“É necessário que o Governo olhe para este sector com medidas para resolver os problemas”

“É necessário que o Governo olhe para este sector com medidas para resolver os problemas”

“É necessário que o Governo olhe para este sector com medidas para resolver os problemas”

Jorge Pisco explica que a subida das taxas de juro e a falta de apoios tem dificultado o trabalho destas indústrias

A subida das taxas de juro e a falta de pagamento dos apoios financeiros, por parte do Estado, não tem ajudado as Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPME) a segurarem-se com firmeza no mercado português.

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Quem o diz é Jorge Pisco, presidente da Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas (CPPME), que em declarações a O SETUBALENSE faz críticas aos vários governos portugueses em matéria de pagamento de apoios e a forma como estes foram anunciados às indústrias.

“O que os sucessivos governos têm feito, nomeadamente o último, que pagou milhões e milhões de euros em apoios que mais não eram do que créditos. As empresas tinham de ir à banca buscar esses ditos apoios que hoje se traduzem em ‘amantes de boca’ porque hoje as taxas de juro subiram desmesuradamente e as empresas estavam numa situação económica muito difícil. Por outro lado, candidaturas que as empresas submeteram ao Portugal 2020, apoios por causa dos incêndios e das cheias, o Governo ainda não fez esses pagamentos”.

Por essa razão a CCPME, que tem sede no concelho do Seixal, endereçou ao novo Governo um conjunto de 40 medidas para oferecer soluções às empresas. Assim, o Programa de Desenvolvimento Económico Social Nacional, pretende criar “uma economia sustentável e dinâmica para a legislatura 2024-2028”.

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“É necessário que o Governo olhe para este sector com medidas, que tome medidas adequadas para resolver os problemas que as empresas têm”, considera o responsável que dá ainda exemplos de algumas das sugestões que faz à administração de Luís Montenegro.

“Por exemplo, medidas com vista a pôr fim aos custos fixos nomeadamente em energia, comunicações, águas, resíduos urbanos, e outros. O pagamento das dívidas do Estado às empresas nos espaços estabelecidos na lei, é uma outra medida. Promoções de estabilidade de certezas aplicadas numa maior solidariedade no processo da redução dos custos sociais das micro, um gabinete de acompanhamento das MPME que permitem informação célere sobre os incentivos públicos”.

Dividido em dez diferentes capítulos o programa conta com 26 medidas que “transitam de uma carta de reclamação” endereçada ao anterior governo e que, na óptica do presidente, “não trazem aumento de custo no Orçamento do Estado”. “A serem aprovadas e aplicadas ajudarão muito a própria economia nacional e o desenvolvimento da actividade das próprias empresas”.

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Dentro deste programa está implementada a Estratégia de Valorização de Mercados da Área Metropolitana de Lisboa (AML), que se trata de uma “revisão da legislação e do ordenamento comercial em relação ao retalho”. Jorge Pisco salienta que é necessário “travar a expansão desenfreada, anárquica e desordenada da grande distribuição” e privilegiar “o comércio local na maioria das localidades”.

Membros do Governo fizeram falta na tomada de posse

No passado dia 16 de Junho tomaram posse os novos órgãos sociais da CPPME eleitos para o mandato 2024-2027.

No dia em que se comemorou o 39.º aniversário da confederação, explica o presidente, foram convidados o ministro da Economia, Pedro Reis e o secretário de Estado da Economia, João Rui Ferreira, que não compareceram por não terem disponibilidade de agenda.

Depois de explicar que a CCPME já tentou chegar à fala com diversos membros do Governo para pedir reuniões e audiências, no seu discurso de tomada de posse o presidente detalhou que estas e outras são “prova do desrespeito com que este Governo, ainda em início de mandato, já demonstra para com a CPPME”.

Uma “situação lamentável” porque, esclarece, os anteriores governos “estavam sempre abertos e receptíveis à questão das MPME” e às propostas apresentadas.

Com estes desafios, sobre as perspectivas que existem sobre as micro, pequenas e médias empresas, Jorge Pisco afirma que “bons tempos não virão”. Com a inflação a subir e sem medidas “para as necessidades das empresas”, o futuro “não será muito risonho”.

GRÂNDOLA | Litoral Alentejano reúne para discutir futuro

“Reunir o tecido empresarial e as autarquias locais para discutirmos o futuro das micro, pequenas e médias empresas no Litoral Alentejano”, é este o objectivo da CPPME que, no próximo dia 12 de Julho, se junta à Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral (CIMAL) para uma iniciativa que vai juntar várias entidades da região.

Em discussão, no Cineteatro Grandolense, vão estar as perspectivas de futuro do tecido empresarial desta região e, espera-se, uma “tarde de trabalho, de análise, de aprofundamento sobre da realidade” destas empresas.

Nos vários painéis vão constar nomes que vão contribuir para um profícuo debate entre os quais estão Pedro Dominguinhos, presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), docentes do Instituto Politécnico de Setúbal (IPS), Vítor Proença, presidente da CIMAL, António Ceia da Silva, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo, entre outros. Por confirmar está ainda a presença do ministro da Economia, Pedro Reis, ou em sua substituição um secretário de Estado.

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