Começou cedo a tocar harmónica mas viria a ser arrebatado pela paixão que o saxofone desperta. No final deste mês vai comemorar 15 anos de carreira com um concerto na Quinta do Conde
Amanhã assinala-se o Dia do Saxofone, instrumento musical criado pelo inventor belga Adolphe Sax em 1840. Gonçalo Ferreira, que nasceu há 43 anos em Vila Nogueira de Azeitão e que deixou a sua marca de excelência no Mercado da Maçã Riscadinha, é um dos intérpretes da região. Prepara-se para comemorar uma década e meia de carreira como saxofonista, com um concerto que irá realizar no próximo dia 30, na Quinta do Conde, e ao mesmo tempo vinca a data de amanhã com a devida vénia ao inventor belga. “Não podemos esquecer o criador de um instrumento musical, que desperta paixões.”
Gonçalo sabe bem do que fala, já que começou com apenas sete anos a tocar harmónica acabando por se apaixonar pelo saxofone, tendo integrado a Banda da SIM de Quinta do Anjo. Mais recentemente foi um dos reorganizadores da Banda de Vila Fresca de Azeitão.
O percurso musical do saxofonista não foi, porém, regular. Sofreu uma interrupção significativa. “Acabei por desistir da música durante 10 anos, quando o meu pai morreu”, lembra, adiantando que o regresso foi despertado pela tal paixão. “O ‘bichinho’ do saxofone falou mais alto e regressei compondo os meus temas, que canto também”, revela Gonçalo Ferreira, que junta ao sentimento pela música a herança de pasteleiro que recebeu da família.
A oportunidade dos grandes palcos
A paixão pelo saxofone levou-o, de resto, a participar em grandes espectáculos, que o incentivaram “a assumir a música como estilo de vida”, confessa, sublinhando as actuações “na apresentação dos Embaixadores de Setúbal, no Congresso das Mais Belas Baías do Mundo, em hotéis em Óbidos e Mafra e por um sem número de palcos nacionais”.
Em 2007 foi desafiado a gravar o primeiro CD, intitulado “Notas com Alma”, trabalho de onde se destacam composições como “Obssesion”, “Corcovado”, “James Bond (‘Dr. No’)”, “Gold Finger”, “Besame Mucho”, “Quando, Quando, Quando”, entre outras.
“Sublime” foi o segundo trabalho gravado em 2011. “Fiz uma cuidadosa escolha dos temas, como ‘Desafinado’, ‘In Insónia’, ‘Moulin Rouge’, ‘Summertime’, ‘In Sublime’, ‘What a Wonderful World’ e inclui alguns originais tocados com saxofone soprano”, recorda.
A música continua a ser verdadeira paixão e Gonçalo Ferreira assumiu um estilo peculiar, tocando saxofone e cantando temas, muitos deles de sua autoria e outros a que deu uma nova roupagem interpretativa.
Mas os desafios continuam. Para já vão se cumprindo os compromissos de agenda. “Estou a participar em espectáculos já marcados, mas pronto para aceitar todas as intervenções onde o saxofone possa transmitir os sons da alma”, diz, a concluir, o saxofonista que no próximo dia 30 irá apresentar-se em palco na Quinta do Conde, para assinalar 15 anos de carreira.