Instituição volta a organizar habitual programa para comemorar 103 anos, estando incluído o tradicional almoço de confraternização
Com o Orfanato Municipal Presidente Sidónio Pais, em Setúbal, a comemorar 103 anos de história, considera a direcção do Centro de Convívio que estão reunidas as condições necessárias para a realização das tradicionais celebrações, depois de dois anos de interregno devido à pandemia.
As comemorações acontecem no próximo domingo, com o dia a arrancar pelas 09h30 com “a habitual concentração de ex-alunos no Centro de Convívio do Orfanato”, sendo que “a tradicional romagem aos cemitérios vai ser diferente, com a celebração da missa na Igreja da Anunciada, pelas 10h30, por alma dos directores e antigos alunos falecidos”.
“Pelas 13 horas teremos o tradicional almoço de confraternização, que, pela amável cedência da Casa da Baía (antigo Orfanato Municipal), vai ser servido no seu refeitório – também antigo refeitório da instituição – que nos vai trazer gratas recordações”, garante a direcção.
Terminado o almoço, será tempo de regressar “ao Centro de Convívio para ser cortado o bolo de aniversário”, enquanto pelas 16h30 ‘todos os caminhos’ vão dar à Casa da Baía, onde terá lugar “um momento musical dirigido pelo dedicado Luciano à música popular setubalense e seu Conjunto Típico”.
Instituição dedicada a amparar órfãos durante meio século
Durante meio século, a instituição dedicou a sua actividade a “amparar e educar centenas de rapazes que ficaram órfãos devido à febre espanhola (pneumónica)”. Aliás, foi com este propósito que a 18 de Maio de 1919, pela então direcção da Câmara Municipal de Setúbal, foi inaugurado o Orfanato Municipal Presidente Sidónio Pais.
Isto porque “era urgente encontrar um porto de abrigo para os órfãos que na altura grassavam na cidade devido à febre espanhola, que dizimou muitos setubalenses, arrastando para a pobreza famílias inteiras povoadas de filhos, que ficavam totalmente desprotegidas depois da morte de seus pais”.
“Foi mais um estabelecimento de caridade aberto aos desamparados. Sempre muito generoso, o povo setubalense procurou, nos mais diversos gestos de abnegação, ajudar esta casa, que nasceu pobre. Lembrar que muitos dos barcos de pesca que chegavam à Doca dos Pescadores para descarregar o fruto do seu trabalho contribuíam com uma caixa de peixe para os asilos da cidade”, relembra a direcção.
Ao longo de cerca de 50 anos, a instituição “atingiu os objectivos para que tinha sido destinada, tornando- -se numa autêntica escola de vida”. “Por ela passaram cinco gerações de rapazes preparados para a vida, que hoje são gratos e, num esforço colectivo, não querem deixar morrer as gratas memórias deste orfanato”.