O porto de Sines, no litoral alentejano, prevê alcançar este ano “um crescimento de dois
dígitos na carga contentorizada”, depois de um decréscimo de 12% em 2019, disse ontem o presidente da administração.

“O ano de 2020 vai ser muito importante para o porto de Sines, porque vamos retomar o ciclo de crescimento de anos anteriores e, mesmo na carga contentorizada, acredito que vamos ter um crescimento de dois dígitos”, assegurou o presidente da Administração dos Portos de Sines e do Algarve (APS), José Luís Cacho.

Durante um encontro com jornalistas para fazer o balanço da atividade do porto de Sines, no distrito de Setúbal, que, em 2019, sofreu “um decréscimo de cerca de 12 por cento”, o
presidente do conselho de administração da APS lembrou o facto de Sines ter sido o porto “que mais cresceu na Europa” nos últimos cinco anos.

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“Foi um ano [2019] de ajustamento, porque Sines foi o porto que mais cresceu na Europa nos últimos cinco a seis anos, e, fruto de um problema estrutural relacionado com a
descarbonização da economia, o porto no seu todo teve perdas significativas de movimento”, reconheceu.

No ano passado, disse, o porto de Sines “teve um decréscimo de cerca de 12% no seu todo”, assim como “um decréscimo significativo na carga contentorizada”, em grande parte, devido “a renegociação do contrato [com a PSA], à negociação salarial com os trabalhadores, a um pequeno derrame e a problemas operacionais do terminal” de contentores.

“No entanto, continuamos a ser o porto mais importante na movimentação da carga
contentorizada”, declarou José Luís Cacho.

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De acordo com o administrador, a aposta do Governo na descarbonização da economia teve igualmente efeitos na atividade, com perdas relacionadas com as cargas energéticas, “que têm uma componente importante na sustentabilidade financeira” do porto de Sines.

“Temos um problema estrutural relacionado com a descarbonização da economia, com
perdas, em 2019 e nos próximos anos, nas cargas relacionadas com energia. E o porto,
naturalmente, no seu todo, tem perdas significativas de movimento ligadas a este processo de descarbonização”, frisou.

Em termos de movimento, o administrador disse que o crescimento dos contentores “vai
assegurar a sustentabilidade futura” do porto de Sines, mas salientou ser importante” atrair novas oportunidades de negócio”, em alternativa ao carvão, para “a viabilização do terminal de granéis sólidos”.

“O Terminal Multipurpose é importante para a região e os granéis são importantes para a
economia. Por isso, estamos à procura de novas oportunidades, com a aicep Global Parques, para captar novos investimentos nos segmentos do agroalimentar, matérias-primas, minério e outros segmentos, como o ‘ro-ro’”, adiantou.

Em 2019, lembrou, foram concretizados “os objetivos principais da atual gestão”, com a
assinatura do contrato de ampliação do Terminal XXI, com a PSA, “que garante a
sustentabilidade futura do porto” de Sines, e o lançamento do concurso internacional do novo terminal Vasco da Gama.

“Conseguimos, de certa forma, assegurar o crescimento do porto e a sua sustentabilidade
futura com estes dois projetos”, sublinhou.

Sobre a requalificação do ramal ferroviário, num investimento de 8,4 milhões de euros, o
administrador portuário disse que “a obra está em curso e a decorrer dentro da calendarização prevista”, podendo estar concluída “durante o verão”.

Já o prolongamento do molhe leste em 750 metros, no valor de 75 milhões de euros, “está com um ligeiro atraso”, devido “a contestação das propostas das empresas”, referiu.

“Aguardamos a decisão do tribunal para iniciar, mas é um projeto cuja calendarização se
mantém e esperamos que avance o mais rápido possível para concluir [a expansão] em 2023, tal como previsto”, concluiu.

Lusa

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