Pelo projecto passaram 20 pessoas que ajudaram a construir a obra literária. Rui Francisco conheceu a mulher durante a iniciativa
“Arrábida Subterrânea” dá nome à obra de construída por Rui Francisco resultado de 18 anos de exploração espeleológica na serra da Arrábida. Desde 2004 que o investigador dedicou grande parte do seu tempo ao estudo de cavidades naturais das cavernas e grutas da reserva natural que foram agora transformadas em livro.
“[Em 2004] tentei construir um grupo aqui para a Arrábida, na altura era um grupo informal, e aí começamos a fazer prospecções à superfície, as primeiras cartografias e dividindo em função da geologia que a que a Arrábida representa – as rochas calcárias – começamos a dividir a serra em sectores. Estes foram os primeiros passos e depois fomos encontrando coisas curiosas como as necrópoles”, o espeleólogo explicou a O SETUBALENSE que foi assim que iniciou a jornada de pesquisa pelos tesouros da serra.
Foram cerca de 20 as pessoas que contribuíram para que este projecto tivesse pés para andar, uns mais que outros – com participações temporais diferentes – foram chegando a convite de Rui Francisco ou por interesse na iniciativa.
“Ao longo destes 18 anos passaram por aqui muitas pessoas que se interessavam pela espeleologia e depois por caminhos que a vida leva, – uns casaram, outros emigraram, houve falecimentos – 18 anos é quase uma vida. Há volta de 20 pessoas passaram e fizeram coisas dentro deste trabalho, uns estiveram um ano, outros estiveram dois, outros estiveram três anos, outros tantos estiveram uns meses”.
A ideia de tornar a investigação em obra literária só foi pensada em 2010, estando a ser construída desde esse momento. O espeleólogo sesimbrense descreve a “Arrábida Subterrânea” como um “inventário descritivo” do património da serra.
“A partir de 2010, depois as ideias foram-se arrumando e foi-se trabalhando para o objectivo de fazer este trabalho, que é na realidade o inventário descritivo de todo o património subterrâneo que se encerra na Arrábida”.
O livro teve o seu lançamento oficial no passado sábado, na Igreja de Nossa Senhora do Castelo, em Sesimbra, dia em que também foi inaugurada uma exposição itinerante, com o mesmo título, que estará patente na igreja até 25 de Junho.
Mas não só a investigação enriqueceu a vida de Rui Francisco. Em 2011, momento em que já passavam sete anos do início da investigação, Lúcia Santos juntou-se ao projecto espeleológico, e ao dia de hoje, é casada com o autor do livro.
“A Lúcia Santos, que é a minha companheira, conheceu-me em 2011 – e passou a ser minha companheira. Achou muito interessante [o projecto], fez o curso [de espeleologia] e depois foi-me sempre acompanhado, e, portanto, já são 12 anos da Lúcia Santos. Ela tem uma importância fundamental no levantamento de dados e na actividade de campo”, conclui.