Responsável disse que vai “colocar tudo em cada actividade”. Ministro Manuel Heitor referiu que “confia” nos politécnicos
Pedro Dominguinhos, presidente do Instituto Politécnico de Setúbal (IPS), tomou ontem posse para um segundo mandato à frente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP).
O responsável avança para os próximos dois anos de mandato com uma lista de quatro grandes prioridades e eixos estratégicos, entre os quais a aposta na formação ao longo da vida, a alteração do estatuto dos politécnicos, de institutos a universidades, e a internacionalização destes estabelecimentos de ensino.
“Prometo dar tudo de mim em cada actividade”, começou por dizer Pedro Dominguinhos após a tomada de posse, num discurso em que discorreu sobre as referidas quatro prioridades.
Como primeiro objectivo, o presidente do CCISP falou sobre o “contributo decisivo para o esforço da qualificação das portuguesas e dos portugueses”. “É bem sabida a necessidade de reforço da qualificação da população portuguesa, quer na formação inicial, mas sobretudo ao longo da vida”, referiu. Sobre o assunto, falou na “importância dos institutos politécnicos” e na rede que existe em todo o país.
“Os números são claros. Nos últimos quatro anos o crescimento do número de estudantes no ensino politécnico foi de cerca de 14%, ultrapassando neste momento os 118 mil”, reforçou sobre a relevância da rede que continua a presidir.
O segundo grande eixo referido por Pedro Dominguinhos “assenta no reforço da investigação” nos institutos politécnicos e a terceira prioridade passa por uma alteração da designação para “universidades politécnicas”, para uma maior “internacionalização” das instituições politécnicas de ensino, de modo a “atrair estudantes estrangeiros”.
A quarta prioridade “assenta no reforço do contributo para o desenvolvimento regional, coesão territorial e inclusão social das diferentes populações das regiões do país”. Neste tema, o presidente do IPS realçou a importância das relações com o “tecido empresarial”, mas não só, destacando o relevo dos “vários actores locais”.
Antes da tomada de posse, Pedro Dominguinhos disse à agência Lusa, sobre a actual situação da pandemia Covid-19, que definiu como “período conturbado”, que obrigou a transformações no modelo de ensino, depois dos encerramentos em Março.
“O que este tempo demonstrou é que há vantagens claras. Não vamos ter um ensino totalmente à distância, não faz parte da matriz dos politécnicos, mas há aprendizagens que este tempo está a permitir que são fundamentais”, referiu.
“É ao politécnico que se deve o crescimento da base social do Ensino Superior”
Presente na tomada de posse esteve Manuel Heitor, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, que na sua intervenção começou por afirmar que a “cultura dos politécnicos é importante de relembrar”.
Até porque, realçou Manuel Heitor, “é ao ensino politécnico que se deve o crescimento da base social do Ensino Superior”.
Referiu ainda que o ensino politécnico tem o “potencial de chamar adultos que não foram para o Ensino Superior”, reforçando ainda a fé no modelo de ensino, porque o país se “habitou a confiar nos politécnicos”.
Porém, relembrou que “o desafio do próximo ano vai ser muito grande”.