19 Maio 2024, Domingo

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D. Américo Aguiar reza pelos envolvidos nas tragédias de Troia e do Montijo

D. Américo Aguiar reza pelos envolvidos nas tragédias de Troia e do Montijo

D. Américo Aguiar reza pelos envolvidos nas tragédias de Troia e do Montijo

Prelado deixa de lado as cidadanias de cada um e relembra situações de exploração e pobreza dos mariscadores

 

Continua por encontrar o corpo de um dos dois mariscadores que na noite do passado sábado estavam na apanha da ameijoa no Cais do Seixalinho, no Montijo, mas o Cardeal D. Américo Aguiar, Bispo de Setúbal, mostra-se solidário com a tragédia que vitimou estes dois homens.

“Quero penitenciar-me, meus irmãos. Num destes últimos dias, mais dois irmãos nossos, reduzidos ao nome de “mariscadores”, morreram no Tejo. Indostânicos – Bangladesh, Butão, Índia, Maldivas, Nepal, Paquistão, Sri Lanka – ou portugueses, não é o que aqui importa. São irmãos nossos, irmãos meus”, lê-se em comunicado enviado à redacção de O SETUBALENSE.

No documento com o título “A indiferença pelo sofrimento fraterno” o prelado lembra os homens e mulheres que levam esta vida como o seu trabalho e admite sentir-se impotente sobre as situações de exploração e pobreza a que estes estão sujeitos. “Sinto-me incapaz de me fazer ouvido; quero gritar por eles e com eles, mas sei que eles não querem visibilidade, pelo menos os vivos. Estes irmãos sonham construir sonhos, alimentar famílias de longe, muito longe e de perto. É o modo de subsistência de muitas famílias, de mulheres, homens e crianças, irmãs e irmãos nossos…”.

Numa viagem entre Alcochete e o Samouco o cardeal refere ter visto “os vossos rostos e ficaram gravados na memória do coração, aquela que nunca esquece”, adiantando que é em Fátima, “aos pés da Mãe do Céu”, que reza por cada um dos que não sobreviveram e daqueles que enfrentam todas estas dificuldades.

“Que podemos e devemos fazer? Como corresponder às expectativas de todos os envolvidos, quem marisca, quem vende, quem compra? Como fazer bem feito, sem explorar, sem desrespeitar, sem matar? Infelizmente não sei responder. Sinto-me envergonhado e impotente todas as vezes que passo a Ponte Vasco da Gama e os vejo ao longe, ali estão a mariscar”, escreve ainda.

Sobre o naufrágio de um barco em Troia neste domingo, que até ao fecho desta edição ainda motivava buscas para encontrar dois dos quatro ocupantes da embarcação, o Bispo da Diocese de Setúbal já tinha dirigido orações. “As nossas orações estão em comunhão com os náufragos, com as suas famílias e com os vários agentes das autoridades de segurança, protecção civil e bombeiros. Que Maria, Senhora de Tróia, Senhora da Arrábida, interceda junto do seu filho, Senhor do Bonfim, pelo resgate destes nossos irmãos”.

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