O evento destina-se à promoção da tolerância, do conhecimento e da paz entre os povos
O Festival de World Music do Seixal na sua edição de 2022, decorre até domingo no Parque Urbano José Afonso, em Miratejo.
O evento, que se iniciou dia 17, destina-se, segundo a organização, “à promoção da tolerância, do conhecimento e da paz entre os povos, através da música e de outras expressões culturais oriundas de diversas geografias”.
A abertura do Festival, a cargo da banda brasileira Ayom, promete sons Folk, com uma mistura de influências das culturas brasileira, angolana e cabo-verdiana.
Duas horas mais tarde sobe ao palco um nome bem conhecido do meios musicais e culturais portugueses: Selma Uamusse, a moçambicana residente em Portugal, que nos últimos anos tem surgido envolvida em projectos musicais de relevo em áreas tão diversas como jazz, soul, gospel ou música popular portuguesa.
A abertura musical de sábado é garantida pelo grupo português Velha Gaiteira, grupo com 15 anos de existência, que surgiu na Beira Baixa, com o objectivo de divulgar a gaita-de-foles transmontana e as percussões tradicionais da Beira Baixa.
Com algumas actuações fora de Portugal, nomeadamente em França, Espanha, Brasil, Canadá e Irlanda, onde conquistaram assinalável sucesso, Velha Gaiteira é um nome recorrente em Festivais como o MED, Andanças ou Boom, entre outros.
Ainda no sábado, um nome maior da música de África, do mundo: Paulo Flores, que sobe ao palco pelas 22 horas. Embaixador da Boa Vontade das Nações Unidas em Angola, autor, compositor e intérprete, Paulo Flores construiu – ao longo de mais de três décadas – uma respeitável carreira assente numa obra notável.
A abrir musicalmente o último dia do Festival, domingo, pelas 20 horas, os sons, as vozes e a cultura de Cabo Verde, com Mário Lucio & Os Kriols.
Aos 57 anos, Mário Lucio, nascido na Ilha de Santiago, tem um estatuto ímpar, quer como músico, quer como compositor (Cesário Évora, Lura, Nancy Vieira, são apenas alguns do nome que cantaram e gravaram temas seus).
Finalmente a terminar este Festival de World Music, que também poderia ser da cultura Lusófona, estará Eneida Marta, oriunda da Guiné-Bissau, e uma das mais fascinantes vozes do continente africano.
Mulher de causas, Eneida foi nomeada embaixadora da UNICEF para o seu país e nas últimas duas décadas tem sido presença frequente nos mais importantes palcos internacionais e em festivais de World Music, nos quais tem centrado em si, as maiores atenções. Sem dúvida um cartaz de grande interesse, num Festival com entrada livre.
*Opinião Musical
