Trabalhos vão ser iniciados “imediatamente” na Diocese de Setúbal, com ajuda da Comissão Sinodal que acompanhou fase de escuta
O Bispo de Setúbal deixou elogios à nova “metodologia” promovida pelo processo sinodal lançado pelo Papa, tendo também destacado que as mudanças que se seguem passam pelo compromisso de cada comunidade, com a participação de todos.
Américo Aguiar realçou que, na Diocese de Setúbal, os trabalhos vão ser iniciados de forma imediata, tendo como principal ajuda a Comissão Sinodal que acompanhou esta fase de escuta.
No entender do cardeal, esta metodologia permite que se olhe “para os desafios e para as prioridades da Igreja de uma maneira diferente”. Para Américo Aguiar, existe a necessidade de se ter “consciência que alguém tem de ter a última palavra”, mas que essa última palavra “não tem de ser a única palavra”.
O cardeal falou, ainda no Vaticano, após a segunda sessão desta assembleia, que decorreu entre 2 e 27 de outubro, com o tema ‘Por uma Igreja sinodal: participação, comunhão, missão’, na sequência de um processo que começou com a auscultação de milhões de pessoas, pelas comunidades católicas, em 2021. O líder da Diocese de Setúbal participou na segunda sessão da Assembleia Sinodal por nomeação do Papa Francisco.
Para Américo Aguiar, o documento final promulgado pelo Papa Francisco, tem “muitas portas e muitas janelas abertas, entreabertas e fechadas”, sendo agora responsabilidade de cada um, na sua comunidade, de “abrir, de escancarar as portas e as janelas com a metodologia que o Sínodo ofereceu, da conversação no Espírito”.
Com os olhos postos no futuro, o responsável máximo da diocese setubalense realçou que a sinodalidade, “mais do que uma Assembleia”, é “um processo e um modo” de ser Igreja.
“Quanto mais ouvir, quanto mais integrar, quanto mais for capaz de escutar, mais as minhas decisões serão acertadas”, assumiu o bispo de Setúbal, realçando também o resultado “muito positivo”, valorizando o facto de o Papa ter dispensado a redação de uma exortação apostólica, após a publicação do documento final.
“Uma das riquezas do documento é que está aberto e, portanto, cada diocese pode tomar um caminho; a comunidade, o instituto, a congregação, os leigos, organizados de maneiras diversas, há muitas possibilidades de concretizar aquilo que o documento apresenta”, aponta.
O Sínodo dos Bispos é uma instituição permanente do Colégio Episcopal da Igreja Católica. Foi o Papa Paulo VI quem o estabeleceu a 15 de setembro de 1965, como resposta ao desejo dos padres do Concílio Vaticano II de manter viva a experiência do concílio. O documento com o qual o Sínodo foi instituído chama-se carta apostólica ‘Apostolica sollicitudo’. Trata-se de uma assembleia de representantes do episcopado católico, que tem a tarefa de ajudar o Papa com seus conselhos no governo da Igreja universal.
Este é o órgão competente na preparação e implementação das Assembleias do Sínodo, assim como em outros assuntos que o Papa deseje submeter-lhes para o bem da Igreja universal.