“Este vai ser um excelente Verão no Litoral Alentejano”

“Este vai ser um excelente Verão no Litoral Alentejano”

“Este vai ser um excelente Verão no Litoral Alentejano”

Presidente do Turismo do Alentejo vê sinais animadores de retoma e acredita que a segurança sanitária vai fazer a diferença na procura

 

Conhecido por fazer milhares de quilómetros, entre dezenas de municípios, o presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo (ERTAR), sente os efeitos da pandemia que paralisou o Turismo na rodagem dos últimos meses. Passou da frente do volante para a frente do ecrã com webinar atrás de webinar. A estratégia agora é mostrar a Portugal e ao mundo que há um lugar seguro para férias

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Que época turística antevê para este Verão?
Prevejo um excelente Verão. Diria mesmo um óptimo Verão. Os indicadores que tivemos dos recentes feriados alargados foram taxas de ocupação que rondaram os 100% da lotação possível. Não será por isso um ano idêntico ao anterior, porque a capacidade de ocupação não é mesma, nos alojamentos, na restauração, mas será um óptimo Verão porque sentimos que as pessoas procuram cada vez mais uma região como esta. Aliás, há dias tive num webinar com mais de 100 agências de viagens, e o que diziam era que no passado vendiam viagens para a República Dominicana, Brasil e México e que hoje, para esse tipo de turista português, a primeira região de procura é o Alentejo.

Mas tem havido efeitos da pandemia.
Claro que houve. Fomos penalizados e todo o mundo foi penalizado do ponto de vista turístico. O sector esteve parado dois meses e meio, daí a nossa preocupação com a segurança sanitária, com a informação aos empresários, quer das linhas de crédito criadas e do lay-off, quer das medidas necessárias para que eles possam obter a certificação sanitária. Esse foi um esforço que a Entidade fez, de estar próximo dos empresários, no sentido de os informar. Até fizemos um webinar sobre a utilização das praias e das piscinas, para esclarecer muitos concessionários de praias e autarcas sobre as condições.

Tem avisado que as pandemias podem ter vindo para ficar. Como pode o turismo preparar-se para isso?
Eu não tenho dúvidas que o Alentejo e o Ribatejo têm um potencial enorme e vantagens competitivas no futuro relativamente às regiões mais urbanas, com maiores aglomerados. Aquilo que vai suceder é que o cidadão, nomeadamente, segmentos de mercado que nos interessam, vai procurar não as grandes metrópoles mas conhecer zonas claramente como estas, de interior, com tranquilidade, ar puro e horizonte. Portanto, aqui nós temos imensos ganhos competitivos, embora, com a pandemia nunca se ganhe, todos perdemos com algo horrível, nomeadamente os óbitos e as doenças. Acho que a taxa de permanência vai subir. O turista deixa de vir dois dias para aqui, um dia ali, outro acolá, e, para sua segurança, passa a ficar alojado seis ou sete dias na mesma unidade, onde pode aproveitar para andar de bicicleta, caminhar e fazer roteiros culturais.

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E de que forma isto alterou a estratégia do Turismo do Alentejo?
Tivemos que alterar a estratégia, a segurança sanitária é hoje um eixo que nós não pensávamos quando preparámos o plano de atividades, em Julho do ano passado. Agora tem que ser uma prioridade da nossa intervenção, temos que sempre lutar para que este seja considerado um destino de seguro, conhecido lá fora como “free-covid”. Para nós a segurança é muito relevante do ponto de vista promocional.

Como está a ser a retoma?
Está a ser boa, pelos motivos que lhe referi. Aquilo que sentimos por parte dos empresários é que há muitas reservas já para o Verão e que o futuro, pelo menos até Outubro, poderá ser à volta do turista português. O turismo interno pode ser muitíssimo bom para o sector, para esta região, para o Litoral Alentejano. Embora, repito, depois de Outubro, vamos necessitar do turismo estrangeiro porque o português só pode vir ao fim-de-semana.

Agora tem que ser feita sempre uma gestão ao momento porque não sabemos o que é que virá aí em termos deste surto. Há pouco dava o exemplo de Lagos, que afecta automaticamente toda a zona do Algarve. Isto tem de ser gerido ao momento, em gestão de crise, mas, de qualquer das formas, as expectativas são de um Verão excelente, que será um dos melhores de sempre, dentro dos condicionalismos da taxa de ocupação possível.

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A região tem condições e ideias para tentar aproveitar alguma oportunidade gerada pela crise?
Não tenha dúvidas. Tenho feito reuniões com vários empresários, alguns de grandes cadeias internacionais que não têm nenhum hotel em Portugal, que vão investir na região, em hotéis, pelos motivos, exactamente, deste destino ser uma zona tranquila, com paz. Vão investir aqui em detrimento de outras regiões. Há três meses investiriam em grandes metrópoles, agora investem em zonas como esta, mais de interior e de baixa densidade.

Novo circuito Rota da cultura avieira “vende” Tejo e Sado

A Rota da Cultura Avieira, que percorre o território envolvente aos rios Sado e Tejo, desde a Golegã e Rio maior, a norte, até Sines, passando por Alcácer do Sal, Santiago do Cacém e Grãndola, no distrito de Setúbal, é a mais recente oferta da Entidade de Turismo do Alentejo e Ribatejo.

O circuito, que inclui programas para três ou sete dias, com passeios de barco pelos rios, inspirados nos percursos feitos pelas antigas comunidades que se fixaram nestes territórios vindos da zona de Vieira de Leiria. Os avieiros, como escreveu Alves Redol, eram os migrantes dos anos 50. Esta nova rota, que foi apresentada na semana passada no Escaroupim, Salvaterra de Magos, constitui, no dizer de ceia da silva, um “bom exemplo de preservação da identidade e da estruturação de um produto turístico”.
No Litoral Alentejano, os pontos mais fortes desta rota são os passeios de barco em Alcácer do Sal e o Cais Palafítico da Carrasqueira, no mesmo concelho.

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