Ciclo de programação no Centro de Experimentação Artística, no Vale da Amoreira, decorre entre 26 e 30 do corrente mês
O Centro de Experimentação Artística (CEA), na freguesia do Vale da Amoreira, acolhe a partir do próximo dia 26 até 30 de Novembro, a Bienal de Artes Contemporâneas 2021 – BoCA na Moita. Pelo terceiro ano consecutivo, a iniciativa regressa ao município moitense, para um ciclo de programação com entrada gratuita – mediante reserva até dia 25 –, que este ano vai incluir na primeira noite, pelas 21h30, a apresentação da criação teatral da artista Capicua, denominada “A Tralha”, em colaboração com o actor Tiago Barbosa.
Capicua é o nome de artista da rapper, escritora e de uma voz feminina potente “na sensibilidade e crítica à sociedade e à política”. Com este trabalho, a artista, natural da cidade do Porto, faz agora a sua estreia em teatro. Trata-se de uma espécie de ‘monólogo sobre acumulação’, um ensaio sobre o desperdício e a obsolescência, mas também, uma reflexão “sobre os objectos que nos rodeiam, que nos servem de extensão, que contêm as nossas memórias e que nos servem de interface com o mundo”.
O espectáculo é também uma dissertação emocional que parte da história de um homem que fica sozinho, nos longos meses de confinamento, rodeado de matéria inerte, entulho e recordações. “A Tralha”, com texto de Capicua, corpo e voz de Tiago Barbosa e algumas interferências poéticas de outros autores, promete atrair as atenções do público, nesta coprodução do Teatro Viriato.
A bienal conta ainda com uma oficina de performance com a artista transdisciplinar Odete e um vídeo resultante da performance que o canadiano Miles Greenberg concebeu para esta terceira edição, intitulada “Water in a Heatwave”.
Dia 27, a BoCA prossegue com a oficina de performance “Arqueologia Paranóica”, com direcção da artista multidisciplinar Odete. O seu trabalho, explicitamente autobiográfico e com conexões entre o pessoal e o político, propõe imaginar neste workshop, um conjunto de histórias, planetas e sociedades secretas, pesquisando com os participantes as possibilidades do corpo e da matéria.
Vídeo documental de Miles Greenberg
No decorrer da edição de 2021 da bienal, no átrio do CEA e durante o horário de funcionamento daquele equipamento, será também exibido o vídeo da performance “Water in a Heatwave”, criado pelo jovem artista Miles Greenberg, que trabalha entre a performance e a escultura, na linhagem de Marina Abramovic, com quem colabora desde muito cedo, tendo se especializado “em performances duracionais e na criação de formas esculturais que desafiam os limites da resistência física”.
O trabalho, dirigido a oito performers afrodescendentes, estreou inicialmente nas Carpintarias de São Lazaro, em Lisboa, sendo que, no CEA, será agora apresentado um vídeo documental desta performance.