Festival é “comunhão de boas vontades, generosidade e ajuda ao próximo”, diz organização
O Pavilhão de Feiras e Exposições de Santiago do Cacém, recebeu no passado Sábado, pelo oitavo ano consecutivo, mais uma edição do Festival das Sopas, organizado pela Paróquia de Santiago do Cacém e pelo Agrupamento de Escuteiros 722.
A dirigente e elemento da direcção dos escuteiros de Santiago do Cacém, Telma Ferreira, explicou a O SETUBALENSE que “a ideia do Festival das Sopas foi trazida por um dirigente de um agrupamento de escuteiros de uma outra região do País”, até à cidade.
Telma Ferreira acredita que o evento é “uma comunhão de boas vontades, generosidade e ajuda ao próximo” e contou que o objetivo deste é e foi, “criar um espaço de convívio, de festa, onde as várias gerações se reúnem para um mesmo objetivo”, numa altura, acrescentou, “mais do que nunca [as pessoas] se tendem a isolar nos seus meios mais restritos de relacionamento”.
O Festival, que começou pelas 18h30, com intervenções por parte do pároco, Paulo do Carmo e, Margarida Santos, vice-presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém (CMSC), contou com cerca de 40 variedades diferentes de sopa, num total superior a 3500 doses. No local, verificou-se também a presença de Álvaro Beijinha, presidente da CMSC e de Isabel Contente, presidente da Junta de Freguesia da União das Freguesias de Santiago do Cacém, Santa Cruz e São Bartolomeu da Serra.
Cada restaurante ou instituição que participa, leva sopa para aproximadamente 100 doses. Pelas 20h30 já várias bancas tinham esgotado o stock, como foi o caso da do restaurante Solar dos Leitões com Sopa da Pedra e a do Grupo de Oração “Água Viva” com Creme de Camarão, que, segundo uma das representantes serviu 150 doses de sopa.
Os ingredientes e temperos eram vários. Os sabores variavam entre a mais tradicional Sopa de Tomate (do restaurante Altinho do Lobo), Canja de Galinha (da Santa Casa da Misericórdia e do restaurante A Praceta) e Caldo Verde (do grupo desportivo Os Chaparros). Nesta última banca era possível comer-se chouriço assado, não fugindo da tradição. E assim se passava também para misturas mais contemporâneas que deixaram os mais gulosos intrigados. Foi o caso da Sopa Porqueira, do Santiago Hotel Cooking and Nature, a Sopa Soto, com rebentos de soja, do café Welcome e a Sopa Nostra, com mandioca, da Pizzaria Cosa Nostra.
Pão alentejano não faltou, espalhado em cestos pelos dois pavilhões para que as pessoas se pudessem servir. E doces também não. Tal como as sopas, havia para todos os gostos. Do tradicional pastel de nata à venda pela Associação de Bem-estar de Santa Cruz, ao bolo de chocolate e de xadrez, na banca do Hóquei Club Santiago, aos Crepes feitos pelos escuteiros. No meio da encharcada (doce típico alentejano), do arroz doce e do bolo de ananás, variedade não faltou.
Alguns destacaram-se pelas suas decorações. O grupo da Juventude Mariana Vicentina (JMV) colou balões na parede. Outros levaram cartazes, com é o caso da Quinta das Tílias e do Hotel D. Nuno, chamando à atenção visual.
E, regressando aos escuteiros, refira-se que estes para além de serem detentores de algumas bancas, marcaram presença noutras, em representação de alguns restaurantes ou associações cujos proprietários não podiam estar presentes. Ana Lúcia Rossa, mãe de meninas escuteiras, explicou ao jornal que “os ‘camisolas laranjas’ são pais de escuteiros que fazem trabalho de voluntariado”, servindo sopas dos restaurantes que não tinham gente para o fazer. A camisola desta dizia “ser mãe de escuteiro é mta fixe”. Esta ajuda já vem de edições anteriores. Os escuteiros ou os seus pais, estavam ainda responsáveis pelos dois bares do evento e pela barraquinha de bifanas.
Quem marcou também presença foi David Rosa, na animação musical e, o grupo de cantadeiras Voz Alentejo.
O ano passado o Festival recebeu mais de 2000 pessoas e este ano milhares voltaram ou experimentaram pela primeira vez, verificando-se todo o espaço cheio. O Festival esteve cheio de famílias, miúdos e graúdos, pessoas de todas as idades. E cheio de boa disposição, música, e muitas barrigas satisfeitas.
Por Marta Raimundo